Entre as dezenas de mentiras que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) disse no debate exibido pelas redes de televisão Band, TV Cultura, UOL e Folha de São Paulo neste último domingo, estavam ataques a países latino-americanos, entre esses o Chile. Na sua costumeira difusão de mentiras e fake news, Bolsonaro mentiu dizendo que o atual presidente do Chile, Gabriel Boric, andou incendiando metrôs do seu pais. A reação veio dura, além da convocação do embaixador brasileiro no Chile, Carlos Sergio Sobral Duarte, para dar explicações, a ministra das Relações Exteriores, Antonia Urrejola, disse que as acusações infundadas são “gravíssimas”.
“Como Governo nos parece que essas declarações são gravíssimas. Obviamente são absolutamente falsas e lamentamos que em um contexto eleitoral se aproveite das relações bilaterais e se polarizem através da desinformação e das notícias falsas”, disse Urrejola. A ministra convocou a imprensa chilena e os correspondentes estrangeiros para denunciar a gravidades nas mentiras ditas por Bolsonaro, no seu desespero em atacar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que é o líder nas pesquisas eleitorais.
“A desinformação corrói a democracia”
Além disso, Urrejola ressaltou que “a desinformação corrói a democracia e, neste caso, corrói a relação bilateral. Estamos convencidos de que esta não é a maneira de fazer política e, além disso, não é a maneira de fazer política quando se trata de dois chefes de Estado democraticamente eleitos”.
Paralelamente às declarações à imprensa, a mesma Chancelaria publicou um comunicado catalogando as palavras de Bolsonaro como” inaceitáveis e “não se condizem com o tratamento respeitoso que se devem os chefes de Estado nem com as relações fraternas entre dois países latino-americanos”.
A imprensa chilena ainda destacou o despreparo de Bolsonaro ao se referir ao líder nas pesquisas de intensão de voto para a Presidência da República brasileira. Ele se referiu a Lula como o “ex-presidiário” por ter ficado atrás das grades por suposta corrupção, que posteriormente ficou comprovado que era um esquema judicial criminoso que visava tirar Lula da corrida presidencial de 2018 e favorecer a Bolsonaro.
“O ex-presidente apoiou Chávez, apoiou Maduro. E veja como está a Venezuela”, exclamou Bolsonaro durante o debate. Criticou também as relações com o presidente argentino Alberto Fernández e ainda ofendeu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, a quem disse em tom irônico que “quer libertar as drogas”; e para presidente nicaraguense Daniel Ortega, de quem assinalou “que prende sacerdotes e persegue freiras”.