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Denúncias do Greenpeace surtem efeito: 5 grandes redes de supermercados europeus e um fabricante de alimentos boicotam carne brasileira

Maiores redes de supermercados europeias e o fabricante de alimentos Princes anunciaram boicote à carne brasileira | Fotos: Divulgação

Após as recentes denúncias feitas por ONGs internacionais, entre essas o Greenpeace, de que grandes pecuaristas brasileiros estão derrubando a floresta amazônica para transformar em pasto para gado de corte, sob aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro, as maiores redes de supermercados da Europa anunciam boicote à carne brasileira. São as redes varejistas do grupo holandês Ahold Delhaize (que possui as marcas de supermercados Delhaize e Albert Heijn), a holandesa Lidl Netherlands (controlada pelo grupo alemão Lidl), a francesa Auchan, os supermercados britânicos Sainsbury’s e o fabricante de alimentos Princes Group, além da subsidiária belga Carrefour Belgium (pertencente ao grupo francês Carrefour).

Apenas uma semana atrás uma investigação do Greenpeace Brasil revelou que grandes frigoríficos do país compram gado, de forma direta ou indireta, de fazendas localizadas em áreas públicas federais e suspeitas de grilagem. Isso significa que a carne vendida tanto no Brasil como no exterior por essas empresas está contaminada com desmatamento ilegal, contribuindo com a destruição da Amazônia, disse o Greenpeace exatamente na sexta-feira da última semana, dia 10 de dezembro.

75% das pastagens surgem com o desmatamento

Além dos casos evidenciados nesse levantamento do Greenpeace, uma análise recente do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) identificou que 75% das florestas públicas não destinadas, entre 1997 e 2020, são ocupadas por pastagem, o que indica ocupação ilegal para pecuária. “A  redução do desmatamento passa pelo combate à grilagem e passa pelo Congresso rejeitar novas flexibilizações na lei que incentivam um ciclo contínuo de invasão de terras públicas.”, afirma Cristiane Mazzetti, porta voz do Greenpeace.

O cruzamento de dados foi feito com base nas 50 maiores áreas de desmatamento na Amazônia entre os meses de agosto de 2020 e julho de 2021. A partir de informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do sistema de alertas Deter, foram levantados dados de cerca de 150 fazendas nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Pará.

Em comunicado, as grandes redes de supermercado e a indústria de alimentos Princes disseram nesta semana que não venderão mais a carne bovina com origem no Brasil ou qualquer produto que tenha como origem a carne de bovinos ligados a empresa brasileira JBS , que contribui para o desmatamento e a destruição da Amazônia. Acrescentaram que não querem participar do esquema de “lavagem de gado” e desmatamento do governo Bolsonaro.