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Em ano eleitoral, deputados estaduais propõem elevar a quantidade de pessoas armadas nas ruas


Deputados estaduais capixabas, de olho na reeleição, propõem aumentar o número de pessoas andando armadas pelas ruas, em um Estado on de somente no ano passado 1.120 pessoas foram assassinadas por armas de fogo


Ao invés de combater o armamento da população civil, três deputados estaduais querem mais pessoas armadas | Foto: Senado

Em ano eleitoral, deputados estaduais produzem projetos de leis (PLs) de cunho eleitoreiro, sem se preocupar com as consequências do que estão propondo. Esse é o caso de três parlamentares regionais que estão propondo ampliar a quantidade de pessoas com porte de arma pelas ruas, em um Estado onde a violência e o assassinato por armas de fogo é elevado. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) no ano passado foram mortos 1.120 pessoas no Espírito Santo por armas de fogo, sendo 1.060 homicídios dolosos, 43 por latrocínio e 17 por lesão corporal seguido de morte. Em janeiro deste ano foram assassinadas 97 pessoas.

Mas, de olho na reeleição e para agradar o segmento bolsonarista e os mais radicais de direita, o deputado de direita Rafael Favatto Garcia, que gosta de ser chamado de “Dr Rafael Favatto” e filiado ao partido bolsonarista Patriota, protocolou um projeto de lei armamentista. Para contribuir com o armamento da população civil, como apregoa o presidente Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar com base eleitoral em Vila Velha (ES) protocolou o PL 57/2022. O intuito é obrigador ao Estado a dar porte de armas para o segmento da sociedade civil denominado de “praticante de tiro esportivo”.

Estatística oficial da Secretaria de Segurança sobre os criemes com armas de fogo no ES no ano passado

Mais pessoas armadas nas ruas

Ao invés de combater o aumento de pessoas armadas nas ruas de um Estado onde a violência é elevada, o deputado bolsonarista alegou em sua proposta que “reconhece o risco da atividade (do “atirador esportivo”) no âmbito estadual (e) a fim de viabilizar que os atiradores esportivos obtenham, junto à Polícia Federal, o porte de arma de fogo no dia a dia”. No seu projeto o parlamentar não se preocupou em ver junto às autoridades policiais a quantidade de pessoas que terão direito de andar com arma na cintura. Não existe essa informação na justificativa.

O deputado armamentista do partido de direita conseguiu apensar juntar ao seu projeto mais dois PLs nesse sentido, que tecnicamente é chamado na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) de apensar. Anexado está o PL 62/2022, do deputado bolsonarista Lucinio Castelo de Assumção, que gosta de ser chamado de “capitão Assumção”, do mesmo partido de B olsonaro, o  PL. Outro projeto apensado é o PL 65/2022, de autoria do deputado armamentista Vanderson Alonso Leite, que prefere ser chamado de “Vandinho Leite”, do PSDB.

O armamentista Vandinho Leite disse em um release da Ales que 90% dos atiradores têm o pedido de andar armado pelas ruas negado pelas autoridades policiais, “com base no artigo 10, parágrafo 1°, inciso I do Estatuto do Desarmamento”. Assim, mesmo com o número de assassinatos por armas de fogo sendo elevado no Espírito Santo “o porte (de arma) deve ser amparado na necessidade da atividade profissional ou risco enfrentado pelo requerente. O grande motivo do indeferimento, é o fato do atirador não ter demonstrado a efetiva necessidade, seja pelo risco da atividade ou pela ameaça à integridade física”,completou o deputado que tem sua base eleitoral na Serra.