O projeto de lei (PL) 3.723/2019 que prevê ampliar o armamento da população civil e que teve como relator o defensor do armamento da população civil e correligionário do ex-juiz parcial Sergio Moro no partido Podemos, o senador Marcos do Val, poderá ser votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (23). É o que informa a Agência Senado. Se for aprovado pelo colegiado, o texto segue para o Plenário do Senado.
Esse projeto é mais um ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) à democracia e que objetiva facilitar as regras de registro, cadastro e porte de armas de fogo por pessoas que o PL denomina de “caçadores, atiradores esportivos e colecionadores”. O projeto foi imediatamente acolhido pelo senador eleito pelo Espírito Santo, que até agora não apresentou nenhum projeto de interesse social ou para amenizar o desemprego recorde e a fome de milhões de brasileiros.
Obsessão de Bolsonaro
A obsessão de Bolsonaro em promover o armamento da população civil foi um dos itens que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva as criticar durante entrevista à televisão norueguesa nesta semana. Lula disse para os noruegueses que a única coisa que Bolsonaro entende é de contar oito mentiras por dia e de fazer propaganda de armas. “Ele não percebe que fazer doação é livros é melhor para a Nação do que fazer propaganda de armas. Ele não percebe que o amor é melhor do que o ódio”.
De acordo com a Agência Senado, o senador que apoiam a obsessão doentia de Bolsonaro por armas, como é o caso de Marcos do Val, permite a elevar a quantidade de armas nas mãos da população civil, projeto este que foi aprovado no mesmo ano de sua apresentação (2019) pela Câmara dos Deputados. O PL 3.723/2019 altera o Estatuto do Desarmamento, o Código Penal, a Lei de Segurança Bancária e a Lei de Segurança Nacional, além de disciplinar o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), para permitir que qualquer um denominado de “caçador”, “atirador esportivo” ou “colecionador” possa estocar armas em casa.
O texto original permitia a concessão de porte de armas de fogo para novas categorias, além das previstas no Estatuto do Desarmamento, por meio de decreto presidencial. O parecer de Marcos do Val acolheu as alterações feitas pela Câmara. Uma das principais mudanças é a inclusão desse grupo de armamentistas no Estatuto do Desarmamento. O texto estabelece que a quantidade de armas autorizadas para caça ou tiro esportivo será regulamentada pelo Comando do Exército, assegurado o mínimo de 16 armas de calibre permitido ou restrito (das quais 6, no mínimo, poderão ser de calibre restrito). Leia a íntegra do projeto armamentista, que foi encampado pelo senador do Podemos, em arquivo PDF:
PL-3723-2019Projeto permite transportar armas para pronto uso
O PL 3.723/2019 permite a esses armamentistas transportar uma arma curta para pronto uso, durante o trajeto entre o local de guarda do acervo e o local de treinamento, prova, competição ou caça. Pelo projeto, as solicitações de concessão ou de renovação de Certificado de Registro do Exército (CR) dos atiradores e dos caçadores poderão ser encaminhadas (individualmente ou por entidade de tiro registrada) ao Comando do Exército, a quem cabe o controle e fiscalização das novas regras.
Esse senador eleito pelo Espírito Santo, não fala sobre o aumento da fome, do desemprego e da miséria e quais a medidas para combater a injustiça social, massa disse que viu que “o Brasil experimenta uma significativa expansão nos registros de armas desde 2018”. Em 2020, foi atingida a marca de 1.279.491 armas registradas no Sinarm, o dobro do que se verificada três anos antes, comemorou o senador do mesmo partido do ex-juiz parcial.
“Essa circunstância torna patente a necessidade de robustecer a fonte normativa para a circulação desses artefatos, no que o texto aprovado na Câmara dos Deputados se apresenta bastante exitoso, sobretudo pela rígida e criteriosa sistemática que propõe”, comemorou Marcos do Val.