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China formaliza queixa contra EUA na ONU contra satélites do bilionário Musk, que colocam em risco estação espacial

A rede de satélites objetiva oferecer serviço planetário de internet, mas além de riscos contra a vida de astronautas, ainda interfere nas observações astronômicas de cientistas

Musk quer faturar US$ 1 trilhão com o projeto e coloca em risco estudos científicos e a vida de astronautas | Foto: SpaceX

O governo chinês apresentou na ONU uma segunda reclamação contra os Estados Unidos, por permitir a ocupação desordenada do espaço por satélites comerciais do milionário americano Elon Musk, que projeta espalhar sobre o globo terrestre mais de quatro mil satélites para comercializar internet. Além da reclamação de astrônomos, sobre a dificuldade em rastrear o universo a partir da Terra, os satélites que integram o programa Satarlink, da empresa SpaceX, de propriedade de Musk, vem colocando em risco os astronautas que ficam nas estações espaciais.

Nas duas reclamações, sendo a última nesta semana, a China detalha que os dois casos ocorreram com a aproximação dos satélites Starlink 1095 e 2305, respectivamente em 21 de outubro e 3 de dezembro últimos. Os dois satélites de Musk estiveram próximos de provocar uma colisão, o que levaria ao óbitos os astronautas, que estão na estação espacial chinesa Tiangong, que ainda está em construção, mas na qual já existem três astronautas chineses. A empresa do milionário ainda foi acusada de ter omitido o fato à Agência espacial da ONU.

No documento protocolado na ONU, a China alegou: “Por razões de segurança, a Estação Espacial da China foi forçada a realizar uma série de manobras preventivas para evitar colisões”. O documento apresentado pelos chineses foi tornado público pela agência espacial da ONU, com sede em Viena. Ali consta que a China pediu ao secretário-Geral da ONU, António Guterres, “que distribua as informações fornecidas a todos os Estados que fazem parte do Tratado sobre o espaço Exterior”.

Interferência nas observações planetárias

Até em simples aplicativos de observação dos planetas e das estrelas para celulares, como o Stellarium, é possível observar as dezenas de satélites passando na tela e interferindo nas observações planetárias. Para especialistas, uma colisão dessa magnitude poderia destruir completamente a estação espacial chinesa. Os satélites Starlink formam megaconstelações de internet refletindo a luz do Sol e, como resultado, interferem nas observações astronômicas e estudos de áreas variadas, como a física fundamental, cosmologia e até de asteroides que podem ameaçar a Terra.

 O projeto da China com a estação Tiangong, cuja construção foi iniciada em abril deste ano é de estar completamente concluído no final de 2022. O porta-voz do governo chinês Zhao Lijian acusou os Estados Unidos de ” não cumprirem suas obrigações internacionais no espaço” e que os americanos constituem uma ameaça à vida e à segurança dos astronautas chineses”. Atualmente o planeta possui cerca de 30 mil satélites e detritos desses A SpaceX iniciou os lançamentos de satélites em 2019 com objetivo de fornecer internet de qualidade em todo o mundo, com a expectativa de obter umn faturamento de  — incluindo regiões rurais e remotas —, mas seu potencial vai além: como Musk já sugeriu que a conexão total no mundo poderia gerar receita de US$ 1 trilhão (R$ 5,64 trilhões)