O Espírito Santo está entre na zona de alerta intermediário para a ocupação de UTIs com pacientes infectados pela variante Ômicron do Covid atingindo 72,22%, segundo o dado mais atualizado na ocupação da UTI do Hospital Dr Jayme Santos Neves. O alerta foi feito pela divulgação do mais recente Boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Mesmo diante do alerta, o governo do Estado ainda não adotou medidas para conter aglomerações em shopping centers, praias, boates, igrejas e, principalmente, os ônibus sem janelas e com ar condicionado insuficiente dos ônibus do sistema Transcol. O passaporte para acesso a locais fechados também não é exigido pelo atual governo do PSB capixaba.
A Fiocruz está alertando que, diante do aumento explosivo de casos de Covid -19 no país no início de 2022, está provocando um crescimento vertiginoso no número de hospitalizações e internações em todo o Brasil. E o Espírito Santo não é uma ilha da fantasia ou se encontra em um planeta distante da Terra. Em outros Estados há preocupação do poder público estadual diante do aumento expressivo das hospitalizações de pacientes com Covid. Leia a íntegra do mais recente Boletim Covid da Fiocruz, em arquivo PDF:
nota_tecnica_observatoriocovid19_2022-01-13Em nota, a Fiocruz disse: “Pelas taxas observadas no dia 10 de janeiro e em comparação com a série histórica, o documento mostra que um terço das Unidades Federativas e dez capitais encontram-se nas zonas de alerta intermediário e crítico. Segundo a análise, o estado de Pernambuco (82%) está na zona de alerta crítico; e Pará (71%), Tocantins (61%), Piauí (66%), Ceará (68%), Bahia (63%), Espírito Santo (71%), Goiás (67%) e o Distrito Federal (74%) na zona de alerta intermediário. Entre as capitais, Fortaleza (88%), Recife (80%), Belo Horizonte (84%) e Goiânia (94%) figuram na zona de alerta crítico; e Porto Velho (76%), Macapá (60%), Maceió (68%), Salvador (68%), Vitória (77%) e Brasília (74%) na zona e alerta intermediário”.
Rápida proliferação da variante Ômicron
A nota alerta para o novo crescimento nas taxas de ocupação de leitos de UTI diante da ampla e rápida proliferação da variante Ômicron no Brasil. Ao mesmo tempo, destaca que “menções a um possível colapso no sistema de saúde, neste momento, são incomparáveis com o que foi vivenciado em 2021”. Segundo os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo Boletim, o número de internações em UTI hoje ainda é “predominantemente muito menor” do que aquele observado em 2 de agosto, por exemplo, quando já no quadro de arrefecimento da pandemia leitos começavam a ser retirados. O documento ressalta ainda que o grande volume de casos já está demandando de gestores atenção e o acionamento de planos de contingência.
“Sem minimizar preocupações com o novo momento da pandemia, consideramos fundamental ratificar a ideia de que temos um outro cenário com a vacinação e as próprias características das manifestações da Covid-19 pela Ômicron. Por outro lado, não podemos deixar de considerar o fato de a ocupação de leitos de UTI hoje também refletir o uso de serviços complexos requeridos por casos da variante Delta e casos de Influenza”, ressaltam os pesquisadores”, diz a Fiocruz.
O documento ainda destaca que “tão importante quanto estar atendo à necessidade de reabertura de leitos, é reorganizar a rede de serviços de saúde no sentido de dar conta dos desfalques de profissionais afastados por contrair a infecção, garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes empregando, por exemplo, teleatendimento, e prosseguir na vacinação da população”.