Na Câmara, o vereador bolsonarista Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal, voltou a fazer arruaça e agressões verbais contra mulheres, o seu alvo preferido. Ofendeu professores e a vereadora Camila Valadão. No Parque Moscoso, um administrador bolsonarista tentou impedir gravação de um vídeo pelo ex-presidente da Câmara de Vitória, que mostrava a falta de manutenção na atual gestão bolsonarista da PMV
Demonstrando desequilíbrio mental e certeza da impunidade de seus atos violentos dentro da Câmara de Vitória, o vereador bolsonarista Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal (Patriota) voltou agredir mulheres, a sua especialidade. Mais uma vez, a vítima desta quara-feira (1º) foi a vereadora Camila Valadão (Psol). O bolsonarista, até agora, não sem envolveu em agressões verbais com homens, mas apenas com mulheres.
Embora o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e a seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAE-ES) já tenham tomado conhecimento do despreparado do vereador, até agora não se manifestaram publicamente. Dessa vez, num de seus ímpetos de machismo e de superioridade sobre as mulheres, mandou a vereadora Camila Valadão (Psol) calar a boca. O bolsonarista, que já demonstrou odiar professores, tomou a atitude após apões Camila dizer que ele estava provocando os professores que ocupavam as galerias do Plenário Maria Ortiz da Câmara.
Sob o silêncio do evangélico bolsonarista Davi Esmael (PSD), que preside o legislativo municipal, o bolsonarista Gilvan tomou coragem de usar os termos xulos, que fazem parte do seu palavreado cotidiano: Aos berros e sem ser repreendido pelo presidente da Câmara, Gilvan chamou os professores de “canalhas”, “sem vergonhas”, “covardes”, “que ficam emboscando crianças nas escolas”.
TV Câmara saiu do ar para não mostrar agressões
Foi nesse momento de insanidade do bolsonarista que a vereadora Camila Valadão saiu em defesa da categoria e disse que o colega os estava provocando. Foi nesse exato momento que o bolsonarista mandou a vereadora do Psol calar a boca. “Eu exijo respeito. Eu não vou calar a boca não e exijo respeito do senhor”, rebateu Valadão. Com o início do bate-boca, a transmissão da TV Câmara, feita pelo YouTube e ao vivo, foi interrompida e a sessão suspensa.
Diversos vídeos feitos por celulares registraram o momento da discussão e flagraram o vereador com dedo em riste ofendendo a colega. “Satanista”, “assassina de bebês” e “assassina de crianças” foram algumas das ofensas proferidas por Gilvan que, em loquecido, repetidamente a mandava calar a boca. Apesar das confusões e arruaças semanais do vereador, nenhuma medida foi tomada pelo comando do legislativo municipal e nem foi dado inicio a um processo de cassação de seu mandato, por não se enquadrar no perfil de um representante da população dentro de uma casa de leis.
Essa não é a primeira vez que o vereador protagoniza atos de violência polítcia de gênero na Câmara de Vereadores. Em março deste ano ele disse que Valadão devia “se dar o respeito”. O comentário foi feito em razão de uma blusa de um ombro só que a vereadora usava. Além da violência política de gênero, o vereador também já cometeu diversos atos de homofobia, transfobia e mais racentemente racismo religioso durante as sessões do Plenário.
“Nós não vamos deixar isso passar. Ele não vai nos calar. Irei registrar um boletim de ocorrência contra ele e tomar as providências cabíveis. É um absurdo e inadmissível que isso acontece dentro da Câmara, um lugar em que eu fui legitimamente eleita pelos cidadadão e cidadãs de Vitória”, disse Camila. Nas suas redes sociais, a vereadora do Psol disse: “Na sessão ordinária de hoje o vereador bolsonarista Gilvan da Federal (Patriotas) me mandou calar a boca em uma nítida prática de violência política de gênero. Mais uma vez!”, acentuou.
Censura no Parque Moscoso
A administração bolsonarista do centenário Parque Moscoso, no Centro de Vitória, transformou o parque em um quartel. Logo na entrada o visitante vai ver uma lista com dezenas de proibições. Até um sobrevôo de drone por cima do parque é proibido, sem falar nas minúcias incabíveis das demais proibições. O ex-presidente da Câmara de Vitória, Vinicius Simões, divulgou em suas redes sociais um vídeo onde ele quase foi agredido fisicamente pelo bolsonarista que ganhou o cargo de administrador do parque, apenas porque queria impedir fizesse um vídeo de celular.
O vídeo em questão tinha como objetivo mostrar o descaso da atual administração municipal com a segurança dos munícipes e, pior, da total insegurança das crianças em utilizar os brinquedos sem manutenção. Uma mãe mandou para o ex-vereador fotos de um grave corte na mão de uma criança que utilizava um desses brnquedos sem manutenção. O bolsonarista que administra o parque não gostou e partiu para cima, como pode ser visto no vídeo.
Processo-14288_2021-Requerimentos_-Outras-atividades-legislativas-3_2021Infração à Ética e ao decoro parlamentar
Enquanto o MPES e a OAB-ES n ao dão uma resposta às inúmeras denuncias contra as sistemáticas e constantes agressões do vereador bolsonarista Gilvan, a vereadora Karla Coser (PT) protocolou nesta quarta-feira o Requerimento 3/2021.O assunto é uma representação por prática de infração à ética e ao decoro parlamentar “em face do vereador Gilvan da federal por atos praticados na sessão ordinária do dia 29 de novembro de 2021 e por meio das redes sociais”, segundo Karla Coser.
O documento foi enviado ao também bolsonarista Davi Esmael, por este ocupar o cargo de presidente da Câmara de Vereadores da capital. A vereadora pediu a leitura do documento que encaminhou por duas sessões ordinárias “e, após, seja encaminhado ao Corregedor Geral, tudo conforme artigos 390 e 39”. Nessa sessão o vereador Gilvan cometeu o crime de racismo religioso, ao denegrir a imagem dos fieis de religiões de origem africana. O bolsonarista não é adaptado à democracia e quer impor a sua vontade e a sua religiosidade sobre as demais pessoas. Ainda não há nenhum ação dentro da Câmara para a cassação do vereador Gilvan.