Redes sociais são utilizadas por 57%, enquanto lojas e escritórios aparecem na terceira posição com 47%. Alta carga tributária e folha de pagamento são apontados pelos empresários como sendo os principais desafios para as empresas
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que 67% das empresas do setor de comércio e serviços do país utilizam o WhatsApp como principal canal de venda das suas empresas. Em segundo lugar aparecem as redes sociais (57%), seguidas pelas lojas e escritórios (47%) e pelos sites (12%).
De acordo com os empresários, 41% investem em divulgação para vendas. Os canais pagos mais citados foram os anúncios pagos nas redes sociais – Instagram e Facebook (21%), panfletagem (13%), Google (11%), anúncios em marketplaces (4%), contratação de agência ou freelancer para elaboração de posts para as redes sociais (4%) e por último o email-marketing (4%). A média mensal gasta com divulgação é de R$ 880.
Nove em cada 10 entrevistados (93%) afirmam que existem desafios para o crescimento da empresa, sendo os motivos mais citados, a alta carga de impostos (49%), a tributação elevada da folha de pagamento (41%), a dificuldade para conseguir crédito (27%) e a segurança como problemas de assalto e violência (13%).
Vida financeira positiva
Já em relação às situações relacionadas a vida financeira no primeiro semestre deste ano, os empresários destacaram como positivas: o aumento das vendas no 1º semestre (49%), investimentos para o crescimento do negócio (42%) e construção de reserva financeira (36%). Por outro lado, houve situações difíceis, como cortes no orçamento (43%), muitos meses com as contas no vermelho (27%), inadimplência (18%) demissão de funcionários (14%) e nome sujo (4%). E 44% dos empresários dizem que as condições da economia brasileira pioraram nos últimos 6 meses.
Sete em cada 10 entrevistados (69%) estão confiantes ou muito confiantes quanto ao crescimento do negócio nos próximos 6 meses, enquanto 19% acreditam que vai continuar como está e 9% estão pessimistas ou muito pessimistas. Mas quando se fala sobre a economia do país, 44% dos empresários afirmam que as condições pioraram ou pioraram muito nos últimos 6 meses. Para 27% não se alteraram e 26% melhoraram ou melhoraram muito.
Condições empresariais inalterados nos últimos 6 meses
Para 43% dos entrevistados as condições gerais da empresa não se alteraram nos últimos 6 meses, 35% consideram que melhoraram ou melhoraram muito e 21% afirmam que pioraram ou pioraram muito. Em relação à confiança com a economia brasileira nos próximos seis meses, 46% estão confiantes ou muito confiantes, 27% acreditam que permanecerá como está e 22% estão pessimistas ou muito pessimistas.
Quando questionados sobre as razões do otimismo com relação ao crescimento da empresa nos próximos 6 meses, 61% atribuem à dedicação e empenho, 40% citam que oferecem o melhor produto / serviço na sua região, 19% estão se profissionalizando para atender mais clientes e 18% a área de atuação da empresa está em expansão.
Investimento
Um dado que chama atenção é de que 70% realizaram algum tipo de investimento na empresa nos últimos 6 meses que antecederam a pesquisa, sendo os principais a compra de equipamentos, maquinário, computadores etc. (22%), propaganda em meios digitais (22%) e ampliação do estoque (20%).
A pesquisa mostra ainda que 87% das empresas não demitiram funcionários nos últimos três meses deste ano. Entre os 13% que fizeram demissões, 62% demitiram um funcionário e 22% dois. Sendo a média de 1,6 colaboradores.
“O país passa por um momento positivo em relação ao mercado de trabalho, com a diminuição do desemprego e a melhoria da renda da população. A pesquisa mostra exatamente este cenário, com poucas demissões e boa parte das empresas investindo nos negócios”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Metade dos empresários aponta dificuldade na obtenção de crédito
acesso ao crédito é um grande desafio para os empresários do Brasil. De acordo com a pesquisa, metade dos entrevistados (50%) julga ser difícil ou muito difícil tomar crédito em instituições financeiras para a empresa. Enquanto 32% consideram nem fácil nem difícil e somente 8% consideram fácil ou muito fácil.
Em relação à intenção de contratar crédito nos próximos 3 meses posteriores a realização da pesquisa, 64% dos gestores não pretendiam contratar crédito, já 21% não sabem e 12% têm esta intenção. Para a maioria, a finalidade do crédito é para formação de capital de giro (42%), seguido pela compra de estoques e/ou insumos (40%), compra de equipamentos, maquinários e computadores (33%) e qualificação da mão-de-obra (20%).
“O Brasil continua sendo um país de difícil acesso ao crédito principalmente para as empresas. Sem crédito, as empresas não conseguem investir no crescimento dos negócios e na capacitação dos funcionários’, afirma Costa. Em relação a fazer investimentos nas empresas, 41% dos empresários não pretendiam investir nos próximos 3 meses, mas 33% pretendiam, enquanto 22% não sabiam.
Entre os que tinham intenção de investir, tais recursos seriam utilizados principalmente para ampliação do estoque (34%), compra de equipamentos (28%), mídia/propaganda (24%) e conseguir manter a empresa aberta (20%). A principal origem dos recursos que serão usados virá de capital próprio (31%). Já 21% citam empréstimos em bancos ou financeiras, 18% cartão de crédito pessoa física e 15% venda de algum bem.
Metodologia
Público-alvo: empresários brasileiros com empresas de todos os portes, dos setores de comércio varejista e serviços, de todas regiões do Brasil, das capitais e interior Método de coleta: coleta feita via CATI. Amostra: 562. Margem de erro: 4,1 p.p. Confiança: 95%.
Data de coleta dos dados: estudo realizado entre os dias 09 a 31 de Julho de 2024.queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 3 a 4 anos (‐15,34%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.