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Portuários promovem a segunda paralisação em protesto à privatização da Codesa no dia 28

A omissão do governador do PSB na privatização da Codesa foi apontada na última paralisação, em dezembro | Foto: Cristiane Brandão

No próximo dia 28 deste mês os trabalhadores da orla portuária no Espírito Santo vão realizar a segunda paralisação programada no calendário de lutas conta a privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). A primeira ocorreu no último dia 20 de dezembro com seis horas de interrupção de atividades, entre 7 e 13 horas. Com o tempo progressivo, a próxima será de 12 horas com os serviços interrompidos, para o embarque, desembarque e movimentação de cargas nos terminais portuários gerenciados pela empresa estatal.

No dia 28 de janeiro, a paralisação ocorrerá de 7 às 19 horas. O cronograma de advertência prevê quatro paralisações e as outras duas já estão agendadas para uma data a ser definida em fevereiro e que será de 18 horas de interrupção dos serviços. A quarta e última vai ocorrer em março, com paralisação de 24 horas. Após o cumprimento desse calendário, as entidades portuárias vão se reunir em uma nova Plenária Nacional para avaliar os movimentos e decidir como vai continuar a luta contra privatização dos portos públicos.

O movimento local coincide com a pauta nacional da categoria, que também cumpre esse mesmo calendário de lutas. No primeiro movimento, em 20 de dezembro, a categoria interrompeu as atividades no Porto de Vitória e no Porto da Barra do Riacho, em Aracruz, além de ações intensas no Porto de Capuaba, em Vila Velha. Neste último foi necessário o uso de pneus em chamas, devido à insistência de caminhoneiros que tentavam furar o movimento ao querer entrar ou sair do terminal portuário.

Projeto de destruição do trabalho nos portos

Além da privatização da Codesa em curso, ainda há um projeto bolsonarista de destruição do trabalho portuário. O Projeto de Lei 3.771/21, proposto pelo deputado federal bolsonarista. Júlio Lopes, caso venha a ser aprovado acabará com o trabalho de aproximadamente 40 mil trabalhadores portuários avulsos (TPA). A atividade dos TPAs inclui estivadores, arrumadores, vigias, conferentes e bloco, atividades que são exercidas há séculos no Brasil, onde todas as divisas/bens que entram e saem do nosso país, são transportadas através destes trabalhadores, os quais não possuem garantia de emprego ou trabalho, sendo remunerados somente quando são escalados para determinado trabalho.

Como ocorre com os bolsonaristas em geral, o deputado que é autor dessa lei é um ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro Júlio Lopes (PP) que foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido propinas de mais de R$ 14 milhões entre 2010 e 2015, segundo investigações do próprio MPF. A denúncia foi feita no mesmo dia em que foi deflagrada a Operação Fim do Túnel, em parceria com a Polícia Federal (PF) e Receita Federal.