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Brasileiro vai desembolsar R$ 619,7 milhões por mês para comprar autoteste de Covid

O contribuinte brasileiro terá de tirar do bolso o dinheiro para comprar o autoteste para Covid | Foto: Divulgação/fabricante

O pedido do governo Bolsonaro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação do kit de teste rápido para o Covid-19, além de eximir o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) da sua obrigação de repassar aos Estados e municípios a testagem contra o novo coronavírus, ainda vai contribuir para o enriquecimento dos donos de nove fabricantes e importadores desses testes no Brasil. A expectativa é que sejam comercializados 100 milhões de kits por mês nos 26 Estados e no Distrito Federal. A receita mensal, considerando o valor do kit em Portugal em 10 euros, será de no mínimo R$ 619,70 milhões por mês.

O valor do kit na Europa é variável, custando em média 6 euros (R$ 37,19) na França, 7,20 euros (R$ 44,63) na Itália e o preço médio de 10 euros (R$ 61,98) em Portugal.. A referência portuguesa foi utilizada porque há o acréscimo de transporte, comissão do importador e o tradicional lucro exagerado de empresários do setor da saúde no Brasil. Em Portugal o fabricante Auchan disponibiliza embalagens de 5 testes por 13,49 euros (R$ 83,61).

Já são nove empresas interessadas

A expectativa de vendas mensal foi obtida pelo portal de notícias Metrópoles, de Brasília, junto à Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), que também foi a mesma fonte que disse existir nove empresas brasileiras e internacionais que têm intenção comercializar autoexames para o mercado brasileiro. No entando, a mesma CBDL advertiu ao portal brasiliense que a quantidade de exames disponibilizados por mês ao país pode chegar a bilhões, caso a indústria internacional exporte-os para o Brasil.

Apenas duas informaram que a fabricação dos autoexames deverá ser realizada no Brasil: Labtest e Siemens. As demais empresas disseram que vão importar os kits de auto teste. A Anvisa deu um prazo de 15 dias para o Ministério da Saúde de Bolsonaro dar maiores detalhes de uma medida onde o governo se exime de qualquer responsabilidade em comprar o produto e distribuir aos Estados e municípios. O custo fica para os bolsos dos brasileiros.