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Casagrande quer entregar administração da Orquestra Sinfônica do ES para uma organização privada


O edital para repassar a gestão da Orquestra para uma organização social já está quase pronto e os músicos não foram ouvidos. O Sindipublicos acusa o governo estadual de ser impositivo e de não manter diálogo


O edital para entregar a gestão da Orquestra Sinfônica às mãos privadas está sendo feito em sala fechada, longe dos músicos | Foto: Sindipúblicos-ES

O governador do PSB capixaba, Renato Casagrande, quer retirar a administração da Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo (Oses) da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e entregar para uma organização social (OS), em uma espécie de privatização. Diante dessa ameaça, os componentes e demais servidores da Oses se reuniram na última semana no Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES), onde afirmaram que rejeitam a proposta do atual governo estadual. Foi uma inédita assembleia da Orquestra Sinfônica capixaba.

Durante a Assembleia Geral Extraordinária com os servidores da OSES, o vice-presidente do Sindipúblicos Rodolfo Simões de Melo destacou o caráter impositivo da decisão do governo Casagrande através da Secult,, que foi realizada sem diálogo com a categoria de servidores vinculados à entidade. “É de se espantar um governo que veste a capa do progressismo e ataca a cultura do jeito que ataca. Por que não se pensa na autarquização? Uma orquestra autarquizada não fica sujeita a Secretaria, porque da forma que está os músicos ficam numa situação de muita insegurança”, questionou o sindicalista.

Edital está quase pronto. Os músicos não foram ouvidos

O edital de seleção da entidade que assumirá a direção administrativa da OSES já está em fase de elaboração pelo governo do estado. Os músicos continuaram ligados à Secult, mas a gestão passa a ser responsabilidade de outra organização. Esse modelo já tem sido aplicado no estado no setor público de saúde e atende à concepção atual de reforma administrativa neoliberal, baseada em minimizar a participação do Estado como executor das políticas sociais e serviços públicos.

Nacionalmente, esse projeto foi implementado pela primeira vez no setor cultural com a transferência da gestão da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) para uma OS, a Fundação Osesp, em 2005. Em 2017, a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) também passou por um processo análogo, com a entrega da gestão do organismo cultural para a Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA).