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No governo Bolsonaro, a fome no Brasil bate recorde mundial e condena mulheres e crianças


No atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) são 116,8 milhões de brasileiros que não têm acesso pleno e permanente a comida e dois milhões de famílias estão na extrema pobreza


No governo de Bolsonaro a fome e a miséria voltou e faz o Brasil liderar a falta de acesso aos alimentos no mundo | Foto: PT

Nos governos do PT, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil saiu do mapa mundial da fome, passando do 36º país com mais famintos no mundo para o 80º entre os 195 países existentes na Terra. Nesta semana, a Oxfam Brasil, uma organização da sociedade civil brasileira criada em 2014 para a construção de um Brasil com mais justiça e menos desigualdades, divulgou o relatório “Lucrando com a Dor”, onde mostra como as desigualdades atingiram novos patamares históricos graças aos lucros exorbitantes de algumas empresas durante a pandemia.

Em seu portal oficial, o Partido dos Trabalhadores (PT) analisou uma outra pesquisa com esse mesmo foco, a do Instituto Gallup. “A face mais cruel e perversa de Jair Bolsonaro assume contornos cada vez mais nítidos nas periferias e favelas dos centros urbanos e zonas rurais de todo o país onde, a cada dia, mais famílias agonizam sem ter o que comer, abandonadas em um país à deriva, sem governo. Pesquisa Gallup realizada em mais de 160 países desde 2006 comprova que o aumento da miséria no país virou a principal marca de Bolsonaro: apenas durante o seu desgoverno, o índice de pessoas com insegurança alimentar saltou de 30% para 36% até o final de 2021, superando, pela primeira vez, a média mundial, de 35%”.

“O quadro é alarmante especialmente quando se considera que o levantamento não radiografou as regiões após os aumentos-bomba dos combustíveis e dos preços dos alimentos deste primeiro semestre. Os maiores afetados, aponta o estudo analisado pelo Centro de Políticas Sociais do FGV Social, são mulheres e crianças que integram famílias pobres, com adultos na faixa etária entre 30 e 49 anos. É justamente esse o grupo dos que têm mais filhos, crianças que veem o futuro ser roubado, dia após dia, por Guedes e Bolsonaro. No caso das mulheres, a taxa de insegurança alimentar é de assustadores 47%, enquanto a média global está em 37%”, diz o PT.

A redução da extrema pobreza em 2014 foi resultado de políticas sociais que começaram com Lula em 2003 e seguiram pelos mandatos de Dilma no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Somaram-se a elas a política de aumento real do salário mínimo, que permitiu uma taxa de desemprego de apenas 4,8%, chamada por especialistas de pleno emprego. “Em 2014, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da história e a PNAD/IBGE também anotou as menores taxas de pobreza e extrema”, confirmou a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma, Tereza Campello, ao analisar os dados do pesquisador Marcelo Neri, diretor do FGV Social.

“A Fome volta ao Brasil a partir do golpe de 2016, que a um só tempo solapou a democracia e deu fim a um auspicioso período de construção de políticas de combate à fome e a pobreza e garantia de segurança alimentar”, esclareceu Campello, ao reforçar a clara diferença de pri O levantamento aponta que 75% dos que compõem a faixa dos 20% mais pobres no país declararam que não havia dinheiro para comprar comida durante todo o ano de 2021.oridades entre as gestões petistas e dos golpistas Temer e Bolsonaro. Leia a seguir a íntegra da pesquisa global do aumento da miséria no mundo, elaborada pela Oxfam, em arquivo PDF:

Oxfam-Media-Brief-BR-Lucrando-com-a-Dor-Davos-2-sem-embargo

Oxfam: Ganância pelo lucro, sem se importar com a miséria

Já o levantamento da Oxfam foi centrado na ganância de grandes empresas em elevar os lucros com a pandemia, contribuindo para elevar a miséria. A dor de muitos é o lucro de poucos, destaca a organização. “Empresas dos setores de alimentos, de medicamentos, de energia e de tecnologia tiveram imensos lucros durante a pandemia de COVID-19, em boa parte às custas do sofrimento de quem tem dificuldades de pagar por uma refeição, uma conta de luz, um medicamento”, afima. Os dados mostram como as desigualdades, que já eram extremas antes da pandemia, atingiram novos patamares históricos.

