A farmácia do Centro de Referência em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) de Vitória está fechada por falta de farmacêutico. Funcionários dizem que o prefeito Pazolini não está se preocupando em contratar novo farmacêutico
O descaso do prefeito bolsonarista de Vitória (ES), Lorenzo Pazolini (Republicanos) com Centro de Referência em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), localizado no Centro Histórico de Vitória, aumentou. Além de ter apenas um médico infectologista para atender mais de três mil pacientes com HIV/Aids, usuários daquela unidade especializada de saúde, denunciam na manhã desta segunda-feira (2) que estão sem medicamentos. A causa é a negativa do prefeito bolsonarista em acelerar a contratação de um farmacêutico.
Sem o profissional especializada, a farmácia do centro de referência HIV/Aids de Vitória está fechada. Os pacientes alegam que os funcionários dizem que não tem sabem informar quando os remédios poderão vir a ser entregues. A medicação, alegam os denunciantes, é fundamental para manter um quadro indetectável da doença. Sem os remédios, explicam, a doença volta a se manifestar e pode levar ao óbito.
No primeiro ano do mandato de Pazolini na Prefeitura de Vitória (PMV), vereadores de oposição protocolaram quatro Indicações (a indicação é a formalização de um pedido feito por um vereador à autoridade do executivo municipal), para que fosse feita contratações de infectologistas. O único médico especializado no tratamento da doença ameaça pedir demissão, porque é impossível prestar atendimento a cada três meses, como determina o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diante da dificuldade em conseguir o agendamento, uma paciente com mais de 50 anos, disse que está há mais de um ano sem fazer exames e sem o acompanhamento médico. Em novembro do ano passado, uma vereadora da oposição fez uma outra Indicação, para relatar que o descaso de Pazolini atingia a realização de exames clínicos.
“Recebemos algumas denúncias de pacientes do Centro de Referência em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) de que não estão sendo realizados, há mais de um mês, exames de sangue, exames de carga viral e CD4/CD8”, disse ela na ocasião”, prosseguiu. “Acrescentam, ainda, segundo informações repassadas pelos funcionários do referido Centro, que a demora ou a não realização dos exames é devido a falta de funcionários”, completou a vereadora.
Pazolini contribui para acabar com gratuidade nos ônibus municipais
Apesar de se mostrar publicamente opositor ao governador do PSB do Espírito Santo, Renato Casagrande, o prefeito bolsonarista se curvou a ele para aceitar entregar o gerenciamento da concessão dos ônibus municipais à Ceturb, empresa pública estadual que administra o Transcol. Como o governador do PSB se recusa a cumprir a Lei Municipal de Vitória (ES) 8.144, de 29 de agosto de 2011, que concede gratuidade no transporte público para pacientes com doenças crônicas e HIV, esses usuários perderam o benefício. A lei municipal continua em vigor e Pazolini nada fez para que a legislação continue mantendo seus efeitos.
A assessores parlamentares alegam que a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) nada pode fazer para esse caso. “A não ser fazer uma indicação e enviar para o governador”, disse um desses assessores. Sem a intervenção dos deputados estaduais, a lei municipal, mesmo estando em pleno vigor, passa a ser uma letra morta na gestão de Pazolini, já que a maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Vitória são bolsonaristas e aliados ideologicamente do atual prefeito de Vitória.