Em entrevista nesta segunda-feira (1) ao jornalista Breno Altman, do portal Ópera Mundi, o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro o evita por medo. “Eu creio que ele nunca aceitaria se reunir comigo. Porque tem medo de mim. Não quer me olhar nos olhos”, disse o chefe de Estado venezuelano.
“Mas, se algum dia na vida, ocorra um milagre, e nos víssemos cara a cara, eu estenderia a mão. E lhe diria: pelo Brasil, pela Venezuela, temos que nos entender”, prosseguiu Maduro. “Ele, como presidente do Brasil, e eu, como presidente da Venezuela, temos de ter a capacidade de Estado, como chefes de Estado, de nos ouvir, de falarmos, de cooperarmos”, prosseguiu.
O presidente da Venezuela disse que a situação do Amazonas seria outra, não ocorreria o que ocorreu, “se Jair Bolsonaro tivesse pego um telefone e me ligado e dito: Maduro, preciso de oxigênio’. O presidente completou dizendo que “não haveria essa emergência, tenha certeza”. “Muitas coisas resolveríamos com uma chamada telefônica”, completou.
Trumpismo brasileiro
Mas a implicância de Bolsonaro com o governo legitimamente eleito da Venezuela, apenas para satisfazer os interesses econômicos do ex-presidente americano Donald Trump impediu um desenvolvimento comum entre os dois países. “Agora, Trump se foi. Agora, o centro do trumpismo no mundo é o Brasil, é Jair Bolsonaro”, afirmou Maduro.
“Eu o vejo, o escuto. E todos os dias ele está pior. Mais agressivo contra a imprensa, contra o povo. Mais ameaçante, mais irascível, negacionista. Eu lamento, pelo povo brasileiro. Queria que o destino dos brasileiros fosse outro. Mas, mais cedo ou mais tarde, tenho fé de que o povo brasileiro reencontrará seu caminho, e Bolsonaro acabará como Trump, esquecido pela história e sozinho’, completou.