As ameaças dos grandes latifundiários brasileiros de que vai faltar fertilizantes não procede, já que o governo russo deu a garantia de continuar fornecendo normalmente
A guerra na Ucrânia não vai interferir nas relações comerciais, econômicas e de investimentos entre o Brasil e a Rússia. A afirmação foi feita pelo embaixador russo no Brasil, Aleksei Labetsky através da agência de notícias russa Sputnik neste último final de semana. “O Brasil é o nosso principal parceiro comercial no continente latino-americano, o volume de negócios do ano passado foi de quase US$ 7,5 bilhões (cerca de R$ 37,87 bilhões)”, assinalou o embaixador.
“Evidentemente, pretendemos desenvolver e fortalecer essa tendência inclusive nas novas condições. Durante a visita oficial do presidente Jair Bolsonaro ao nosso país, suas conversações com liderança russa e Vladimir Putin foi enfatizado o interesse mútuo no desenvolvimento de relações comerciais, econômicas e de investimento”, disse Labetsky. A Rússia e o Brasil buscam preservar as relações comerciais, econômicas e de investimento existentes, com destaque especial para a exportação de fertilizantes russos, acrescentou o diplomata aos jornalistas da Sputnik.
Fertilizantes
O embaixador ainda observou que o Brasil, sendo um grande mercado para fertilizantes russos, hoje está na vanguarda da produção agrícola. “Os fertilizantes russos desempenham um papel importante no apoio e desenvolvimento do agronegócio, do setor agroindustrial, que se tornou a locomotiva da economia brasileira. E pretendemos, tal como o lado brasileiro fazer tudo para garantir que o que fizemos e acumulamos no período anterior funcione tanto hoje como no futuro”, acrescentou o diplomata russo.
Ele ressaltou que a afinidade mútua e parceria estratégica permitirão que Rússia e Brasil encontrem ferramentas de colaboração nas áreas de finanças e investimento ante as atuais sanções contra os bancos russos. O embaixador russo disse também que as sanções unilaterais ilegais impostas pelo chamado Ocidente coletivo, especialmente os EUA e nações europeias, são um novo desafio para os dois países economicamente conectados.
“Uma resposta neutralizante deste desafio [das sanções dos EUA e da UE contra instituições financeiras russas] só pode ser encontrada em ações conjuntas de oponentes da trajetória de sanções: aqueles que pretendem apoiar tudo o que já foi feito no interesse dos nossos dois povos, das nossas duas economias e os produtores, sejam eles de fertilizantes russos ou produtores agrícolas brasileiros”, concluiu Labetsky. O chefe da missão diplomática russa no Brasil disse que não há qualquer censura da mídia russa no Brasil, a país sul-americano rejeita a própria possibilidade de sanções unilaterais.