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Enquanto evangélicos faziam idolatria às armas na Praça do Papa, petroleiros promoviam ação social em igreja evangélica


“Os evangélicos bolsonaristas ficam impedidos de criticar os católicos, por adorarem santos, já que eles fizeram idolatria às armas ‘marcha para Jesus’ em Vitória”, afirmativa de um pastor evangélico capixaba. Os petroleiros entregaram a 60 famílias em extrema vulnerabilidade botijas de gás a preço justo na mesma hora do ato bolsonarista


Ao mesmo tempo que evangélicos bolsonaristas idolatravam armas no ato político pró-Bolsonaro na Praça do Papa, os petroleiros faziam uma ação social em igreja evangélica de Vila Velha entregando gás a preço justo à famílias carentes | Fotos: Redes sociais

Ao mesmo tempo em que evangélicos bolsonaristas praticavam o ódio e a idolatria às armas na Praça do Papa, em Vitória (ES), durante um ato político de extrema direita para apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato bolsonarista ao governo do Estado, Carlos Manato (PL), os petroleiros faziam uma ação social em uma igreja evangélica em Capuaba, bairro de Vila Velha (ES). O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), colocaram em prática nesse mesmo horário a Caravana Petroleira na Igreja Batista de Capuaba, na Campanha do Gás a preço justo.

Foram contempladas 60 famílias que estão em situação de extrema vulnerabilidade. “Fomos muito bem recebidos pela comunidade evangélica local. Também tivemos a oportunidade de conversar com as famílias e falar da importância da Petrobras para a população brasileira e o motivo dos preços altos dos combustíveis”, afirmou o Sindipetro-ES através das redes sociais. Na “marcha para Jeusus”, nome dado ao ato político da extrema direita no Espírito Santo, houve idolatria às armas, onde um modelo gigante foi exposto na frente do palco onde Bolsonaro fez um discurso atacando o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em grupos de WhatsApp, o trabalho social dos petroleiros foi acrescido de comentários, como: “Bolsonaro veio a Vitória e não inaugurou nenhuma obra, simplesmente porque não tem nenhuma obra do governo federal no nosso Estado. Ele esteve aqui para anunciar um investimento nos próximos anos para nosso amado Estado, certo? Não*, errado, não trouxe nada. Disse que veio para um compromisso religioso. Ou seja, veio passear de moto nos bairros nobres de Vitória, e aumentar os gastos do cartão corporativo. Também veio para cometer mais crimes contra o STF e a Constituição. Além disso veio encantar um monte de gente que não usa o cérebro, pois, são apenas massa podre de manobra”, foram os comentários.

Pastor evangélico usa redes sociais para criticar o culto a Bolsonaro e o abandono de Jesus por evangélicos bolsonaristas | Vídeo: YouTube

Idolatria às armas e opositores, mesmo bolsonaristas, impedidos de participar

As pessoas que seguem a verdadeira Bíblia Cristã e os ensinamentos de Jesus ficaram estarrecidas com o ato político da extrema direita. A entidade política afinada com Bolsonaro que organizou o evento bolsonarista, a Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política do Espírito Santo (Fenasp-ES), havia anunciado anteriormente que contava com 100 mil pessoas no ato. Mas, seguindo cálculo da Guarda Municipal de Vitória havia menos de um terço. Ou seja, 30 mil pessoas.

O ódio a quem não era afinado com o candidato da Fenasp-ES para o governo do Espírito Santo, o Carlos Manato, levou a colocar seguranças para impedirem o acesso ao palanque que seria usado por Bolsonaro do presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Erick Musso (Republicanos). Apesar de ser bolsonarista, Musso divide como Manato os votos dos evangélicos de extrema-direita. Outro bolsonarista que ficou irritado por não ter recebido convite foi o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (União).

“Foi muito feio. Um evento que deveria gerar amor, com pessoas que não têm compromisso com o meio evangélico pregando o ódio e nesse meio ainda quer conquistar o voto e governar o povo. Não pode, no meio evangélico, ceder a essas pressões. Erick é a segunda autoridade mais importante e não foi demonstrado respeito. Bolsonaro não tem nada a ganhar com isso. Eu sou Bolsonaro, mas estou chateado. O evento foi para promover Manato”, resmungou Euclério Sampaio em entrevista ao portal capixaba Folha Vitória.

O palco do evento bolsinarista somente pode ser acessado por quem apoiava Manato, segundo reclamações dos próprios políticos locais que enaltecem Bolsonaro. Esse foi o caso da vice-prefeita de Vitória, a capitã PM Estéfane (Patriota), também impedida por seguranças de chegar ao palco. O ódio político prevaleceu em um evento que tinha o nome de “marcha para Jesus”.