Vinicius Sousa é militante da Revolução Brasileira e pré-candidato ao governo do ES pelo PSTU. Ele é o único candidato da esquerda no Espírito Santo nas eleições 2022, já que o PT, PCdoB e o PSOL fizeram no Espírto Santo uma federação partidária com partidos que tem no seu entorno agremiações políticas de centro, de direita e até bolsonaristas
Nesta quinta-feira (28), o pré-candidato da esquerda ao governo do Espírito Santo, capitão PM Vinicius Sousa, entrou na Justiça Eleitoral com uma notícia-crime onde denuncia a ameaça de morte sofrida por ele. No documento, ele pede urgente investigação do crime e solicita todas as medidas necessárias para garantir seu direito de disputar as eleições de outubro. Mesma notícia-crime também será encaminhada ao Ministério Público Eleitoral.
Vinícius Sousa é capitão da Polícia Militar do Estado e militante da Revolução Brasileira. É o pré-candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) ao governo do Estado. Também atua no Movimento Policiais Antifascismo. Sua candidatura ao governo, que será homologada neste próximo sábado (30), quando o PSTU realiza a convenção estadual, representa a única candidatura de esquerda ao governo no Espírito Santo.
“Arma para matar o Vinicius Sousa”
Em nota o PSTU informou que no último final de semana, o partido foi “surpreendido com a sórdida notícia de que estava hospedado num site de arrecadação coletiva uma campanha de doações denominada “Arma para matar o Vinícius Sousa”. Uma clara ameaça ao pré-candidato ao governo do Espírito Santo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado”.
Também o Movimento Policiais Antifascismo fez uma nota em defesa do direito à vida e em repudio a ameaça sofrida pelo capitão Sousa. “Solidarizamo-nos com o camarada capitão Vinicius Sousa, que bravamente lança sua candidatura ao Governo do estado e expõe suas ideias e seus projetos de maneira amistosa e respeitosa. O que esperamos é um debate justo e digno, não ameaças grotescas. Denunciamos, portanto, esse jeito equivocado de fazer política. Denunciamos mais essa afronta violenta, que nesse momento teve como alvo o camarada Capitão Sousa. Que cessem os ataques contra os trabalhadores! Que cessem os ataques contra nosso projeto de implementação de democracia popular”, disse a nota.
Na nota, o PSTU também repudia a ameaça à vida do capitão Sousa e a tentativa de cercear a liberdade democrática e em especial a candidatura de esquerda do policial militar. O advogado do pré-candidato, André Moreira, ressalta que o fundamental elemento de Vinicius Sousa ser um policial de esquerda tem incomodado principalmente aqueles que veem nos militares a defesa dos pensamentos da elite e dos atuais detentores do poder. “Vinícius inverte a lógica da expectativa que a elite militar tem da base dos militares. Eles têm um projeto de poder pela direita. Vinicius tem um papel contrário e por isto sua candidatura está incomodando”, disse Moreira.
O PSTU informa ainda que todas as medidas legais estão sendo tomadas para notificar o site de arrecadação coletiva, “que não poderia jamais hospedar uma campanha virtual com vistas a financiar crimes, em especial esse, de caráter político e de ódio, quanto ao TRE no sentido de garantir segurança especial ao candidato do PSTU e do Polo Socialista”.
Em maio de 2022, o PSTU capixaba anunciou a pré-candidatura de Vinicius Sousa ao governo pelo PSTU em articulação com a Revolução Brasileira, representando assim o partido e o Polo Socialista nas eleições de outubro. No próximo sábado, 30 de julho, o PSTU ES fará a convenção partidária que homologará sua candidatura, a única representante da esquerda na disputa pela vaga ao Palácio Anchieta.
ÍNTEGRA DA NOTA DO PSTU
No último final de semana, fomos surpreendidos com a sórdida notícia de que estava hospedado num site de arrecadação coletiva uma campanha de doações denominada “Arma para matar o Vinícius Sousa”. Uma clara ameaça ao pré-candidato ao governo do Espírito Santo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado.
Nosso partido repudia toda e qualquer ameaça à vida e às liberdades democráticas, em especial, às candidaturas da esquerda, que têm sido alvo do ódio dos setores mais reacionários e ultraconservadores no Brasil presidido pelo protofascista Bolsonaro.
Todas as medidas legais estão sendo tomadas para notificar o site de arrecadação coletiva, que não poderia jamais hospedar uma campanha virtual com vistas a financiar crimes, em especial esse, de caráter político e de ódio, quanto ao TRE no sentido de garantir segurança especial ao candidato do PSTU e do Polo Socialista.
