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Nações Unidas condenam chacina em comunidade no Rio de Janeiro executada por Policiais Militares

Escritório de Direitos Humanos da ONU pede investigação imparcial e independente após oito corpos terem sido encontrados no Complexo do Salgueiro, município de São Gonçalo; porta-voz lembra que operação policial aconteceu apesar da decisão do STF que restringe ações nas favelas durante pandemia de Covid-19

 

As chacinas promovidas por policiais militares virou rotina no Brasil e foi incrementada no governo Bolsonaro | Foto: Redes sociais

A chacina com requintes de crueldade promovida por policiais militares do Rio de Janeiro foi duramente condenada pelo Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas. A ONU defende uma investigação imparcial e independente para se descobrir o que aconteceu de fato no Complexo do Salgueiro, no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. 

Oito corpos foram encontrados na segunda-feira em um manguezal vizinho, após uma operação policial no local. Nesta última terça-feira foi localizado mais um corpo, o que eleva o assassinato em massa para nove pessoas. Também nesta terça-feira, em Genebra, a porta-voz do Escritório da ONU foi questionada por um jornalista sobre a situação.

Vídeo feito por moradores do Complexo do Salgueiro nesta última segunda-feira (22)

Último recurso

Marta Hurtado, a porta-voz da entidade, destacou que o Supremo Tribunal Federal proibiu, em 2020, operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro enquanto durar a pandemia de Covid-19.  Hurtado lembra às autoridades do Brasil que o uso da força deve ser aplicado somente quando for estritamente necessário e respeitando os princípios da legalidade, necessidade e proporcionalidade. 

A porta-voz disse ainda que a força letal deve ser o último recurso e apenas usada quando existe de fato uma ameaça à vida.

Urgência em rever modelo

O Escritório de Direitos Humanos da ONU está pedindo ao Ministério Público uma investigação eficaz e totalmente imparcial sobre o caso no Complexo do Salgueiro. Marta Hurtado destacou também a importância de garantir que os responsáveis pelas mortes sejam responsabilizados. 

Outro ponto ressaltado pela porta-voz foi o de que o Brasil precisa, com urgência, rever o modelo atual de ações policiais nas favelas.