Após os grupos bolsonarista e evangélicos radicais de direita, que atuam na atual administração do prefeito de Vitória (ES) Lorenzo Pazolini (Republicanos terem deixado, por pirraça ou não, a estátua de Iemanjá às escuras no Dia de consagração dessa divindade dos cultos de origem africana, vereadora requer que seja assegurada iluminação permanente. A implicância dos bolsonarista e dos grupos evangélicos xiitas dentro da Prefeitura de Vitória e da Câmara de Vereadores já levou, no final do ano passado, a um protesto de grupos religiosos de raízes africanas na frente do legislativo municipal.
A proposta foi formulada pela vereadora Camila Valadão (PSOL), que pela norma daquela casa de leis, enviou o Pedido de Indicação ao presidente da Câmara, o vereador evangélico e xiita de direita Davi Esmael (PSD). “Excelentíssimo senhora presidente da Câmara Municipal de Vitória, vereador Davi Esnael: A Vereadora signatária, no uso de suas prerrogativas regimentais, com base nos arts. 182 e 231, ambos do Regimento Interno da Câmara Municipal de Vitória (Resolução n. 2.060/21), requer a Vossa Excelência que seja encaminhada ao Chefe do Poder Executivo Municipal de Vitória a presente Indicação”, iniciou Valadão.
Iluminação deve ser assegurada no Pier de Iemanjá
“Indico à Prefeitura Municipal de Vitória que assegure a iluminação permanente do Píer de Iemanjá, que abriga o monumento em homenagem a Iemanjá’, escreveu a vereadora do PSOL no documento. Na justificativa, ela lembrou que a estátua de Iemanjá, localizada em um dos píers da Praia de Camburi, é uma homenagem e reverência da cidade de Vitória às religiões afro-brasileiras. Encomendada pelo então prefeito de Vitória (1988) Hermes Laranja, o monumento à rainha das águas é a única referência pública na arquitetura da cidade que acolhe os/as praticantes dos cultos afro-brasileiros. Leia a íntegra da solicitação da vereadora do PSOL, em arquivo PDF:
Processo-1303_2022-P.-de-Indicacao-914_2022Além de ser uma referência religiosa de relevância, o Píer de Iemanjá é também um local turístico, de ampla visitação e circulação tanto de munícipes quanto de turistas, além de pessoas que utilizam o espaço para caminhadas e atividades esportivas no entorno, prosseguiu a vereadora.
Indignação e insegurança
“No dia 2 de fevereiro de 2022, no horário das cerimônias e honrarias em frente ao monumento, as luzes do pier estavam apagadas.Pessoas presentes no local prestaram suas homenagens a Iemanjá num ambiente de pouca visibilidade, o que gerou indignação e insegurança, visto que no local havia a presença de idosos e crianças, requerendo mais cuidados com a mobilidade dessas pessoas”, disse a vereadora na Justificativa.
“Sendo assim, garantir no Píer de Iemanjá iluminação bem como a sua manutenção, demonstra respeito com o espaço público de fé e devoção, além de propiciar aos visitantes do horário noturno segurança e condições de acessibilidade ao local”, finalizou.