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‘I Início da Colheita do Café Arábica’ é realizado em Dores do Rio Preto


A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que ocorra um aumento de 16,8% na safra do café neste ano, com destaque para o Espírito Santo, que produz 60% de toda a produção brasileira. A expectativa da Conab é que o Estado produza nesta safra 29,71 milhões de sacas.de 60 quilos


Solenidade em Dores do Rio Preto marcou o início da safra 2022 do café no Espírito Santo | Foto: Valter Campanato/Agência-Brasil

O município de Dores do Rio Preto recebeu o “I Início da Colheita do Café Arábica”, na última terça-feira (24). O evento foi realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e pela Prefeitura de Dores do Rio Preto, marcando o Dia Nacional do Café, com a participação de mais de 300 pessoas. A programação do evento incluiu o Dia Especial “Qualidade e Sustentabilidade na Cafeicultura”, com três estações ministradas por servidores do Incaper e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

O “I Início da Colheita do Café Arábica” foi realizado na comunidade Forquilha do Rio, no Sítio da Família Protázio. O evento contou também com uma palestra técnica sobre “Novas cultivares de café arábica: produtividade e qualidade”. A previsão de safra do café arábica para 2022 é de 4,2 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Estiveram presentes no evento a vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes; o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Mário Louzada; o diretor-presidente do Incaper, Lázaro Raslan; o prefeito de Dores do Rio Preto, Cleudenir José de Carvalho Neto, o Ninho; entre outros.

A vice-governadora Jaquelini Moraes (ao fundo) esteve no 1º Início da Colheita do Café Arábica | Foto: Andreia Ferreira/Incaper

Fé e café

“Como estamos numa região que tem o café como símbolo, lembrei de um ditado que diz que tem duas coisas na vida que não podem esfriar, a fé e o café, e a fé me acompanha sempre no exercício do mandato. Aqui, vejo que os produtores da região produzem o melhor café arábica do Espírito Santo, porque fazem com amor e aí não importa a cotação, sempre sai o bom produto. Viva o café do Caparaó! Viva o Caparaó”, pontuou a Jacqueline Moraes.

O diretor-presidente do Incaper, Lázaro Raslan, ressaltou que o Incaper fomenta o trabalho com o café arábica focado em qualidade. “Nesta região de Dores do Rio Preto, em Pedra Menina e Forquilha do Rio, há um importante desenvolvimento do agroturismo com o café. O Incaper tem o objetivo de atuar ainda mais nessa área, associando o café ao agroturismo para que a renda do produtor seja cada vez maior”, destacou.

Café arábica

“Já investimos muito na infraestrutura rural para o fortalecimento da agricultura familiar capixaba. Realizamos diversas entregas, como equipamentos agrícolas que auxiliam o produtor na hora da colheita do café e no transporte. O café arábica é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais e é um desafio produzir para um mercado tão exigente. Mas com as tecnologias recomendadas pelo nosso Incaper, podemos vencer qualquer desafio e continuar sendo referência mundial na produção dos grãos”, disse o secretário de Estado da Agricultura, Mario Louzada.

O coordenador de Cafeicultura do Incaper, Abraão Carlos Verdin, explicou que a safra do café arábica deste ano teve condições favoráveis para um bom desenvolvimento dos grãos. “O clima foi favorável. Tivemos bons períodos de chuva e a granação foi boa. Não temos uma supersafra, mas temos uma safra que o produtor chama de uma safra cheia, com qualidade porque os tratos culturais foram efetuados, a nutrição do cafeeiro foi bem feita e o fator climático nos ajudou aqui no Espírito Santo. Este ano, possivelmente nós vamos ter uma safra com um bom peso, com boa peneira e um grão de café de boa qualidade”, salientou Verdin.

Emanuel Protazio, cafeicultor e anfitrião do evento, comentou sobre a satisfação de receber na região o evento do início da colheita do café. “A coroação de todo o nosso trabalho é a visita de todos. Agradecemos todo o trabalho dedicado à nossa comunidade e a todos que confiam e acreditam no nosso trabalho”, disse.

Colheita 2022

Após queda na produção no ano passado, que teve em 2021 a colheita de 47,7 milhões de sacas de 60 quilos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que para a safra de café iniciada neste mês possa ter um crescimento de 16,8% e render uma produção nacional de 55,71 milhões de sacas. Esse resultado previsto, entretanto, ainda está abaixo do que foi colhido em 2020, quando a safra recorde foi 63,08 milhões de sacas de 60 kg, assinala a Conab.

A Companhia lembra que em 2021, o Brasil exportou cerca de 42,4 milhões de sacas de 60 quilos de café verde, o que representa um recuo de 3,3% em relação ao volume exportado no ano anterior, mas equivale um aumento na receita de 15,3%, chegando a US$ 6,4 bilhões. “A tendência é que os preços do produto se mantenham pressionados, uma vez que é esperada uma redução nos estoques mundiais de café para o ciclo 2021/22. Este panorama de preços elevados estimula as vendas externas”, explicou a Conab em nota.

“Considerando apenas as lavouras em produção, o índice fica próximo da estabilidade e soma 1,824 milhão de hectares, em relação ao período anterior. Em contrapartida, a área de formação deverá ter acréscimo de 6,4%, alcançando 416,7 mil hectares. Se compararmos com 2020, último ano de bienalidade positiva, o crescimento para as áreas que não registram produção chega a ser de 50%”, disse a Conab através da Agência Brasil.

A Conab destaca que a safra atual deve ser marcada pela presença do efeito da bienalidade positiva, especialmente no café arábica, em muitas regiões produtoras do país. O ciclo bienal é uma característica da cultura e consiste na alternância de um ano com grande florada seguido por outro com florada menos intensa.

Espírito Santo na liderança

O destaque que a Conab faz é para o Espírito Santo, que segue firme na liderança da produção brasileira de café. O Estado é onde se encontra a maior área destinada à espécie no país. Os produtores de café capixaba produzem mais de 60% do volume total do país. O percentual representa uma safra de 29,71 milhões de sacas neste ano. A estimativa da Conab é que as plantações ocupem cerca de 285,4 mil hectares no estado, seguido por Rondônia, com 71,7 mil hectares e Bahia, com 42,6 mil hectares.

Para a variedade do café conilon, que é o carro-chefe da produção capixaba, a expectativa da Conab é de um novo recorde com a colheita podendo chegar próxima a 17 milhões sacas, aumento de 4,1% em relação à safra anterior. O resultado combina a elevação da área plantada estimada em 3%, passando de 375,2 mil hectares (ha) para 389,1 mil (ha), e uma ligeira melhora na produtividade de 0,4%, saindo de 43,4 sacas colhidas por hectare cultivado (sc/ha) para 43,6 sc/ha.