Em comemoração ao Dia do Geógrafo, que é comemorado no próximo domingo (29), a Ufes celebra a data realizando a VI Semana da Geografia, que ocorrerá entre essa terça-feira (24) e quinta-feira (26). O evento é uma realização do Departamento de Geografia e o Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG da Ufes. Os eventos são abertos ao público e serão realizados no auditório do IC-2, no Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), campus de Goiabeiras, a partir das 8 horas do dia 24.
A palestra de abertura será ministrada pelo professor José Marcos Pinto da Cunha, do Nucleo de Estudos de População ‘Elza Berquó (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que falará sobre Urbanização, migração e o fenômeno metropolitano. Os interessados poderão participar de minicursos e oficinas e assistir a apresentações de pesquisas em desenvolvimento por professores e estudantes do PPGG, clicando neste link.
“Esse evento marca o nosso retorno às atividades presenciais. Como parte da programação, serão apresentados sete livros publicados nos últimos dois anos, justamente neste período de pandemia. Serão várias atividades diversificadas voltadas para alunos da graduação e da pós-graduação, e todas são abertas também para o público externo, conforme o interesse e a necessidade”, afirma o professor Ednelson Dota, membro da comissão organizadora da Semana.
No decorrer da VI Semana será feita uma homenagem à professora Aurélia Hermínia Castiglioni, que contribuiu ativamente para a abertura do mestrado e do doutorado em Geografia na Ufes e foi também pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade entre os anos de 1996 e 2000. “A professora Aurélia se aposentou há sete anos, mas continua como professora voluntária do Programa de Pós-Graduação em Geografia. Além de ministrar aulas e orientar alunos, participa ativamente de debates, das comissões e de outras atividades. Ela será homenageada pelas contribuições anteriores e atuais para a Geografia na Ufes, do Espírito Santo e do Brasil”, destaca Dota.
Dia do Geógrafo
De acordo com os registros da Biblioteca Nacional (BN) a data foi instituída em 29 de maio de 1936, por ocasião da criação do Instituto Nacional de Estatística – atual Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A profissão de geógrafo foi oficialmente estabelecida no Brasil pela Lei nº 6.664/79, visando definir os requisitos para sua execução e áreas de atuação direta. Além do papel de lecionar, cabe ao geógrafo: “reconhecimentos, levantamentos, estudos e pesquisas de caráter físico-geográfico, biogeográfico, antropogeográfico e geoeconômico e as realizadas nos campos gerais e especiais da Geografia, que se fizerem necessárias”.
Na sua forma básica, informa a BN, a geografia é um conceito formado a partir da junção dos radicais gregos “geo” (Terra) e “graphos” (escrita). Foi, dessa maneira, definida por muito tempo como a ciência responsável pela descrição da superfície terrestre em suas formas e processos. Essa é uma concepção atrelada ao trabalho dos geógrafos da antiguidade, quando Heródoto – reconhecido como “pai da História e da Geografia” – realizou viagens com interesse científico para observação e registro dos recursos naturais e aspectos culturais dos povos por onde passou.
No século XIX, os trabalhos e as viagens de Alexander Von Humboldt, Karl Ritter e Friedrich Ratzel ajudaram a redesenhar a ciência, deixando pra trás uma abordagem meramente descritiva ao investigar o quanto o ambiente define as características locais. Contudo, essa foi considerada uma interpretação muito determinista, que submetia o homem ao meio em que vive. A Escola Francesa da Geografia trouxe mudanças com estudiosos como Vidal de La Blache contrapondo o determinismo com a ideia de uma constante influência do homem sobre a natureza e vice-versa.
Mas afinal, o que estuda a Geografia? Pode-se entendê-la, basicamente, como uma ciência que estuda a superfície terrestre e a distribuição espacial de seus fenômenos, abrangendo a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente. Fundamentalmente, preocupa-se em estabelecer o “porquê” da localização, isto é, porque as coisas ocorrem de uma determinada forma em um determinado local. É, portanto, a ciência que se ocupa de entender a construção e evolução do espaço.
Programação da VI Semana da Geografia na Ufes
Conheça a programação completa da VI Semana da Geografia da Ufes e do Seminário do PPGG. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail comissaorgseminario.ppgg2022@gmail.com.
Manhã – 08:00h às 12:00
Palestra de Abertura e Homenagem à Professora Dra. Aurélia Hermínia Castiglioni
Local: Auditório do IC-II
Tema da palestra: Urbanização, migração e o fenômeno metropolitano
Palestrante: Prof. Dr. José Marcos Pinto da Cunha – NEPO e IFCH/Unicamp
Tarde – 14:00h às 18:00
Apresentação dos seminários do PPGG-UFES
Local: Auditório do IC-II
Linha de Pesquisa: Espaço, Cultura e Linguagens
Noite – 18:00h às 22:00
Minicursos e Oficinas:
Minicurso 1: Introdução à Ecologia da Paisagem
Minicurso 2: Comunidades tradicionais pesqueiras: caminhos possíveis para um estudo etnogeográfico
Local dos minicursos: Será enviado e-mail após a confirmação da inscrição com
a localização da sala.
Minicurso 1
Título: Introdução à Ecologia da Paisagem
Ministrantes: Profa. Dra. Cláudia Câmara do Vale
Doutoranda Marta Leite Oliver-Batalha
Número de vagas: 30 Carga Horária: 4 Horário: 18:00h às 22:00h
Público Alvo: Discentes de graduação e pós-graduação
Objetivos: Serão apresentados os fundamentos de Ecologia de paisagens, abordando os conceitos referentes a esta disciplina. Utilizando as principais metodologias e análises empregadas nesta área, será demonstrado como o conhecimento em Ecologia de paisagens pode ser aplicado na prática, aliando-se aos aspectos biológicos e socioeconômicos para entender os efeitos de alterações espaço-temporais da paisagem.
Ementa: Histórico da Ecologia de Paisagens; Heterogeneidade da Paisagem; Mosaico da paisagem (conceitos de mancha, matriz, corredor e trampolim ecológico, configuração e composição dos elementos numa paisagem); Métricas da paisagem; Perda e fragmentação de habitats; Conectividade estrutural e funcional, corredores ecológicos.