A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um esclarecimento público nesta semana, para informar que não recomendou o “isolamento” como medida para o enfrentamento à varíola dos macacos, como fake news que circularam na internet afirmam. “A Anvisa apenas reforçou a adoção das medidas já vigentes em aeroportos e aeronaves destinadas a proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças”, diz a Anvisa no seu esclarecimento.
“De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola do macaco pode ser transmitida aos seres humanos através do contato próximo com uma pessoa ou animal infectado, ou com material contaminado com o vírus. O vírus pode ser transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A Anvisa atua consoante às ações das demais agências e organismos de saúde mundiais e permanece monitorando a evolução do quadro em constante contato com o Ministério da Saúde. Tão logo se justifique, serão propostas as medidas sanitárias, quando cabíveis, em aditamento às regras existentes e vigentes no Brasil”, completa.
No Brasil não há registro da varíola dos macacos, embora o vírus tenha sido identificado em um cidadão brasileiro de 26 anos na Alemanha, proveniente de Portugal, e depois de ter passado pela Espanha. A nova doença foi confirmada em mais de 100 pessoas em pelo menos 16 países. A varíola dos macacos é uma infecção rara, que é causada por um vírus monkeypox da mesma família do vírus da varíola humana. As consequências nos infectados não tem efeito mortal. Essa doença surgiu nas florestas tropicais da África Central e na África Ocidental. A contratação da doença é de forma leve e onde a maior parte dos infectados se recupera em poucas semanas, de acordo com o sistema de saúde britânico NHS.
Surto de varíola dos macacos ainda pode ser controlado, garante OMS
O surto de varíola dos macacos, que já foi confirmado em 16 países e várias regiões do mundo, ainda pode ser contido. O risco de transmissão é baixo, garantiu a Organização Mundial da Saúde, OMS, nesta terça-feira. A especialista do Programa de Emergências da OMS, Rosamund Lewis, declarou em Genebra que o objetivo da agência e dos países-membros é “conter e interromper o surto”.
Segundo Lewis, “o risco ao público em geral parece ser baixo, uma vez que os principais meios de transmissão têm sido os mesmos descritos no passado”. Os últimos dados da OMS mostram mais de 250 casos confirmados e suspeitos de varíola dos macacos nos 16 países. Os sintomas são similares ao da varíola, porém menos severos, incluindo lesões na pele e febres, que em caos mais severos podem durar entre duas a quatro semanas.
A agência da ONU explica que a varíola dos macacos é transmitida pelo contato pele-a-pele, mas o vírus também pode ser transmitido pela roupa de cama contaminada ou por partículas da respiração. O período de incubação varia entre seis e13 dias. A especialista da OMS Rosamund Lewis nota que não “existem informações sobre transmissão por fluidos corporais”.
Contra o estigma,, a OMS adverte que a doença pode atingir qualquer pessoa
Para evitar que as pessoas doentes sofram estigma, a OMS destaca que apesar da maioria dos casos de infecção estarem ligados a homens que fazem sexo com homens, isso “provavelmente ocorre por eles serem mais proativos na busca de cuidados de saúde”. Lewis explica que a varíola dos macacos pode “afetar qualquer pessoa e não está associada a nenhum grupo em particular”. Ela sublinhou que o que é diferente neste surto é que os casos estão sendo confirmados em países que geralmente não têm surtos de varíola dos macacos.
Origens
A doença é endêmica na República Centro-Africana, na RD Congo, na Nigéria e nos Camarões. A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos. Mas a OMS destaca que as pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.
A agência da ONU trabalha na verificação dos estoques atuais de vacina da varíola, para ver se precisam ser atualizados. O primeiro caso de varíola dos macacos foi identificado na RD Congo em 1970. O nome foi dado quando o vírus foi descoberto nestes símios em um laboratório dinamarquês em 1958. Porém, a OMS explica que a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.