Vinicius Sousa é Capitão da Polícia Militar do Espírito Santo, membro do Movimento Policiais Antifascismo (PAF) e militante da corrente política Revolução Brasileira. Desde maio de 2022, o PSTU capixaba anunciou a pré-candidatura de Vinicius Sousa ao governo pelo PSTU em articulação com a Revolução Brasileira, representando assim o partido e o Polo Socialista nas eleições de outubro. No próximo sábado, 30 de julho, o PSTU ES fará a convenção partidária que homologará sua candidatura, a única representante da esquerda na disputa pela vaga ao Palácio Anchieta.
Ameaça ocorre num contexto de aumento da violência e polarização das eleições
A ameaça feita ao nosso candidato não é um fato isolado. A campanha à presidência do candidato do PT tem sofrido diversos ataques no último período, desde uso de drones até bombas caseiras. Também o candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, vem sofrendo ameaças e ataques em atividades de rua e nas redes sociais.
O caso mais grave dessa prática ocorreu na cidade paranaense de Foz do Iguaçu contra Marcelo Arruda, tesoureiro do PT e policial antifascismo, assassinado por um policial apoiador de Bolsonaro em sua festa de aniversário de 50 anos no dia 9 de julho. Até o momento, a investigação da Polícia Civil do Paraná inacreditavelmente concluiu que esse assassinato não teve motivações políticas!
Acreditamos que a candidatura de Vinícius Sousa, um policial de esquerda que se define como um comunista revolucionário e que responde a processos internos na PM por participações em atos realizados pelo “FORA BOLSONARO!”, deve gerar reações nos setores mais reacionários da direita capixaba, inclusive dentro da própria corporação onde atua. No entanto, assim como a direita tem anunciado candidaturas que nada têm a oferecer ao conjunto dos trabalhadores além de arrocho, superexploração e deterioração das suas condições de vida e renda, nós não baixaremos a guarda e não desistiremos de lançar o capitão da PM na disputa ao governo de nosso estado para defender um programa de caráter verdadeiramente socialista nessas eleições, único capaz de apresentar à sociedade o conjunto de reivindicações de movimentos sociais, sindicatos, trabalhadores organizados, setores da juventude e estudantes. Pois é apenas com o apoio desses setores que teremos a possibilidade de fazer transformações que rompam com a ordem que até aqui excluiu da arena política o povo capixaba em solo espírito-santense.
A necessidade da autodefesa dos trabalhadores
É necessário cobrança das autoridades medidas concretas para identificar e punir os responsáveis por tais ameaças. Plataformas virtuais de arrecadação financeira não podem hospedar campanhas de ódio e ameaça à integridade humana e devem ser punidas ao permitir novas situações como essa. Não podemos, no entanto, cultivar ilusões de que governo e justiça capturados pela classe proprietária organizarão a defesa de candidaturas que buscam romper com a ordem que privilegia esses setores aninhados no Estado.
Agressões e ameaças têm se intensificado nos últimos meses do governo do protofascista Bolsonaro. A política propagada pela esquerda liberal, que se limita a defender o Estado Democrático de Direito e a reforma do sistema, é igualmente insuficiente para avançar as tarefas emancipatórias da classe trabalhadora. Na verdade, vivemos uma ditadura dos ricos, que se alternam no poder a cada quatro anos, mudando seus atores vez por outra sem jamais alterar as relações de poder da classe capitalista sobre os trabalhadores, mantidos sempre em condições miseráveis e de carestia.
É urgente que discutamos em nossos sindicatos, movimentos e organizações políticas a necessidade de termos iniciativas concretas de autodefesa. Não podemos confiar que as instituições de Estado garantam a segurança do conjunto da classe trabalhadora. É importante formar grupos de autodefesa, promover treinamentos e elaborar medidas de controle das polícias e das Forças Armadas.
Urge a desmilitarização das PMs, a garantia de direitos democráticos e de organização política e sindical dessa categoria, o estabelecimento de condições reais para que as comunidades possam eleger delegados e comandantes das instituições policiais e assim exercer o controle sobre a sua atuação.
É preciso que as organizações de esquerda e da classe trabalhadora como um todo reforcem a luta contra o conservadorismo da ultradireita e contra grupos paramilitares fascistóides, bem como contra o atual chefe do Poder Executivo, que incentiva ações violentas e que ensaia já há meses um golpe eleitoral caso não vença as eleições de outubro.
