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Grupo Tropeiros Leopoldinenses mantém viva a tradição da cavalgada no Espírito Santo

Cavalgada realizada pelo Grupo Tropeiros Leopoldinenses, realizada neste domingo (20) | Vídeo: YouTube/Canal Grafitti News

O Grupo Tropeiros Leopoldinenses mantém viva a tradição da montaria em cavalos e, periodicamente, reúnem-se entre amigos para fazer cavalgadas, um lazer que relembra as tradições de Santa Leopoldina que remontam à época do Império. A cidade, que já possui no seu calendário de festas municipais uma data em comemoração ao tropeiro, realiza a maior cavalgada da Região Sudeste do Brasil, realizada em agosto. Neste último domingo (20) o grupo realizou mais uma cavalgada. Dessa vez foi realizado um percurso de 17 quilômetros, entre a sede de Santa Leopoldina e a região conhecida como Colina Verde, próximo ao Distrito de Mangaraí. Cerca de 31 animais, com predominância para a raça Manga-larga Marchador, participaram.

Os cavaleiros e as amazonas eram formados por homens, mulheres e crianças. O Grupo Tropeiros Leopoldineses foi criado pelo comerciante de Santa Leopoldina, Edinho Vieira, que indicou o produtor rural Sérgio Angeli Lago para falar em nome dos Tropeiros Leopoldinenses. Este último resumiu o que é a cavalgada dessa forma: “É um prazer. Uma alegria estar reunindo amigos, diversificando a amizade e trazendo pessoas novas ao nosso grupo, que tem 13 anos de existência”, disse o produtor rural Sérgio Angeli Lago, um dos organizadores das cavalgadas do Grupo Tropeiros Leopoldinenses.

Ele explicou que que oficialmente o grupo surgiu em 2013, mas antes desses nove anos de existência formal, os atuais componentes já vinham realizando cavalgadas dentro do município. Incluindo as crianças, o grupo tem a participação de 70 pessoas, diz Sérgio Lago. Fora as crianças são cerca de 50 participantes ativos, prosseguiu. No percurso deste domingo, ele disse que é considerado um pouco extenso, em estrada de chão e com até três paradas.

Lago acrescentou que o hábito é cavalgar entre cinco a sete quilômetros e para descansar os animais. Lago disse que o grupo tem uma camisa de identificação que traz a arte com a identificação do grupo e que os participantes devem participar de, no mínimo, dois de cada três eventos organizados.

Grupo Tropeiros Leopoldinenses | Foto: Érico Santana

Santa Leopoldina realiza a maior cavalgada da Região Sudeste em agosto

Sérgio Lago destacou que atualmente a montaria tem o intuito de diversão e lazer. “Mas, a gente faz isso lembrando a história e que, inclusive, já está no calendário oficial das festas do nosso município (Santa Leopoldina). Na verdade, nós fazemos a maior cavalgada da Região Sudeste. Fazemos cavalgada com mais de 350 animais, com duas mil pessoas. Um evento bem maior do que esse evento de hoje. Com a pandemia a gente acabou esfriando um pouco, até porque não podia ter atividade maior”, informou.

Ele acrescentou que há uma lei municipal criando o Dia do Tropeiro Leopoldinense. “No nosso grupo a gente gosta de pessoas que respeitam e gostem dos animais, que cuidem deles. As vezes a pessoa quer ter um cavalo e quer estar junto com a gente e a gente cobra muito que tenha cuidado e respeito aos animais. A gente quer fazer uma festa bonita e que não venha a prejudicar aos animais e que venha ser algo que a própria comunidade de Santa Leopoldina possa estar parabenizando, ao invés de estar criticando. Em eventos maiores a gente conta com o apoio do comércio. Geralmente as nossas festas são em benefício do hospital da Apae. Com isso o município inteiro abraça”, concluiu Sérgio Lago.

Raças preferidas

As raças preferidas nas cavalgadas são a Manga-larga, que foi desenvolvida no Brasil através do cruzamento de um cavalo Andaluz com Éguas Nacionais de origem Ibérica. Em São Paulo sofreram infusões de sangue árabe, anglo-árabe, Puro sangue Inglês e American Sadle Horse, que deram a característica da marcha trotada. Por esse aspecto a raça Manga-larga dividiu-se em duas: Manga-larga em São Paulo e Manga-larga Marchador em Minas Gerais. Os marchadores são os melhores, e são definidos dessa forma pelo seu jeito de andar, que consiste em andar com as 2 patas da esquerda e depois com as 2 da direita. É muito cansativo para os cavalos a marcha, mas para o cavaleiro a montaria fica muito tranquila e com pouco impacto.

Já a outra raça também adotada em cavalgadas é o Quarto de Milha, surgiu a partir de cavalos selvagens Mustangs, trazidos para a América pelos colonizadores Espanhóis. É um cavalo de trabalho e para lidar com o gado tornou-se imbatível. Possuindo bastante velocidade em curtas distâncias, é considerado o animal mais versátil do mundo comportando-se bem em saltos, tambores, balizas, enduro, hipismo rural, lida com o gado e corridas planas. O Quarto de Milha é conhecido com esse nome por ser um cavalo imbatível nessa distância (402m = um quarto de milha). Esse animal pode ter vários tipos de pelagem. As reconhecidas pela Associação Brasileira de Quarto de Milha (ABQM) são: Alazão, Baio, Alazão Tostado, Baio Amarilho ou Palomino, Castanho, Lobuno, Rosilho, Preto, Zaino e Tordilho.