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Surto de gripe no ES leva unidades de saúde ao caos. Sesa explica diferença entre gripe e surto gripal

O forte surto de gripe no Espírito Santo está lotando as unidades de saúde capixabas | Foto: Gettyimages/Sesa

O forte surto de gripe está trazendo o caos nas unidades de saúde e nos prontos atendimentos do Espírito Santo, que estão ficando superlotados de pacientes em busca da vacina que não tomaram durante a campanha de vacnação que ocorreu entre 12 de abril e 9 de julho últimos. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) já alertou que a expansão do vírus influenza A H3N2 ocorre devido ao pouco interesse do capixaba em ter sido imunizado com a vacina. na época certa.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina nesta última quinta-feira (16) | Vídeo: Instagram

O Estado alcançou a menor cobertura vacinal dos últimos 13 anos. Apenas 75,9% da população, maior de seis meses de idade tomou o imunizante e os mais relapsos foram os idosos acima de 60 anos, onde 143 mil deles ignoraram a vacina e agora são os mais atingidos pelo surto de gripe. São vários os exemplos de desespero da população gripada em busca de socorro nas unidades de saúde da Grande Vitória. Um desses exemplos de exaltação ocorreu nesta última quinta-feira (16) na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Carapina, na Serra.

Mas, o caos vem sendo verificado em todo o Espírito Santo. O aumento de casos de gripe influenza vem provocando também uma maior busca de testes de vírus respiratórios, fato esse registrado pelo Laboratório Central da Sesa em Vitória, o Lacen. Para tirar dúvidas sobre a diferença entre o atual surto de gripe e Síndrome Respiratória Aguda Grave a Sesa preparou um pequeno manual para explicar o que diferencia um caso do outro.

O que diferencia a gripe da síndrome gripal

Febre, calafrios, dores musculares, tosse, dor de cabeça, corrimento nasal, dor de garganta são sintomas típicos das já conhecidas síndromes gripais, ou a popularmente conhecida gripe. Os casos têm aumentado no Espírito Santo, mas é preciso saber a diferença da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

“É preciso entender que a síndrome gripal, ou a gripe, como é popularmente conhecida, é uma infecção que pode ser causada por diferentes vírus, como o da Influenza, do SARS-CoV-2, adenovírus, rinovírus e que atinge o sistema respiratório. É importante diferenciar que a gripe não necessariamente será causada somente pelo vírus Influenza, pois outros vírus também podem causar a síndrome gripal”, explica a referência estadual da Vigilância da Influenza, da Secretaria da Saúde, a infecto pediatra, Mariana Ribeiro Macedo.

Quando esses sintomas passam a se associar à dispneia (falta de ar), desconforto respiratório, baixa oxigenação no sangue, tem-se o quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Nesse caso, há necessidade de internação do paciente. “Assim como a gripe pode ser causada por diferentes vírus, as SRAG’s também podem, que são os pacientes que evoluem com gravidade devido a um quadro respiratório”, destaca Mariana Macedo.

A profissional ressalta que as síndromes gripais têm medidas de prevenção, que são as vacinas, e lembrou: “seja a gripe por influenza ou a Covid-19, o Estado tem doses disponíveis para a população. Elas são uma forma de proteção para que o cidadão não evolua ao caso grave e ao óbito”. Além disso, também é essencial destacar as demais medidas de controle, como a utilização de máscaras, a higienização das mãos e distanciamento social, por exemplo.

Vigilância das síndromes gripais

O Ministério da Saúde determinou a implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza em âmbito nacional, incluindo a vigilância de Síndrome Gripal (SG) em Unidades Sentinelas.

Nessas unidades, os casos de síndromes gripais são coletados e encaminhados aos laboratórios centrais para detecção das cepas de circulação, uma vez que é por meio desse serviço que a vacina Influenza é atualizada anualmente – de acordo com cepas do vírus influenza mais comuns em circulação no País.

“É por esse motivo, e pela diminuição dos anticorpos, que a vacinação contra a Influenza dos grupos prioritários acontece anualmente no Brasil. As unidades sentinelas exercem essa importante função de vigilância das síndromes gripais na elaboração do imunizante da Campanha Nacional da Influenza”, aponta Mariana Ribeiro Macedo.

No Espírito Santo, são nove unidades espalhadas de norte a sul do Estado, que enviam os materiais coletados ao Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) para pesquisa do vírus e de sua genotipagem. Havendo amostras cujas linhagens das variantes não sejam as já conhecidas, são encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para o sequenciamento.

Síndromes gripais com a pandemia do Covid-19

A Secretaria da Saúde informa que, anteriormente à pandemia do novo Coronavírus no Brasil, a síndrome gripal não era um agravo de notificação compulsória. Apenas as Síndromes Respiratórias Agudas Graves eram notificadas.

Em decorrência à pandemia, todos os casos de síndromes gripais passaram a ser considerados casos suspeitos da Covid-19 e encaminhados para testagem. Os casos são notificados e posteriormente confirmados ou descartados.

Desde a confirmação do primeiro caso da Covid-19 no Estado, pouco mais de 626 mil casos já foram confirmados até o momento, entre os mais de 2,3 milhões de casos suspeitos. Os casos descartados, também considerados síndromes gripais, o diagnóstico é confirmado por meio de amostragem do vírus circulante.

No Estado, em 2021, os exames analisados pelo Laboratório Central, tem indicado a predominância da Influenza a (subtipo H3N2), entretanto, até o momento, não há confirmação de que a cepa que está circulando no Espírito Santo é a mesma que tem sido observada nos demais estados.  A Sesa aguarda resultados de sequenciamentos genéticos que foram encaminhados para a Fiocruz.

Cuidados

A Secretaria da Saúde alerta para o aumento do número de casos de síndromes gripais, em observação ao aumento da procura de serviços de saúde pela população, bem como da demanda de exames de pesquisa de vírus respiratórios recebidos pelo Lacen/ES.

Atualmente, a cobertura vacinal dos grupos prioritários é de 78,6%, sendo a meta de 90%. A Sesa alerta também para a baixa cobertura vacinal na população idosa, de 75,9%, o que pode gerar aumento do número de casos graves da doença, incluindo internações e óbitos.

Orientações

A Sesa destaca que é importante a população seguir as orientações de cuidados e mantenha os hábitos que previnem infecções respiratórias, como:

– Uso correto de máscara facial;

– Se vacinar contra a Covid-19 e contra a Influenza;

– Usar lenço descartável para higiene nasal;

– Procurar atendimento médico em caso de sintomas gripais;

– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

– Manter os ambientes bem ventilados;

– Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;

– Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados;

– Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.