A Oxfam inicia seu relatório apontando para a reunião presencial de bilionários que ocorreu nesta semana em Davos, na Suíça, e onde tiveram muito o que comemorar, já que durante a pandemia da Covid-19 suas fortunas cresceram vertiginosamente. A pandemia – que levou tristeza e problemas para a maior parte da humanidade – foi um dos melhores momentos história para a classe bilionária, destaca a entidade. Os governos devem agir agora para conter a riqueza extrema. Devem concordar agora em aumentar a taxação da riqueza e dos lucros extraordinários das empresas e usar esse dinheiro para proteger as pessoas comuns ao redor do mundo e reduzir a desigualdade e o sofrimento, sugere.

Em uma síntese do documento, a Oxfam assinala: A fortuna dos bilionários aumentou, em 24 meses, o equivalente a 23 anos9; bilionários dos setores alimentício e de energia viram suas fortunas aumentarem em um bilhão de dólares a cada dois dias; os preços dos alimentos e daenergia12 atingiram seu nível mais alto em décadas, além disso, 62 novos bilionários do setor de alimentos surgiram; a combinação entre a crise da Covid-19, o crescimento da desigualdade e o aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022, revertendo décadas de progresso.

Tal número equivale a um milhão de pessoas a cada 33 horas.ao mesmo tempo, um novo bilionário surgiu a cada 30 horas, em média, durante a pandemia. “Ou seja, durante a pandemia, durante o mesmo tempo que levou, em média, para o surgimento de um novo bilionário, um milhão de pessoas podem cair na pobreza extrema este ano. Além da riqueza bilionária crescente, também durante a pandemia os setores alimentício, energético, farmacêutico e de tecnologia registraram lucros elevados, como destaca o relatório.

Dinastias do setor alimentício

No mundo inteiro, alimentos registraram um aumento vertiginoso de 33,6% no ano passado61 e devem aumentar 23% em 202262. Em março de 2022, tal alta foi a maior desde o início dos registros pelas Nações Unidas (ONU), em 199063. A Oxfam estima que 263 milhões de pessoas podem ser levadas a níveis extremos de pobreza este ano por causa da Covid-19, do aumento da desigualdade global e do impacto da subida dos preços dos alimentos, sobrecarregados ainda mais pela guerra na Ucrânia.

Habitantes de países de baixa renda gastam mais do que o dobro do que ganham com alimentos do que moradores de países ricos65. Além disso, tanto nas nações ricas quanto nas pobres, a população de rende mais baixa gasta proporcionalmente mais do seu salário com alimentos. Em Moçambique, por exemplo, os mais pobres da população gastam mais de 60% da renda em alimentos, enquanto os 20% mais ricos gastam pouco menos de 30%66. Os salários, em muitos lugares, estão caindo em termos reais, pois não conseguem acompanhar o custo de vida. Nunca foi tão caro ser pobre.

Cargill

A Cargill é uma gigante mundial do setor alimentício e uma das maiores empresas privadas do mundo. Em 2017, foi apontada como uma das quatro empresas que controlam mais de 70% do mercado global de commodities agrícolas69, sendo que 87% dela é propriedade da 11ª família mais rica do mundo. A riqueza dos membros da família listados na lista de bilionários da Forbes soma US$ 42,9 bilhões – e sua fortuna aumentou US$ 14,4 bilhões (65%) desde 2020, crescendo quase US$ 20 milhões por dia durante a pandemia71, impulsionada pela alta nos preços dos alimentos, principalmente dos grãos. Mais quatro membros da extensa família Cargill se juntaram recentemente à lista das 500 pessoas mais ricas do mundo.

No Brasil, a Cargill atua num mix gigante de negócios, que incluem atuação na agricultura, nutrição Animal, bioindustrial, produtos de consumo, alimentos e bebidas, food servisse, beleza e cuidados pessoais, farmacêutica, gerenciamento de risco, serviços portuários, entre outros.

Entre os produtos alimentícios comercializados pela Cargill no Brasil se destacam os óleos vegetais Liza, Veleiro, Mazola, Purilev e os azeites misturados com óleo de soja Maria e Olivia, além das marcas Pomarola, Tarantella, Extratomato, Pomodoro e Elefante.