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Lula lança as diretrizes para o programa de reconstrução e transformação do Brasil


O programa trouxe acenos aos conservadores, ao retirar propostas polêmicas, como a eliminação da proposta original de revogar a reforma trabalhista e a aprovação do aborto legal, mas destacou o combate à fome, defesa da Amazônia e a retomada do desenvolvimento e da democracia


Os sete partidos que compõem o movimento Vamos Juntos pelo Brasil – PT, PSB, PC do B, Psol, Rede, PV e Solidariedade – lançaram, durante evento nesta última terça-feira (21), em São Paulo, um documento com as diretrizes que irão compor as políticas de governo para a chapa Lula-Alckmin junto com a contribuição popular. O documento será colocado em uma plataforma digital (www.programajuntospelobrasil.com.br), onde cidadãos poderão fazer sugestões. Leia ou faça download da íntegra das diretrizes em arquivo PDF, clicando aqui.

As 121 diretrizes foram elaboradas pela Fundação Perseu Abramo e discutidas ao longo das últimas semanas por uma comissão composta por representantes dos sete partidos, e simbolizam uma união inédita entre as legendas do campo progressista brasileiro, com o intuito de recuperar o Brasil da destruição causada pelo governo Jair Bolsonaro.

Assista a íntegra da solenidade de lançamento (com duração de 1h45m) | Vídeo: YouTube

“Nós demonstramos uma grande unidade programática, sete partidos constroem esse programa, com a grande colaboração não só das militâncias, mas da academia, dos movimentos sociais, do movimento sindical. Em cima dessas diretrizes, as pessoas vão poder colocar para nós as sugestões, que caminhos devemos seguir, quais são suas propostas para melhorar. É assim que a gente reconstrói o país. A vida do povo é a prioridade. Aqui tem a saída para o Brasil, não tenho dúvida”, disse a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, abrindo o evento.

Entre as principais propostas acordadas entre os partidos, destacam-se:

    Urgência no combate à fome e à pobreza;

    Retomada do investimento, público e privado, para alavancar crescimento e gerar emprego com Estado forte, fim do teto de gastos e retomada do investimento;

    Combate à inflação e redução do custo de vida, com fortalecimento da Petrobras, retomada das políticas de incentivo à agricultura e estoques reguladores, para reduzir o preço dos alimentos e colocar comida nos pratos dos brasileiros;

    Defesa da Amazônia, combate ao desmatamento, respeito às leis ambientais e proteção dos povos indígenas, aliado ao enfrentamento das mudanças climáticas;

    Democracia, justiça, paz, soberania e reinserção do Brasil no mundo.

A versão final das propostas elevou as propostas de defesa da Amazônia e da Petrobras, que são dois pontos que vem incomodando ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dos itens que ganhou destaque é o que se refere à estratégica de retomada da centralidade e da urgência no enfrentamento da fome e da pobreza, assim como a garantia dos direitos à segurança alimentar e nutricional e à assistência social. “Produzimos comida em quantidade para garantir alimentação de qualidade para todos. No entanto, a fome voltou ao nosso país. Além de uma questão de soberania, o enfrentamento da fome exigirá mais empregos e mais renda para os mais pobres e será prioridade em nosso governo. Trabalharemos de forma incansável até que todos os brasileiros e as brasileiras tenham novamente direito ao menos a três refeições de qualidade por dia.”, diz o documento.

Ciência e tecnologia

“A Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) tem um caráter estratégico e central para o Brasil se transformar em um país efetivamente desenvolvido e soberano, no caminho da sociedade do conhecimento. Essa diretriz é fundamental para nosso governo e implica combinar educação universal de qualidade, pesquisa científica básica e tecnológica, inovação e inclusão social. Para tal, é necessário recompor o sistema nacional defomento do desenvolvimento científico e tecnológico, via fundos e agências públicas como o FNDCT, o CNPq e a CAPES”, estabelece a diretriz de número 81.

“É preciso assegurar a liberdade de pesquisa, em suas distintas dimensões, e usar a CTI para as políticas públicas e para a gestão em todos os níveis, integrando o território nacional. A ciência é essencial para a inovação tecnológica e social, bem como para o aproveitamento sustentável das riquezas do país, a geração de empregos qualificados e o enfrentamento das mudanças climáticas e das ameaças à saúde pública”, prossegue.