Agentes de suporte educacional e auxiliares de secretaria escolar da rede estadual de ensino vão realizar uma assembleia nesta quinta-feira (16), às 13 horas, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipublicos), para decidir a decretação de greve na educação pública estadual. O motivo alegado é a discriminação salarial promovida pelo governador Renato Casagrande (PSB), que concedeu um abono natalino de R$ 6,5 mil apenas para os professores e discriminou os demais servidores das escolas.
“Imagina em seu local de trabalho a maioria dos funcionários receber no final do ano R$ 6,5 mil e você ser excluído. Mesmo sua atuação sendo fundamental para as atividades desenvolvidas pelos demais profissionais, você é excluído”, diz o Sindipúblicos-ES em nota .” Essa é a realidade dos agentes de suporte educacional e os auxiliares de secretaria escolar (ASE’s) da rede pública estadual que irão realizar uma Assembleia Geral. A assembleia vai ocorrer na sede do sindicato, localizado na Rua Gama Rosa, no Centro Histórico de Vitória.
Servidor fala de discriminação
Atuando há nove anos como ASE, Fabricio Simões comenta da importância fundamental da secretaria escolar para o funcionamento das escolas. “Não são só os R$ 6,5 mil, é a falta de consideração ao trabalho da secretaria. No auge da pandemia, nós fomos trabalhar presencialmente para confeccionar documento, entregar cestas básicas até em escolas sem vigilância. Tive colegas assaltados dentro da secretaria da escolar”, diz.
“Nessas horas, a secretaria é essencial para o funcionamento da escola, mais para receber o abono somos funcionários do administrativo? Assim como eu, vários colegas já passaram horas para encerrar o Seges visto que alguns professores e pedagogos deixam pendências. Já tive de voltar a escola após meu expediente e sair quase meia noite. Enquanto o professor, que deveria ter fechado seu diário estava descansando. Quando o governador exclui a secretaria do corpo docente das escolas, ele desmerece o trabalho de muitos colegas de profissão.”, completou.
Prazo de 30 dias
Na pauta está inclusive a “decisão sobre possibilidade de deflagração de greve nos termos das leis 7.783/89 e 7.311/02” que caso seja aprovada o governo terá até 30 dias para garantir o pleito requerido pelos servidores. Em caso negativo, os profissionais podem iniciar uma greve por tempo indeterminado.
Além da Assembleia Geral, o Sindipúblicos recorreu ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) para que esse autorize o governo Casagrande a conceder o abono acima a todos os profissionais da educação. Para isso, o Sindipúblicos encaminhou documentação ressaltando a legalidade do pleito, inclusive exemplificando com o caso de outros estados que valorizaram os servidores da educação sem distinção como ocorrido no Espírito Santo.