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Movimentos LGBTI+ e negro entram com ação contra Nelson Piquet por comentários racistas

Em novembro último, durante os treinos para o Grande Prêmio do Catar, em Doha, Hamilton usou o arco íris, que simboliza o movimento LGBTI+ para protestar contra a homofobia ida monarquia ditatorial islâmica do Catar | Foto: Redes sociais

Os comentários racistas que o ex-piloto de Fórmula 1, o brasileiro bolsonarista Nelson Piquet, que conquistou apenas três prédios nos autódromos, se referiu ao inglês e atual campeão mundial Lewis Hamilton, detentor de sete prêmios nessa modalidade esportiva, levou a Aliança Nacional LGBTI+, em parceria com outras entidades a entrar com Ação Civil Pública contra Piquet. O brasileiro se referiu em uma entrevista concedida ao jornalista Ricardo Oliveira, em novembro de 2021, mas que ganhou repercussão nas redes sociais e na imprensa na última semana, como sendo o “neguinho”.

A Aliança Nacional LGBTI+, em parceria com a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh), Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, protocolizaram ação civil pública contra Nelson Piquet.  Na ação as entidades pedem indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 10 milhões em razão das falas racistas e homofóbicas do tricampeão mundial.

Piquet se referiu ao maior campeão de todos os tempos da Fórmula 1, como “neguinho” | Vídeo: Reprodução/redes sociais

Piquet não ofendeu só ao maior campeão da F!, mas a toda coletividade

O advogado Marlon Reis afirma que “não foi uma ofensa ao Lewis Hamilton, mas a toda a coletividade e aos valores de inclusão e diversidade. A resposta de Hamilton foi elegante e precisa, um chamado para a ação contra todos os tipos de discriminação”.  A coordenadora da área jurídica, Amanda Souto Baliza, diz que “as falas emitidas pelo ex-corredor são extremamente famosas e não podem ficar impunes, especialmente em razão da repercussão mundial que o caso tomou”.

O diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, afirma que “temos que lutar contra o racismo. O racismo é primo irmão da LGBTIfobia. Temos que enfrentar todas as formas de discriminação com base na interseccionalidade das pessoas. Juntos venceremos contra a LGBTIfobia, o racismo e outras formas de discriminação”.

Bolsonarista incondicional, em 7 de setembro do ano passado, Piquet serviu Bolsonaro como motorista particular | Foto: Presidência

Diferença entre o bolsonarista Piquet e Lewis Hamilton

Além de ser o maior campeão da Fórmula 1 de todos os tempos, Lewis Hamilton ainda disputou até o momento mais temporadas do que Pique. Na temporada deste ano já foram seis corridas até o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, que ocorreu neste último domingo (3). Neste ano ainda há mais 13 corridas a serem disputadas. No total, o britânico Lewis Hamilton disputou 16 temporadas do britânico na Fórmula 1 contra 14 do bolsonarista brasileiro.

O uso do termo racista contra Hamilton foi quando o jornalista quis saber a opinião de Piquet sobre um acidente envolvendo o inglês e o piloto alemão Max Verstappen na corrida de Silverstone em 2021. “O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem”, disse o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Hamilton desafiou a monarquia ditatorial e homofôbica do Catar

Uma outra diferença entre o conservador Piquet e o revolucionário piloto Hamilton, é que o maior campeão da Fórmula 1 de todos os tempos se compromete com as minorias, coisa que o bolsonarista brasileiro nunca fez antes de se aposentar. Após o assassinato do americano George Floyd por policiais brancos americanos, e diante do protesto mundial “Black Lives Matter”, foi Hamilton quem levou a manifestação para as pistas de Fórmula 1. Ele usava uma postura combativa, com o punho direito levantado. Hamilton foi o primeiro homem negro da história da Fórmula 1.

Em novembro do ano passado, durante os treinos livres para o Grande Prêmio do Catar, em Doha, foi novamente Hamilton quem protestou pela homofobia institucionalizada pela monarquia ditatorial islâmica. O Catar vai ser o país que sediará a Copa do Mundo neste ano. Nesse país homofôbico, lésbicas, gays, bissexuais e transexuais são condenados a até três anos de prisão. Manifestações em apoio à causa LGBT também são proibidas no Catar. O heptacampeão mundial de automobilismo usou um capacete com a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBT.

O capacete utilizado no treino inaugural manteve todos os patrocinadores do corredor, mas incluiu uma faixa central, de face a face, com a bandeira do arco-íris e com a inscrição “Estamos Juntos”, em inglês, na parte de trás do equipamento. A equipe de Hamilton, a Mercedes, louvou sua atitude e postou em suas redes oficiais as imagens do mítico automobilista, que junto com o alemão Michael Schumacher, detém o maior número de campeonatos da história da Fórmula-1.