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Procurador do MPT-ES cita os altos índices de acidentes de trabalho no Espírito Santo


Foram quase 12 mil acidentes do trabalho no ano passado, com 70 mortos no local de trabalho. A extração de mármore é conhecida como sendo a indústria da morte. São 25 mil empregos direitos e 100 mil indiretos, mas o segmento onde mais ocorrem acidentes do trabalho, inclusive fatais


O setor de rochas ornamentais é onde mais morrem trabalhadores, além de ostentar os maiores números de acidentes do trabalho | Foto: Divulgação

O Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) está divulgado uma síntese de uma entrevista concedida pelo procurador do MPT-ES, Djailson Martins Rocha, concedida a uma emissora de TV capixaba e onde ele alerta que o Estado ocupa o 9º lugar no ranking nacional em registros do número de acidentes fatais. O maior número de mortes de trabalhadores ocorre no segmento de rochas ornamentais e no setor de transporte de cargas.

Rocha disse que dados do MPT-ES revelam que o Espírito Santo registrou quase 12 mil acidentes de trabalho em 2021, com 70 óbitos confirmados. O setor de rochas ornamentais e de transporte de carga são os que mais notificam casos no Estado, “o que acende um alerta para a necessidade do uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI)”, acentuou. E acrescentou que há necessidade da correta aplicação de cursos e palestras, por parte da empresa, aos funcionários, orientando-os às práticas adequadas no desempenho das funções profissionais.

Mármore, a indústria da morte

No último ano, o município de Cachoeiro do Itapemirim, onde se localiza a maioria das emrpesas que promovem extração de rochas ornamentais, houve a concentração de 71 das notificações, com registro de 767 casos de acidente de trabalho e cinco óbitos. Nessa entrevista divulgada pelo MPT-ES, o procurador afirmou que a morte em decorrência do trabalho não é natural. Neste sentido, o cidadão deve procurar a Justiça, que deve ser sensível na tratativa dos direitos e garantias, mas sem se esquecer da rigorosa aplicação da lei para valer o direito reparatório da vítima.

Segundo o membro do MPT-ES, é imprescindível que o trabalhador registre a denúncia, em casos de acidente de trabalho, para que seja possível estimular a mudança de comportamento das empresas do ramo.

O procurador do Trabalho apontou para a necessidade de mudar o pensamento cultural que acompanha não só os empresários e trabalhadores do ramo, mas a sociedade como um todo, para que seja possível reverter o quadro social de acidentes de trabalho no setor de transporte de cargas e rochas ornamentais.