Dezoito organizações da sociedade civil brasileira vão em comitiva, entre este domingo (24) e a sexta-feira da próxima semana, dia 29, a Washington, capital americana, para alertar as ameaças ao processo eleitoral brasileiro promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). No encontro com autoridades vão solicitar um posicionamento dos Estados Unidos para o resultado das eleições deste ano. Serão mais de 20 reuniões com integrantes do Departamento de Estado americano, deputados, senadores e representantes de organizações sociais e sindicais daquele país.
A comitiva reúne a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), Articulação dos Povos Indígenas do Brasi (Apib l), Artigo 19, Comissão Arns, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Conectas, Galo da Manhã, Geledés, Greenpeace Brasil, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Marielle Franco, Instituto de Referência Negra Peregum, Instituto Vladimir Herzog, Pacto pela Democracia, Transparência Internacional, União de Núcleos de Educação Popular para Negras, Negros e Classe Trabalhadora (Uneafro), 342 Artes, e a entidade NAVE.
Suporte
As entidades terão o suporte do escritório da instituição independente Washington Brasil (WBO. “O mundo inteiro acompanha com atenção as eleições presidenciais de 2022 do Brasil. Nos EUA, há uma sensibilidade ainda maior, por causa das tentativas de subversão do processo eleitoral americano em 2020 e da invasão ao Capitólio em 2021. As organizações brasileiras têm, portanto, muito a dizer e a ouvir nessa série de encontros”, disse Paulo Abrão, diretor-executivo do WBO (Washington Brazil Office), instituição que organiza a visita da comitiva.
Na terça-feira (26), o grupo será recebido no Departamento de Estado americano, que é o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores dos EUA, e na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Na sexta-feira (29), haverá uma reunião bilateral com o deputado democrata Jamie Raskin, que está na linha de frente da Comissão Parlamentar que investiga a invasão do Capitólio americano, em 6 de janeiro de 2021.
Encontros no Capitólio
Ainda no Congresso, o Capitólio, ao longo dos cinco dias, haverá encontros bilaterais com outros deputados e senadores, incluindo o democrata Bernie Sanders (Vermont). Embaixadores de países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) também receberão a comitiva brasileira, que terá encontros ainda com organizações da sociedade civil local, como o Atlantic Council, a Wola (Washington Office on Latin America), o Wilson Center e a Usaid, entre outras.
“Representantes dos movimentos negro, indígena e ambiental, entre outros, estarão na linha de frente desses diálogos, falando por si mesmos sobre a situação que o Brasil enfrenta”, disse James Green, presidente do Conselho de Diretores do WBO. “É importante que esses representantes da sociedade civil brasileira sejam ouvidos em primeira mão, pessoalmente, sem intermediários, porque são eles, afinal, os protagonistas de muitas das violações de direitos humanos vividas no Brasil recentemente, e são eles que trazem essa preocupação com a importância do respeito ao resultado da eleição de 2022”.
O escritório de Washington Brasil (WBO) é uma instituição independente especializada em pensar, com o intuito de apoiar ações que fortaleçam o papel da sociedade civil e das instituições dedicadas à promoção e Defesa da democracia, dos Direitos Humanos, das liberdades e da sustentabilidade socioeconômica e desenvolvimento ambiental do país. A equipe executiva da WBO é composta por: Paulo Abr Zhejo Pires Junior (Diretor Executivo), Iman Musa Jadallah (Diretor De Advocacia), e Juliana De Moraes Pinheiro (Assessora sênior). O endereço é 1611 Connecticut Ave., NW Suite 400 Washington, DC 20009.