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Ministro bolsonarista do STF é denunciado por fazer tour à França e Mônaco bancado por advogado denunciado por corrupção

O jatinho luxuoso, de prefixo PR-XXI, que levou o ministro indicado por Bolsonaro para o STF, foi bancado por um advogado que já foi denunciado pelo MPF por corrupção | Fotos: Reprodução

O ministro bolsonarista do Supremo Tribunal Federal (STF), Kássio Nunes Marques, está envolvido o em um escândalo de recebimento de favores de um advogado de Brasília. Segundo o portal de notícias Metrópoles, Kássio esteve no último mês a Paris a bordo do jato particular com prefixo PR-XXI, cujas despesas superaram R$ 250 mil. O passeio financiado pelo advogado, cujo nome não foi divulgado, tinha como objetivo levar o ministro indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para assistir final da Champions League e a jogos do torneio de tênis de Roland Garros.

O tour incluiu, ainda, o GP de Mônaco de Fórmula 1, disputado naquele mesmo fim de semana. Na gíria jornalística, o recebimento de favores desse tipo se chama jabá, o que é considerado imoral e aético, tanto de quem paga, quanto de quem recebe. Segundo levantamento feito pelo Grafitti News junto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o jato é o modelo luxuoso Citation 750, produzido pelo fabricante Cessna Aircraft, ano 2005, para nove passageiros e tem como categoria “privada para serviços aéreos”.

O que diz a Anac sobre o jatinho luxuoso que levou Kassio Nunes Marques à França e Mônaco | Imagem: Anac

O jatinho é impedido de fazer serviço de táxi aéreo, diz Anac

A Anac frisou em vermelho que esse avião, de propriedade da Hotur Administradora e Participação Ltda, com sede no Setor Hoteleiro Sul, Quadra 6, Conjunto A, em Brasília (DF), “tem operação negada para táxi aéreo”. Um dos proprietários do jatinho é o advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, que é réu em processos tramitando no STF e que já é um velho conhecido do Ministério Público Federal, que já o denunciou como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O desse advogado ainda surgiu em investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.

Entre os sócios da Hotur, a empresa que declarou à Anac ser a dona oficial do jato, consta o nome de Fabiano de Abreu Cunha Campos, que é réu em inúmeros processos em Brasília, incluindo queixas na área imobiliária, de bancos e entre esses o Banco do Brasil e até com a Receita Federal. Alguns desses processos podem ser vistos no site Jusbrasil clicando aqui.  Incomodado em ter sido flagrado recebendo jabá, a assessoria de Kassio Nunes Marques enviou a seguinte nota ao portal Congresso em Foco:

“O ministro Kassio Nunes Marques reafirma que não tem vínculo com Vinicius Gonçalves. O advogado não pagou qualquer despesa de viagem do ministro. Não houve qualquer convite do advogado ao ministro. Conheceram na viagem e nunca existiu contato anterior. Também são inverdades a referência a tour realizado em Mônaco e Roland Garros. Nunca existiu. A publicação ‘Bancado por advogado, ministro do STF vai de jatinho a Paris para final da Champions’ baseia-se em informações erradas para criar um contexto que não existe e criar um falso cenário. Trata-se de agenda particular, realizada dentro da legalidade”.