O mesmo parlamentar da direita capixaba teve apoio de outros parlamentares da Assembleia Legislativa do Espírito Santo para dar porte de arma a outro segmento da sociedade civil, os denominados “praticantes de tiro esportivo”. A vulgarização do porte de arma ameaça a segurança da sociedade
Os vigilantes privados, que aparecem com frequência no noticiário como autores de cenas de racismo, violência gratuita com cidadãos em compras em supermercados, entre outros crimes contra a população, poderão andar armados e legalmente pelas ruas dos 78 municípios do Espírito Santo. É o que prevê o projeto de lei (PL) 60/2022. O autor é o deputado armamentista e bolsonarista Rafael Favatto Garcia, que se autodenomina Dr Rafael Favatto, do partido de direita Patriota.
Essa é a segunda investida do deputado bolsonarista de ir promovendo o armamento da população civil gradualmente e por cada segmento de atividade profissional. Na semana passada, o mesmo parlamentar direitista pediu e conseguiu o apoio de outros deputados bolsonarista para o PL 57/2022. Esse outro projeto dar também porte de arma para o segmento da sociedade civil denominado de “praticante de tiro esportivo”. Assim, aos poucos, o armentista vai cumprindo o desejo do presidente Jair Bolsonaro (PL) de armar a população.
No projeto de lei 60/2022, o deputado que tem base eleitoral em Vila Velha, quer que os seguranças exibam pelas ruas armas na cintura e tenda basear a proposta de uso pessoal dos armamentos a uma legislação que estabelece esse direito “as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas”, como ele mesmo destacou. Ele ainda diz que os vigilantes “mesmo não estando em serviço eles podem precisar agir em sua própria defesa ou de outra pessoa”.
Violência rotineira praticada por seguranças
O Espírito Santo coleciona vários episódios de violência de seguranças contra o cidadão. Há casos em postos de combustíveis e em supermercados. O mais recente foi o espancamento de um cidadão negro por seguranças brancos do supermercado Carone, no Bairro Laranjeiras, na Serra. Há o episódio do assassinato do negro João Alberto Silveira por seguranças de uma loja da rede francesa Carrefour, em Porto Alegre (RS). No mês passado houve outro caso de racismo provocado por seguranças no Big Bompreço, do Shopping Salvador, na Bahia, onde dois seguranças agrediram dois jovens após uma sessão de racismo.
Mas,.o bolsonarista que tem assento na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) não está preocupado com os crimes que possam vir a ser praticados por essa categoria despreparada. O interesse estar em obter o voto desse segmento, já que neste ano tem eleição para renovação de mandato de deputados estaduais. No único artigo do seu projeto, o deputado bolsonatista ao invés de dizer que fica reconhecida a periculosidade da atividade de segurança contra a sociedade, ele escreveu: “Art. 1º Fica reconhecida a periculosidade da atividade de segurança e autorizado o porte permanente de arma de fogo pelos seguranças armados, em serviço ou não, que prestam serviços em instituições públicas ou privadas no Estado”.