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Caetano Veloso, artistas e organizações se reúnem em Ato Pela Terra contra Pacote da Destruição


O ato é nesta quarta-feira (9). A bancada capixaba do Câncer, como são denominados os deputados federais que aprovaram o projeto para colocar mais veneno no prato de comida é formada pelos bolsonaristas Amaro Rocha Nascimento Neto (Republicanos-ES), Evair Vieira de Melo (PP-ES), Felipe Rigoni Lopes (UniãoES), Josias Mario da Vitória (Cidadania-ES), Lauriete Rodrigues de Jesus (PSC-ES), Neucimar Ferreira Fraga (PSD-ES), Norma Ayub Alves (União-ES) e Soraya Manato (União-ES). O eleitor deverá lembrar dos políticos contrários ao interesse da população e que são contra alimentos saudáveies na hora do votar


Caetano Veloso fez as convocações e obteve apoio de grandes nomes da música e da TV, além de entidades de defesa do meio ambiente | Foto: Pablo Vergara/Divulgação

O “Ato pela Terra contra o pacote da destruição”, idealizado pelo cantor Caetano Veloso e que ocorrerá em frente ao Congresso Nacional, nesta quarta-feira (9) vai reunir artistas consagrados da música brasileira, organizações e movimentos da sociedade civil. O protesto pacífico tem como objetivo pressionar os congressitas a rejeitar cinco projetos de lei que representam impactos irreversíveis para a Amazônia, direitos humanos, clima e a segurança da população. O protesto ocorrerá às 15h.

“É hora de botar a cara na rua”, diz o cantor Caetano Veloso, que, junto com Criolo, Maria Gadú, Seu Jorge, Bela Gil, Bruno Gagliasso e diversos outros artistas e organizações, irá a Brasília no próximo dia 09 de março, quarta-feira, para participar do Ato Pela Terra. O evento visa denunciar o Pacote da Destruição. De acordo com a ONG internacional Greenpeace, ruralistas e aliados do governo Bolsonaro não escondem o interesse em avançar com o Pacote da Destruição nas próximas semanas.

Voz de Caetano Veloso em uma das convocações que fez pelo ato em favor do meioambiente nesta quarta-feira, em Brasília

Legalização de crimes ambientais

Caso sejam aprovados, os projetos de lei irão legalizar crimes ambientais, aumentar o desmatamento na Amazônia e outros ambientes naturais e liberar o garimpo em Terras Indígenas, o que vai na contramão do combate à crise climática. Essas propostas pretendem aumentar o lucro de poucos, enquanto ameaçam o bem-estar da atual e das futuras gerações. “Atenção, pessoal! O mundo está em guerra e diante de tão graves ameaças à vida e ao meio ambiente, está na hora da gente se manifestar”, disse Caetano Veloso no miniblog Twitter.

Além do cantor e compositor Caetano Veloso já confirmaram presença no ato Maria Gadú, Seu Jorge, Nando Reis, Bela Gil, Christiane Torloni, Letícia Sabatella, Bruno Gagliasso, Lázaro Ramos e Natiruts, além de 11 organizações: 342 Amazônia, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Mídia NINJA, Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Observatório do Clima, ClimaInfo, Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Conselho Indigenista Missionário (CIMI). O Greenpeace Brasil é um dos apoiadores.

Projetos para desmatar a Amazônia

“Se esse pacote de leis for aprovado, crimes ambientais serão legalizados e o Brasil se tornará um dos maiores párias climáticos do mundo. Além disso, qualquer tentativa de controlar o desmatamento num novo governo estará fadada ao fracasso”, diz o manifesto assinado por artistas e organizações.

Oito dos 1º deputados federais do Espírito Santo ignoram que há um eleição e que seus nomes não poderão vir a ser renovados devido à submissão aos interesses das grandes multinacionais do agrotóxico e dos ruralistas que defendem o envenenamento dos alimentos. A bancada do Câncer capixaba é formada pelos seguintes parlamentares:Amaro Rocha Nascimento Neto (Republicanos-ES), Evair Vieira de Melo (PP-ES), Felipe Rigoni Lopes (UniãoES), Josias Mario da Vitória (Cidadania-ES), Lauriete Rodrigues de Jesus (PSC-ES), Neucimar Ferreira Fraga (PSD-ES), Norma Ayub Alves (União-ES) e Soraya Manato (União-ES)

Pacote da destruição

São várias, segundo o Greenpeace, mas foi destacado que quatro temas são mais urgentes, porque estão com mais chance de avançar dentro do Congresso Nacional:: PL da Grilagem, Pacote do Veneno, PL do (fim do) Licenciamento Ambiental e os PLs Anti-Indígenas. A seguir leia o resumo de cada um  deles:

PL da Grilagem (PL 2.633/20 e PL 510/21):

A grilagem nada mais é do que o roubo de terras e florestas públicas. Mesmo sendo crime, os parlamentares ruralistas querem legalizá-la: em 2021, aprovaram a proposta na Câmara, mas o Senado ainda pode frear esse perigo. Além de beneficiar quem já invadiu e desmatou de forma criminosa, se aprovado, o PL irá incentivar ainda mais ilegalidades, desmatamento e violência contra povos indígenas, comunidades quilombolas e agricultores e agricultoras familiares.

Pacote do Veneno (PL 6.299/2002):

Indo contra a mobilização da sociedade e da ciência, o Pacote do Veneno foi aprovado às pressas na Câmara no começo de fevereiro e agora também está no Senado. A proposta libera o uso e registro de mais agrotóxicos no Brasil, inclusive cancerígenos e que são proibidos em outros países devido aos seus riscos irreversíveis à saúde humana e ao meio ambiente.

PL do (fim do) Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021, antes PL 3.729/2004):

O Licenciamento Ambiental é um dos principais instrumentos de proteção ao meio ambiente e às comunidades impactadas por empreendimentos como a construção de hidrelétricas e rodovias. Conhecido como “PL da Boiada”, o projeto passou pela Câmara de forma vergonhosa no ano passado, apesar de fragilizar e eliminar medidas importantes para a segurança e a saúde da população e das riquezas naturais. Agora, tramita no Senado.

PLs Anti-Indígenas (PL 490/07 e PL 191/20):

Esses PLs ameaçam os direitos e a vida dos povos indígenas, porque violam a Constituição Federal e liberam empreendimentos de grande impacto em territórios tradicionais. O ponto mais importante do PL 490 é o Marco Temporal, uma tese criada por ruralistas para explorar Terras Indígenas e que também está em análise no Supremo Tribunal Federal, com julgamento previsto para 23 de junho. Já o PL 191 autoriza a exploração de Terras Indígenas (como garimpo, hidrelétricas e rodovias), inclusive nas que têm povos isolados.