Bem ao contrário das igrejas evangélicas bolsonaristas, que apoiam o ódio de políticos fascistas, contrário ao interesse dos trabalhadores e que ignoram a fome e a miséria incrementada no Brasil pelo atual governo Bolsonaro, a Igreja Católica idealizou e continua apoiando o Grito dos Excluídos. Desde 1995, em paralelo às comemorações do 7 de setembro, bem distinto do grito daquele proclamado às margens do Rio Ipiranga, surgiram outros gritos que ecoam nas periferias existenciais e sociais.
“São 28 anos em que se faz ressoar pelo Brasil a fora o grito daquelas pessoas, abafadas pelos mais diversos modos. Tantas vezes elas nem tem mais forças para gritar, devido ao frio, à fome, às necessidades que está passando”, diz trecho do convite para o Grito dos Excluídos 2022 feito pela Arquidiocese de Vitória- Espírito Santo (Aves). é lembrado que esse movimento nasceu no contexto da II Semana Social Brasileira da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Adesão de movimentos populares, sindicatos e organizações
Com o passar dos anos ocorreu a adesão dos movimentos populares, religiosos e sindicais, e organizações comprometidas com as populações mais vulneráveis da sociedade. “São os excluídos os protagonistas do grito e cabe à sociedade como um todo ouvir suas dores, seus lamentos, suas dificuldades. O grito não é um movimento que vem de cima para baixo. Muito pelo contrário, é dos rincões mais distantes, das periferias sociais e existências que os gritos devem ecoar pelas ruas de nossas cidades, pelos espaços de nossas Igrejas”, prossegue o texto da Aves.
“Nesse 7 de Setembro teremos assim outro sentido para o fato histórico, rompendo a versão oficial, pois a soberania é um processo a ser construído no conjunto da sociedade. Talvez tenha passado da hora de dar um basta nas comemorações das vitórias dos dominadores e ouvir as dores e sofrimentos das populações vencidas pelos canhões. Então o Grito do Ipiranga ecoará como um Grito de justiça e assim alcançaremos em definitivo a soberania nacional, a independência desejada e sonhada. O que importa não é o coração do Imperador, mas os corações sofridos e dilacerados pelas armas e pela fome”, conclui.
Programação em Vitória (ES)
Nesta quarta-feira, 7 de setembro, igrejas, entidade sindicais e movimentos sociais vão às ruas mais uma vez no 28º Grito dos Excluídos e Excluídas no Espírito Santo, em um local diferente. O último evento, no ano passado, foi realizado na Avenida Beira-Mar, partido da Praça Getúlio Vargas e em direção à Câmara de Vereadores. Dessa vez, o Grito dos Excluídos se inicia às 8 horas, na Ufes , em Goiabeiras.
De lá, os manifestantes seguem em direção Praça de Gurigica, local onde haverá distribuição de alimentos arrecadados entre agricultores familiares, trabalhadores rurais dos assentamentos do MST e dos acampamentos, com apoio da Campanha Paz e Pão. Na avenida Beira-Mar, no Centro Histórico de Vitória, ficarão os políticos e os candidatos em busca de votos, para assistir aos desfiles cívico e militares.