fbpx
Início > Por usar o mesmo veneno que matou cães que consumiram petiscos, Anvisa interdita comercialização do macarrão Keishi

Por usar o mesmo veneno que matou cães que consumiram petiscos, Anvisa interdita comercialização do macarrão Keishi


O macarrão da marca Keishi foi interditado pela Anvisa por estar contaminado com o veneno propilenoglicol adulterado, o mesmo que utilizado pela indústria paulista marca Bassar Pet Food, que produz os petiscos que mataram vários cães no Brasil


O macarrão Keishi é destinado em sua maior parte para restaurantes que oferecem comida japonesa. a Anvisa retirou o produto do mercado por conter o mesmo veneno que matou cães que consumiram petiscos contaminados | Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta última quinta-feira (22) a Resolução (RE) 3.122, de 21 de setembro de 2022, que proíbe a comercialização, a distribuição e o uso das massas alimentícias da empresa BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda. – CNPJ 34.258.991/0001-29, com  nome fantasia Keishi, fabricadas entre 25 de julho de /2022 e 24 de agosto último.  A Agência determinou também o recolhimento desses produtos.

Essa ação é parte da investigação sobre o caso do propilenoglicol contaminado com etilenoglicol, que causou a intoxicação e a morte de animais. O propilenoglicol contaminado foi fornecido pela empresa Tecno Clean Industrial Ltda. A Anvisa realizou inspeção na BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda. e verificou que essa empresa adquiriu e usou o insumo contaminado como ingrediente na linha de produção de suas massas.

Segundo os dados fornecidos, a empresa possui nome fantasia Keishi e é responsável pela produção e comércio de vários tipos de massas de estilo oriental, tais como udon, yakisoba, lamen, além de massas de salgados, como gyoza. Os produtos são vendidos também na forma de massas congeladas. 

Etilenoglicol e propilenoglicol

O etilenoglicol é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática quando ingerido, podendo inclusive levar à morte. Não há autorização para o uso dessa substância em alimentos. Já o propilenoglicol é um aditivo alimentar. O propilenoglicol (INS 1520) é autorizado para alguns alimentos. Porém seu uso não é permitido na categoria de massas alimentícias, conforme a RDC 60/2007. 

Muitas indústrias utilizam o propilenoglicol nos processos de refrigeração, em que não há contato direto com o alimento. Portanto, quando o propilenoglicol é usado apenas no processo de refrigeração, não há necessariamente risco ao consumo dos produtos das empresas que tenham adquirido o insumo contaminado.

A indústria produz vários tipos de macarrão e todos produzidos entre 25 de julho e 24 de agosto últimos estão contaminados | Imagem: Divulgação

Anvisa orienta o consumidor que adquiriu o produto

Empresas que tenham as massas da marca Keishi (BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda.) não devem comercializá-las e nem as utilizar. Consumidores que tenham comprado algum desses produtos também não devem utilizá-los. Em ambos os casos, deve-se entrar em contato com a empresa, para devolução dos produtos.  

Se o consumidor não encontrar a data de fabricação no rótulo do produto, ele  deve entrar em contato com a empresa, para confirmar sua fabricação. Se não houver certeza a respeito dessa informação, não consuma o produto.

Ações em andamento

A Anvisa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e os órgãos de Vigilância Sanitária locais seguem com a investigação de forma minuciosa e continuarão realizando inspeções diárias nas empresas envolvidas.  As informações sobre as empresas e a rastreabilidade dos produtos continuam sendo atualizadas diariamente. Dessa forma, continua o processo de investigação dos fatos. 

Ainda não foi protocolado nenhum recolhimento voluntário junto à Anvisa, mas todas as empresas envolvidas estão sendo rigorosamente acompanhadas e, se for verificada a necessidade de recolhimento de produtos, a Anvisa fará sua determinação.

Quem é a dona da marca Keishi

Segundo os dados fornecidos, a empresa possui nome fantasia Keishi e é responsável pela produção e comércio de vários tipos de massas de estilo oriental, tais como udon, yakisoba, lamen, além de massas de salgados, como gyoza. Os produtos são vendidos também na forma de massas congeladas.

A empresa retirou seu portal na internet, que tinha a seguinte informação: “O Keishi é uma fábrica de desenvolvimento de macarrão fundada em 2008, na província de Fukuoka, Japão. Abrimos a filial no Brasil em 2018 e utilizamos a tecnologia, o know-how original do Japão, com o objetivo de fornecer o autêntico macarrão para Ramen aos restaurantes de culinária japonesa aqui no Brasil. No País consta como sócios da empresaBbbr Industria e Comercio de Macarrão LTDA, sediada na Rua Cesário Ramalho, 121, Bairro Cambuci, São Paulo (SP) e com o CNPJ: 34.258.991/0001-29 a dupla Amanda de Souza Kurachi e Amanda de Souza Kurachi.

Fazer macarrão em casa é simples, mais saudável e mais barato

Ao invés de comprar massa de macarrão pronta, recheada de produtos químicos e, agora, com risco de conter veneno, o consumidor não precisa a se sujeitar a comprar veneno. Encontra no YouTube dezenas de receitas fáceis para fazer macarrão, de forma simples, muito mais saudável, mais barato e sem produtos químicos, A seguir oferecemos uma dessas receitas:

Fazer macarrão em casa é simples, mais saudável e mais barato | Vídeo: YouTube