Em defesa das liberdades democráticas e do Socialismo!
Abaixo à repressão e às ameaças! Investigação e punição aos responsáveis!
Pelo direito de auto-organização da classe e de participação nas eleições!
Íntegra da Nota de denúncia do Movimento Policiais Antifascismo.
Estamos vivendo em tempo de exceção e de práticas fascistas! Os covardes têm ganhado as ruas e as redes, espalhando ódios, preconceitos e mentiras! Uma ameaça aqui, outra ali, às vezes, descabida, outras vezes, intimidadora e, em muitos casos, fatal. Não devemos ignorá-las, nem “pagar pra ver”! Precisamos dizer em alto e bom tom: “tais fatos não devem ser naturalizados!”. O medo tem feito morada entre nós e cada vez mais pessoas verbalizam, que estão com medo! Valorizamos a vida e não temos tempo para ter medo!
Corremos tantos, vendendo a força de trabalho! A realidade, por si, na sociedade de classes onde estamos inseridos, segue batendo forte e com violência na classe-que-vive-do-trabalho. Noutra classe uns poucos com conforto e comodidade, têm tempo de sobra para ameaçar, vilipendiar e intimidar os que ousam lutar contra esse estado de coisas.
Denunciamos publicamente mais um caso de ameaça a um dos nossos. No último domingo, o camarada Vinicius Sousa foi surpreendido com uma “vaquinha”, que tinha como finalidade a aquisição de uma arma de fogo, para dar cabo da vida dele. Ameaça estapafúrdia, mas é uma ameaça. Frisamos não ser esta a primeira vez que um membro do Movimento Polícias Antifascismo é ameaçado no Espírito Santo. Em 2019, o camarada Querzone sofreu diversas ameaças por simplesmente ter sido identificado como membro fundador do Movimento aqui no ES. Na ocasião, também foi vítima de uma “fake news”, que tinha o objetivo de depreciação da sua imagem e a do Movimento Policiais Antifascismo, que naquele momento realizava sua primeira aparição pública, por meio de matérias jornalísticas.
Constantemente, militantes sociais tombam em luta. Para nós, do Movimento Policiais Antifascismo, é impossível não nomear o caso mais recente, que ceifou a vida do camarada Marcelo Arruda. Vale ressaltar que, antes de nos tirar o fôlego de vida, nos impedem de respirar em vida. São variadas as formas de violência que, de maneira homeopática, silenciam os lutadores e lutadoras sociais. Por medo escondemos nossos símbolos, calamos nossas vozes e a violência campeia, sem pudor, onde menos se espera!
Temos um modelo de segurança pública que nega cidadania para seus trabalhadores e legitima a violência. Naturaliza-se o assédio moral, afirmando que no meio militar é normal receber escracho público. Investigações e processos são abertos contra aqueles que reclamam direitos legítimos e têm a ousadia de apresentar uma alternativa a essa arquitetura de polícia ultrapassada. Essa violência, que não é simbólica, é a nossa lida, atravessa as nossas vidas e gera adoecimentos de toda ordem, que passam pelo suicídio de alguns e ao abandono da carreira. Como se não bastasse tudo isso, ainda precisamos lidar com ameaças a nossa integridade física e a nossa vida. Essas ameaças surgem constantemente contra quem se levanta e luta.
Solidarizamo-nos com o camarada Capitão Vinicius Sousa, que bravamente lança sua candidatura ao Governo do estado e expõe suas ideias e seus projetos de maneira amistosa e respeitosa. O que esperamos é um debate justo e digno, não ameaças grotescas. Denunciamos, portanto, esse jeito equivocado de fazer política. Denunciamos mais essa afronta violenta, que nesse momento teve como alvo o camarada Capitão Sousa. Que cessem os ataques contra os trabalhadores! Que cessem os ataques contra nosso projeto de implementação de democracia popular.
NÃO IREMOS RECUAR DA LUTA,
NÃO IREMOS RETROCEDER NEM UMA VÍRGULA,
NÃO VÃO NOS INTIMIDAR COM AMEAÇAS ESDRÚXULAS,
ESTAMOS FIRMES!
OMBREAMOS COM OS TRABALHADORES E TRABALHADORAS,
SOMOS MILHARES,
SOMOS IRMÃOS TRABALHADORES,
ESTAMOS NA LUTA
POR UMA SEGURANÇA PÚBLICA MAIS HUMANA E DEMOCRÁTICA,
POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA,
VENCEREMOS!