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Abic divulga dados de consumo e perfil da indústria de café no Brasil


Apesar do preço elevado, o consumo chegou a 21,5 milhões de sacas em 2021 registrando um crescimento de 1,71%


Dentro de 60 dias o mercado receberá a nova safra e a Abic assinala que deverá ocorrer uma queda nos preços do café torrado e moído ao consumidor | Foto: Divulgação

A Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC divulga dados que reforçam o papel do café como um alimento importante para os brasileiros e para a indústria nacional. Os números de consumo revelam que, apesar da crise econômica gerada pela pandemia, que afetou diversos setores em 2021, a procura por café seguiu seu ritmo de crescimento: houve alta de 1,71% em relação ao mesmo período analisado no ano anterior.

Consumo interno de café no país registrou crescimento em 2021.Foram 21,5 milhões de sacas entre novembro de 2020 e outubro de 2021, alta de 1,71% em relação ao período anterior, considerando dados de novembro de 2019 a outubro de 2020. Este volume representa 45,3% da safra de 2021, que foi de 47,7 milhões de sacas, segundo a Conab.

A pesquisa inédita foi realizada ouvindo três tipos de consumidores em um total de 5.460 entrevistados. O público geral (83% das entrevistas), entusiastas (12%) e especialistas (5%). O objetivo foi identificar o comportamento de consumo de café detalhadamente nos três grupos e detectar o que um grupo estimula no outro para a compra de cafés e principalmente os de qualidade. De acordo com a Abic o público geral toma café comum e não entende muito da diferenciação entre as várias espécies de grãos. Os entusiastas entendem um pouco da bebida e compram cafés diferenciados e os especialistas e entendem do assunto de forma técnica.

Brasil segue como segundo maior consumidor de café do mundo

Os números coletados pela ABIC revelam ainda que, no ano passado, o Brasil manteve a posição de segundo maior consumidor de café do mundo. A diferença para o primeiro lugar, ocupados pelos Estados Unidos, é de 4,5 milhões de sacas. Vale ressaltar que o Brasil é o maior consumidor de cafés nacionais. Quando analisado o consumo per capita, observa-se que, em 2021, ele foi de 6,06 kg por ano de café cru e 4,84 kg por ano de café torrado. O bom desempenho na mesa do consumidor teve impacto direto na indústria: as empresas associadas à ABIC registraram um crescimento de 2,77% no período.

Atualmente, as indústrias associadas respondem por 72,9% da produção do café torrado em grão e/ou moído, e representam 85,4% de participação (share) no mercado. A ABIC registra em seu banco de dados mais de 3.000 produtos certificados. Durante a entrevista coletiva o presidente da Abic, Ricardo Silveira,  disse que a expectativa da colheita da atual safra do café conilon capixaba é boa, mas haverá um retardamento. Em todo o Brasil a safra deverá estar colhida dentro dos 60 dias.

Ele admitiu que, diante da queda na cotação do dólar, os consumidores poderão verificar uma leve queda no preço. O dirigente da Abic lembrou que a atual safra a ser colhida não apresenta problemas diante da atual escassez de fertilizantes, porque esse tipo de produto foi usado durante o plantio. No entanto disse que o reflexo da atual conjuntura na crise de abastecimento de fertilizantes, com boa parte proveniente da Rússia e da Ucrânia, poderá ser sentido somente na época do plantio da safra futura.

A Abic disse que a formação do preço final do café entra vários componentes, como inflação, preço do óleo diesel, salário mínimo, energia elétrica e o preço de comercialização do café pelos produtores | Infográfico: Abic

Preço elevado do café no mercado nacional

Já o Índice de Oferta de Café para a Indústria (IOCI), em relação ao abastecimento, desde novembro de 2020, se manteve abaixo da normalidade, indicando que as empresas, de todos os portes, não têm a oferta regular de café em grão, com o abastecimento sendo gradual e seletivo. De acordo com a entidade, variáveis que influenciam o preço final da bebida, até o café chegar à mesa dos brasileiros, com o grão passando por variadas etapas.

São muitos os fatores que impactam no preço final encontrado na gôndola, tais como: o câmbio em alta, o aumento nos custos dos insumos, o volume da safra, o clima e a continuação da pandemia. Segundo um estudo feito pela Abic, no período de dezembro/2020 até dezembro/2021, a matéria-prima ficou, em média, 155% mais cara, e o aumento na média ponderada dos demais insumos como matéria-prima, embalagem, salário-mínimo, energia elétrica, óleo Diesel e gasolina foi de 107,30%.

Porém, nas prateleiras, o reajuste de preço do café atingiu a média de 52% para o mesmo período. A Abic lembrou que realiza, mensalmente, o monitoramento de preços através de notas fiscais coletadas em mais de mil municípios. No período de agosto a dezembro de 2021, foi observado que as regiões Norte e Nordeste, onde foi consumido mais o café em embalagens de 250g e nas demais regiões os pacotes foram de 500g.

A variação de preços por categoria de qualidade foi em média de Extraforte (39,3%), Tradicional (40,3%), Superior (28,1%) e Gourmet (20,8%), sendo que a região Nordeste teve o maior reajuste nas categorias Extraforte e Tradicional e a Região Sul nas categorias Superior e Gourmet. Quanto ao consumo de café por canais, 16% foram em pequenas redes (AS 1a 4), 49% em supermercados e hipermercados (AS 5+) e 35% no e atacarejo.