O Ofício. GP. Nº 157/2022 enviado no início desta semana pelo presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), José Carlos Risk Filho, ao prefeito de Vitória (ES), Lorenzo Pazolini, solicitando instalação de radares na Avenida Dante Michelini, na orla de Camburi, gerou protestos e polêmica entre advogados capixabas. Para alguns, Rislk deveria ser preocupar com problemas vivenciados pelos advogados, como os atrasos no andamento dos processos no Judiciário e não se preocupar em fortalecer a “indústria de multas no trânsito”.
Em referência ao atropelamento e morte da modelo, estudante e ciclista Luísa Lopes, 24 anos na Avenida Dante Michelini na última sexta-feira (14), pela motorista e corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, Risk usou o seu cargo na OAB para pedir à Pazolini “a implementação de radares de redução de velocidade e de avanço de sinal vermelho na extensão do trecho mencionado (orla da Praia de Camburi”. A motorista que atropelou se recusou a fazer o teste do bafômetro e ainda demonstrou preocupação sobre quem iria pagar o prejuízo do carro dela.
“Não representa a vontade da advocacia capixaba”
O advogado Siderson Vitorino é um dos críticos ao ofício enviado por Risk. “Esse envolvimento da OAB não representa a vontade da advocacia capixaba. Não só advogado, mas todo mundo que é motorista está cansado da indústria de multa que existe no Brasil. A instalação de radares na Avenida Dante Michelini se mostra inviável”, disse o advogado. Ele completou dizendo que a medida, caso a sugestão seja acatada pelo prefeito, é um contragolpe contra o motorista capixaba, porque contribuirá para fortalecer a indústria de multa na administração pública.
Ele ainda sugeriu que a OAB deveria se preocupar com a advocacia capixaba. E citou o caso onde um processo demora seis meses para ir para as mãos do juiz. Depois, a demora no andamento, levando a ter uma decisão cinco anos após ter sido protocolado. “Quanto ao episódio da motorista na última sexta-feira nem radar resolveria o problema, porque as imagens mostram que a motorista, além de avançar o sinal, estava com o seu estado emocional alterado. Fala repetitiva. Fala desconexa da realidade. Então, a velocidade do sinal semafórico não iria resolver o problema”, diz o advogado Siderson Vitorino.
Nas redes sociais são inúmeros os comentários de profissionais do Direito contestando o ofício de José Carlos Risk Filho ao prefeito. Até as páginas oficiais da OAB-ES nas redes sociais estavam com dezenas de contestações à atitude do atual presidente da seccional capixaba. Até que a OAB suspendeu os comentários, atitude essa vista como sendo uma censura.