O ataque de histeria racista, transfóbica e homofóbica do carioca bolsonarista eleito como vereador em Vitória virou uma rotina na Câmara de Vereadores da capital
A semana na Câmara de Vereadores de Vitória começou com embates e falas de cunho racista. Não é novidade que crimes de ódio, como homofobia e transfobia, sejam comuns nas sessões do legislativo da Capital. No combo de preconceitos de alguns dos vereadores conservadores da Casa está ainda o racismo religioso.
Na manhã desta segunda-feira (29), o vereador bolsonarista do Patriotas, Gilvan da Federal, foi ao púlpito quase teatralmente para proferir ofensas aos praticantes de religiões de matriz africana que estiveram na Câmara na última sexta-feira (26) para Sessão Solene em alusão ao Dia da Consciência Negra.
Vereador bolsonarista pratica racismo religioso
Segurando um litro de detergente, uma esponja de limpeza e uma bíblia, o parlamentar zombou das formas de culto de umbandistas e candomblecistas que estiveram na Casa de Leis na última semana. “A Sessão Solene convocada pela vereadora do PT é uma ofensa a Deus. Praticamente fizeram uma macumba aqui. Vocês aí da mesa, orem, porque jogaram um monte de coisas aí”, disse o vereador.
A atividade citada pelo parlamentar bolsonarista foi realizada pelo mandato da vereadora Karla Coser (PT). Na ocasião, dezenas de pessoas negras foram homenageadas pelas vereadoras Coser e Camila Valadão (Psol) por suas contribuições no combate ao racismo em Vitória. Entre os homenageados estavam mães de santo, também chamadas de ialorixás, representando os praticantes das religiões de matriz africana. No início da Sessão Solene, as mães de santo realizaram uma celebração defumando o espaço para abertura da atividade, ato que “motivou” as ofensas do político.
“O que foi falado aqui é mais uma expressão do racismo religioso. Lamentavelmente proferido por pessoas que estão dentro das igrejas e que deveriam dar o exemplo de tolerância e amor. O vereador sobe aqui nesta tribuna para utilizar a imunidade parlamentar e cometer crimes”, criticou a vereadora Camila Valadão (Psol). “Ao contrário dele, nós defendemos a tolerância e a diversidade”.