Em uma grande mobilização programada para esta segunda-feira (1) em defesa da vida e dos serviços públicos, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), em conjunto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a CUT, e diversas entidades sindicais e sociais realizarão uma carreata. O protesto é contra o retorno das aulas presenciais sem vacina, que vem sendo imposto pelo governador Renato Casagrande (PSB).
A carreata ainda vai protestar contra a Reforma Administrativa e pedir o Impeachment de Bolsonaro. A atividade busca mobilizar a sociedade capixaba diante do aprofundamento das crises sanitária, política e econômica que assolam o país desde o ano passado, como resultado do descaso, da incompetência e da irresponsabilidade do governo Bolsonaro, principalmente em relação à pandemia da COVID-19, ao desemprego e à redução de investimentos na Educação, Saúde e em outras áreas.
O protesto integra o Dia Nacional de Lutas e – além do Fora Bolsonaro – tem como principais bandeiras a vacinação em massa da população, a ampliação dos recursos para o SUS, a retomada do Auxílio Emergencial, a defesa do Programa de Proteção ao Emprego e a suspensão da Lei do Teto de Gastos.
Concentração
A concentração está marcada para às 8h30 horas, do dia 01/02, na Ufes, em Goiabeiras (entrada norte), em Vitória, e os veículos irão circular pelas principais ruas e avenidas da Região da Grande Vitória. Essa é uma atividade em que as pessoas estarão dentro dos seus veículos, portanto não haverá aglomeração, mesmo assim todos os cuidados com a prevenção e distanciamento estarão sendo tomados, reforçando as orientações sobre o uso adequado de máscara de proteção e álcool em gel, informa os organizadores.
Com o agravamento da pandemia do Coronavírus e com o registro no Brasil da variante – B117 – que tem maior contaminação entre crianças, o Sindiupes e as demais entidades representativas do setor e dos trabalhadores avaliam que não há condições seguras para a reabertura das escolas enquanto não houver a vacinação de professores/as e funcionários.
Algumas prefeituras e o Governo do Estado anunciaram o retorno presencial para o mês de fevereiro, porém, de acordo com avaliações de especialistas, o Espírito Santo não atende os critérios da Fiocruz- Fundação Oswaldo Cruz para garantir às escolas condições seguras capazes de impedir a contaminação entre as pessoas que circulam nas unidades de ensino, garante a entidade sindical.
Impacto das aulas presenciais
O Sindiupes ressalta que o setor educacional envolve um expressivo quantitativo de pessoas, além da comunidade escolar, impactando o transporte público, o transporte escolar privado, prestadores de serviços e diversas outras categorias de trabalhadores/as. Atualmente, o Espírito Santo registra elevado número de casos e óbitos semelhante aos meses de maior gravidade da pandemia, em 2020.
Por isso, o retorno às aulas presenciais sem vacina – assim como ocorreu em Manaus/AM que vive uma crise humanitária -, colocará em risco a vida de milhares de professores/as e demais trabalhadores/as em educação, estudantes e seus familiares, além de toda a sociedade capixaba.
Reforma administrativa
Tramita no Congresso Nacional a PEC 32/2020 que prevê mudanças nas regras do serviço público. Mas essa proposta de Reforma Administrativa do Governo Federal não atinge os verdadeiros privilegiados, com altos salários.
“O interesse do governo é acelerar privatizações, demitir servidores/as e aumentar os cargos por indicação política. A Reforma Administrativa, se aprovada da forma como está, vai prejudicar a prestação de serviços à população nos estados e municípios, significa destruição de serviços básicos, como Saúde e Educação. A nossa luta é por direitos, por serviços públicos de qualidade e pela valorização de todos/todas servidores/as públicos/as”, diz o Sindiupes.
Entidades
carreata conta com amplo apoio, sendo uma ação conjunta integrada pela Associação de Pais e Alunos do ES (Assopaes), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Conselho Estadual de Saúde (CES), Federação dos Servidores Públicos Federais, Estaduais e Municipais do Estado (FESPUFEMES), Movimento Vida nas Escolas, Oposição Cutista ao Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (SINDSMUVI), Sindicato dos Professores (rede privada) no ES (SINPRO), Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde
(Sindsaude) e União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME).