A organização social que ficar responsável em administrar a Orquestra vai ser remunerada por isso. A deputada do PT diz que é um gasto desnecessário de dinheiro público
O interesse do governo Renato Casagrande (PSB) em promover uma espécie de privatização da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses) encontrou oposição da deputada estadual Iriny Lopes (PT). O atual governo quer entregar a Oses para as mãos de grupos empresariais privados instituídos na forma de Organização Social.
A presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), deputada Iriny Lopes declarou não ser a favor da proposta do governo. “Eu particularmente sou contrária a esse modelo, porque não gera nenhum benefício ao Estado e, no caso específico, nem à Orquestra Sinfônica, nem aos instrumentistas. É um gasto desnecessário, e que gera insegurança e insatisfação aos profissionais”, afirmou a parlamentar.
“É importante debater o tema e ouvir as ponderações de profissionais da orquestra, bem como do governo. Não se trata só de uma preocupação da orquestra, mas também da sociedade, já que o governo pretende passar para uma OS a gestão da Oses, o processo poderá abrir precedentes para incluir bibliotecas e outros equipamentos culturais públicos no rol de parcerias”, complementa.
Reunião nesta segunda-feira (13)
Para isso, o secretário estadual de Cultura (Secult), Fabrício Noronha; cuja pasta é a responsável pela Oses, participa de um debate sobre o assunto na reunião ordinária do colegiado, que será realizada nesta segunda-feira (13), às 9 horas. Também estarão presentes o regente da Oses, maestro Helder Trefzger; o subsecretário de Cultura, Pedro Sobrino; o assessor especial da Secult Rafael Schirmer; e a gerente do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Marcelle Coelho Queiroz.
Em abril, músicos da orquestra se organizaram junto ao Sindicato dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES) e formaram uma comissão para discutir o tema com o Executivo. O grupo se posiciona contra a iniciativa e pretende colocar na mesa de debate a proposta de transformar a Oses em uma autarquia.
A Secult vem garantindo que a privatização não afeta o vínculo dos músicos efetivos, que seguirão sendo funcionários públicos do governo do Estado e que o orçamento da orquestra continuaria sendo de responsabilidade da pasta. A Organização Social selecionada ficaria responsável pela contratação de músicos fixos com a supervisão da Secult. Atualmente a Oses funciona com a contratação de músicos temporários, que são regidos pela CLT.