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Lula lamenta a morte da rainha Elizabeth, com quem andou na sua companhia na carruagem real


Elizabeth II marcou era como Chefe de Estado, reinando em convivência com primeiros-ministros de diferentes linhas ideológicas, lembra o ex-presidente Lula


O ex-presidente Lula chega ao Palácio de Buckingham, onde ficou hospedado, acompanhado da rainha Elizabeth II | Vídeo: Arquivo/reprodução/YouTube

Em 08 de março do ano de 2006, em um dia de chuva fina e sob um frio de 5 graus negativos, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sete ministros foram recebidos pela rainha Elizabeth II, marcando o primeiro de três dias de visita oficial ao Reino Unido, onde ficou hospedado no Palácio de Buckingham. À noite, o ex-presidente foi homenageado pela família real com um banquete, conta uma publicação do Senado.

Lula chegou ao Palácio de Buckingham em uma carruagem real, acompanhado da rainha Elizabeth II e de um tradutor. Na segunda carruagem estavam Marisa Letícia – a falecida esposa do ex-presidente – e o marido da rainha, o duque de Edinburgo, com outro tradutor. Nas cinco carruagens seguintes estavam os sete ministros que ficaram hospedados em alguns dos 600 aposentos do palácio real. Depois de saborear truta e salmão de entrada e frango com legumes como prato principal do almoço, Lula visitou a galeria de pinturas onde conheceram as peças brasileiras da coleção real.

Nota de condolência

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte da rainha Elizabeth II, aos 96 anos, nesta quinta-feira (08/09) e emitiu nota de pesar: “A Rainha Elizabeth II testemunhou e participou dos grandes eventos e processos históricos dos últimos 80 anos. Marcou era como Chefe de Estado, reinando em convivência com primeiros-ministros de diferentes linhas ideológicas”, iniciou.

“Em nosso governo, o Reino Unido e o Brasil tiveram excelentes relações diplomáticas, políticas e comerciais, marcadas pela visita de Estado em que ela nos recebeu, em 2006. Gravo na memória nosso encontro na reunião do G20 em Londres, em 2009. Minhas condolências à família e a todos que admiravam a Rainha Elizabeth II no Reino Unido e ao redor do mundo. Luiz Inácio Lula da Silva.”

ONU faz um resumo do reinado de Elizabeth

Em um comunicado à imprensa, a ONU divulgou o obituário da radinha Elizabeth sob o seu prisma. Foi lembrado que a rainha Elizabeth II foi coroada na Abadia de Westminster em 2 de junho de 1953, aos 27 anos. A cerimônia inaugurou a primeira transmissão de TV com audiência recorde de mais de 20 milhões de espectadores. O falecimento da monarca nesta última quinta-feira, 8 de setembro, aos 96 anos, colocou fim ao reinado mais longo do país.

A primeira visita de Elizabeth II à ONU foi em 1957, 12 anos após a criação da Organização na Conferência de São Francisco. Na Assembleia Geral, ela disse que aquele não era um momento para desfalecer em relação à execução de princípios da Carta das Nações Unidas. A rainha frisou que o mundo ainda estava longe de alcançar os ideais definidos, mas não deveria desanimar. Para ela, os povos do mundo esperavam que as Nações Unidas perseverassem em seus esforços. Ela mencionou que 10 países da Commonwealth estavam representados na Assembleia, formando uma associação livre de Estados totalmente independentes com histórias, culturas e tradições muito diferentes.

A última intervenção na mesma tribuna ocorreu 53 anos depois, em 2010. Elizabeth II afirmou que seu pronunciamento não era para relembrar, mas tinha como foco enfatizar o trabalho árduo necessário pela frente, caso as nações quisessem ficar unidas. A expectativa da monarca era que, quando a organização fosse julgada pelas gerações futuras, a sinceridade, a vontade de assumir a liderança e a determinação coletiva de fazer a coisa certa resistissem ao teste do tempo.

Ela disse que ONU tinha evoluído dentro de “força real para o bem comum”. Entre os dois discursos, houve um crescimento na atuação da ONU: de três operações de paz para 26 missões, com 120 mil integrantes. Ela ressaltou o serviço a milhões de pessoas com a pacificação, a assistência humanitária e o compromisso com o combate à pobreza.

Em suas funções como chefe de Estado, a rainha Elizabeth II viveu a austeridade depois da 2ª Guerra Mundial. Nesse período, houve ainda a transição do império britânico para a Commonwealth, o fim da Guerra Fria e a entrada e saída do Reino Unido da União Europeia. No Reino Unido, ela trabalhou com 15 primeiros-ministros.  Winston Churchill foi o primeiro e Liz Truss, a atual premiê, foi recebida por ela há dois dias para formar o novo governo.

Casamento

A rainha foi batizada como Elizabeth Alexandra Mary Windsor. Ela nasceu em Mayfair, Londres, em 21 de abril de 1926. Com a abdicação do tio, o rei Eduardo VIII, o pai dela foi coroado como rei George VI. Lilibet, como também era conhecida na família, tinha 10 anos e tornou-se herdeira do trono. A infância foi marcada pela guerra da Alemanha nazista. Elizabeth cumpriu o serviço militar, após completar 18 anos, como integrante do Serviço Territorial Auxiliar.

Nesse período, ela começou a corresponder-se com o primo, de terceiro grau, Filipe, na altura príncipe da Grécia. No casamento, ele recebeu o título de Duque de Edimburgo tendo partilhado 73 anos com a rainha. Em 8 de setembro, uma nota da família anunciou que a morte de Elizabeth II em Balmoral ocorreu de forma pacífica durante à tarde. Ela estava acompanhada dos filhos e netos.