por Francisco Celso Calmon
No dia de seu aniversário de 42 anos, o PT recebeu pelos jornais o presente da ingratidão do governador do ES, Renato da Casagrande
No dia 12, sábado próximo, o governador do ES, PSB, irá receber o juiz ladrão, corrupto, destruidor de reputações, agente dos órgãos de informação/espionagem e promotor de guerra híbrida dos EUA, Sérgio Mouro, o ex-magistrado, declarado pela mais alta corte do país como parcial, e chefe de quadrilha, juntamente com ex-procurador da lava jato, Deltan Dallagnol, que iriam se apropriar de 2.600 milhões para formar um instituto promovedor de suas candidaturas.
Sergio Moro não faz parte do campo democrático, não deve ser bem vindo a qualquer mesa ou gabinete do espectro democrático brasileiro.
Tem as digitais sujas por ter sido algoz do Lula, subversivo do devido processo legal e do pleito eleitoral passado, é um delinquente da Justiça e da democracia. Recebê-lo será uma afronta aos princípios democráticos, uma bofetada a todos que foram condenados irregularmente por ele e uma falta de apreço ao PT e ao seu candidato, Luiz Inácio Lula da Silva.
Não se deve abrir mão da ética de princípios, se somos realmente democráticos, se estamos num partido socialista, se estamos querendo construir um país dos sonhos das brasileiras e brasileiros.
A lava jato como está mais do que provado foi a parideira da candidatura e vitória do Bolsonaro, e como a ‘conje’ do juiz ladrão declarou: Bolsonaro e Mouro são uma coisa só.
Renato Casagrande iniciou a militância político-partidária no PCdoB, em Viçosa, interior de MG. No ES foi eleito deputado estadual em 90 pelo PSB, em 94 concorreu a vice-governador na chapa vitoriosa encabeçada pelo PT e foi secretário de agricultura nesse governo.
Foi candidato ao Senado, tendo na suplência Ana Rita do PT, eleito em 2006, cumpriu metade do mandato.
Em decorrência de acordo nacional, em parte semelhante ao que está em curso, foi alçada a sua candidatura ao governo estadual, tendo na vice um quadro do PT, e a chapa foi vencedora em 2010.
Candidato à reeleição, foi derrotado pelo outro coroné da política no ES, Paulo Hartung; com a desistência de PH à reeleição, RC ganhou o atual mandato, dessa feita, sem a participação do PT, que lançou candidatura própria, Jackeline Rocha.
A carreira de Casagrande foi na alça do Partido dos Trabalhadores, ganhou visibilidade e musculatura eleitoral via e com o PT ombreado.
Ter ingratidão na política é equivalente à traição, perde a honorabilidade da palavra, do acordo, do contrato tácito, especialmente com aqueles que já o fortaleceram, que lhe deram luz.
“O pecado da ingratidão é mais grave do que o pecado da vingança. Com a vingança, retribuímos o mal com o mal, mas com a ingratidão retribuímos o bem com o mal.” – W. Eugene Hansen.
Do pequeno andar que o ES ocupa no quadro eleitoral do país, Casagrande está se valendo de quando o PSB ainda era um partido pequeno para fazer traquinagens de matuto e melar a federação partidária.
Sua recepção ao candidato Moro não é apenas uma demonstração de um caráter pequeno, próprio do egoísmo dos ingratos, como também uma demonstração de quem coloca o Brasil abaixo de seus interesses paroquiais.
Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato. – Goethe.
Antes de esputar no prato que comeu, deveria saber que a fome não dá uma vez só, mesmo para aqueles que se alimentam das vérminas dos ressentimentos, dos rancores e humores da incoerência.
A generosidade e flexibilidade do PT não deve ser confundida ou entendida como tibieza. Mesmo no estado, um dos mais conservadores do Brasil, o partido é o maior em filiados e militância.
Não é meritório cobrar gratidão, mas não é aceitável que com as lâminas da ingratidão se mutile um esforço das forças democráticas partidárias para vencer o bolsonarismo e inaugurar uma forma de unidade para desenvolver o país com liberdade e justiça social, livrando a todos os brasileiros do autoritarismo negacionista e genocida do governo bolsonarista do qual Mouro foi ministro.
Receber Moro é uma atitude repugnante!
Muitas verdades ainda escondidas virão a púbico a respeito desse escroque, quem esteve ou ainda estiver com ele vai ficar perante a história respingado das falcatruas desse outsider da política, quinta-coluna do Brasil e de nossa democracia em construção.
Casa-Grande, tome tenência, escolha seu caminho, e respeite a história do PSB.
A identificação do Renato é com o seu próprio sobrenome, porque está mais para a Casa-Grande do que para a Senzala.
Doravante seu nome político deve ser acrescido da preposição de e passar a ser Renato da Casagrande.
Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça