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Fenaj entrega a Lula propostas dos jornalistas e ABI declara apoio a candidato do PT à Presidência

Lula recebe as propostas dos jornalistas brasileiros através da Fenaj | Foto: Divulgação/Fenaj

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) já entregou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre ao segundo turno da Presidência, com o número de urna 13, no próximo dia 30, a proposta da categoria denominada “Oito Pautas Prioritárias das e dos Jornalistas Brasileiros”. O documento elenca as principais demandas debatidas e aprovadas nos últimos congressos nacionais da entidade, além de propostas históricas da categoria.

Por interesses escusos dos próprios governos e das grandes empresas de comunicação do Brasil, o jornalista é a única categoria que não possui um Conselho Federal, que reúna os Conselhos Regionais, a exemplo de outras profissões. A ausência permite a difusão de mentiras.  Entre o que é fiscalizado pelo Conselho de categoria, está a organização e a fiscalização ética da profissão. O Jornalismo não tem um conselho de classe como os advogados (OAB), médicos (CFM), engenheiros (Confea), enfermeiros (Cofen), economistas (Confecon), entre outros.

Propostas entregues a Lula

Entre as propostas estão: revogação das contrarreformas trabalhista e previdenciária, apoio a aprovação da PEC do Diploma, atualização da regulamentação profissional, criação do Conselho Federal de Jornalistas, criação do Piso Salarial Nacional dos Jornalistas, criação do Fundo Nacional de Apoio e Fomento ao Jornalismo, recuperação da EBC e ampliação do Sistema Público de Comunicação, regulação das Comunicações e das plataformas digitais.

A Fenaj informa que a proposta dos jornalistas para as eleições de 2002 foi enviada às demais candidaturas no dia 19 de setembro, véspera da data em que a Federação completou 76 anos. A Fenaj não enviou o documento ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro, porque “o postulante à reeleição pelo PL tem sido o principal agressor da categoria nos últimos anos, além de incentivar a prática de ataques a profissionais da mídia e a veículos de comunicação, atentando reiteradas vezes contra a democracia. O original dessas propostas em arquivo PDF pode ser obtido clicando neste link.

Quais são as propostas entregues pela Fenaj

1. PEC do Diploma

Apoio à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição Federal que restabelece a obrigatoriedade da formação de nível superior específica para o exercício da profissão, conhecida como PEC do Diploma. Já aprovada no Senado com ampla maioria de votos, a PEC 206/12 torna obrigatória a exigência de diploma de curso superior em Jornalismo para o exercício profissional, revertendo um equívoco histórico do Supremo Tribunal Federal, que se mostrou ao longo dos anos – com o ingresso de falsos profissionais no Jornalismo e a explosão das informações fraudulentas (conhecidas como fake news) – um grande golpe no direito da população de ser informada.

2. Atualização da regulamentação profissional dos Jornalistas

Garantir uma nova regulamentação profissional para os jornalistas, prevista nos Decretos-lei Federais Nº 972/69 e Nº 83.284/79 e na Seção XI – Dos jornalistas profissionais, presente no Título III, Capítulo I, da Consolidação das Leis do Trabalho. A regulamentação encontra-se atualmente defasada em função das transformações tecnológicas e da criação de novas funções, além do sombreamento de atribuições com outras profissões, como radialista, relações públicas e publicitários. Assegurar que, na nova regulamentação, o trabalho de assessoria de imprensa fique explícito como função privativa de jornalista profissional.

3. Criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ)

O jornalista é um dos poucos profissionais liberais que não tem Conselho para regulamentar seu exercício. A proposta de criação do CFJ (e suas instâncias regionais) tem como objetivo a defesa do Jornalismo e do exercício profissional ético e responsável.

Assim como os conselhos profissionais de outras categorias, o CFJ terá a função de emitir registro profissional, fiscalizar o exercício da profissão, o ensino de Jornalismo e guardar o Código de Ética da categoria, a partir da definição dos procedimentos profissionais adequados, tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista ético. O órgão terá sua relevância social, sendo uma instância fundamental para o combate à desinformação.

4. Piso Salarial Nacional dos Jornalistas

Entre as reivindicações históricas da FENAJ está a instituição de um piso salarial nacional para a categoria dos jornalistas. A proposta é que, para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais, o piso seja inicialmente fixado em seis salários mínimos, com reajuste anual pelo índice do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

5. Regulação das Comunicações e das plataformas digitais

O direito à informação correta e a democratização do acesso aos meios de comunicação são questões centrais para um projeto de reconstrução do país. A extrema concentração, verdadeiro oligopólio, da propriedade das empresas de radiodifusão por parte de poucas famílias, a propriedade cruzada de jornais, emissoras e portais, além da fragilização dos sistemas público e estatal produzem uma profunda distorção no processo democrático brasileiro.

É essencial regulamentar o acesso e a utilização dos meios eletrônicos de comunicação, conforme previsto nos artigos 220 a 224 da Constituição, que há 32 anos estão congelados no Congresso Nacional por pressão dos donos da mídia e seus aliados. Essa regulação visará a complementariedade dos sistemas privado, estatal e público, a pluralidade e diversidade de vozes, expressões regionais, culturais, regionais e sociais, estabelecendo tais princípios para a radiodifusão e incorporando os novos meios como a TV por assinatura, internet e as tecnologias digitais.

É preciso, ainda, regular a atuação das plataformas digitais no país, estabelecendo parâmetros públicos, transparentes e democráticos para a ação de moderação de conteúdo e garantindo o acompanhamento do cumprimento dessas obrigações. Necessário estabelecer o debate no Congresso das propostas que visam a garantir a neutralidade das plataformas digitais e assegurar o princípio da soberania nacional sobre quaisquer atividades oferecidas no Brasil, com foco na neutralidade dessas plataformas e na privacidade dos dados.

6. Criação do Fundo Nacional de Apoio e Fomento ao Jornalismo

Valorizar e incentivar a produção jornalística no país a partir da implementação de tributo a ser pago pelas chamadas big techs, como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft. Essa é a proposta do chamado Fundo Nacional de Apoio e Fomento ao Jornalismo (Funajor).

A proposição prevê a tributação destas empresas, com a criação de uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), com alíquotas progressivas. Trata-se de um imposto especial que permite sua destinação a determinado fim, neste caso, ao Funajor. O enorme faturamento por parte dessas companhias e a captação de recursos publicitários, que antes eram destinados em maior grau para as empresas nacionais de comunicação, são alguns dos pontos levantados como argumentos, o que torna, portanto, esta luta justa, já que estas grandes organizações possuem receitas bilionárias que praticamente não são taxadas no Brasil.

7. Recuperação da EBC e ampliação do Sistema Público de Comunicação

A ampliação do Sistema Público de Comunicação é uma necessidade em todo o país. Para tanto, é necessário garantir a utilização irrestrita da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública; reconstruir as Redes Nacionais Públicas de TV e de Rádio e ampliar a oferta dos canais públicos, permitindo que este serviço alcance todo o país. Retomar o projeto de construção e ampliação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), corrigindo e superando as limitações e deficiências na sua criação, separando os serviços de comunicação estatal dos da comunicação pública. Recuperar seu caráter público – destruído pelos governos Temer e Bolsonaro -, recriando seu Conselho Curador, o mandato fixo de seu diretor- presidente, e aprimorando mecanismos para sua autonomia editorial.

Para atender plenamente a vocação da EBC, é preciso seu fortalecimento e expansão para todo o território nacional, com a liberação das verbas do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST). Reestabelecer as relações de trabalho com os funcionários da EBC, interrompendo o período que vem desde dezembro de 2020 sem celebração de Acordo Coletivo de Trabalho com os sindicatos, garantindo a reposição salarial e impedindo a manutenção das práticas de assédio moral contra as trabalhadoras e os trabalhadores.

8. Revogação das contrarreformas

Revogação das contrarreformas trabalhista e previdenciária e de todas as medidas que retiraram ou reduziram direitos, enfraqueceram e afastaram os sindicatos da regulação de direitos.

Revogação da EC95 e a defesa de garantia da vinculação orçamentária para o Sistema Único de Saúde (SUS) e também para o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), tripés da Seguridade Social tão duramente atacados e que impactam diretamente na vida dos trabalhadores, sobretudo do número cada vez maior de informais, desempregados e em situação de vulnerabilidade.

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) passou a utilizar este banner em suas redes na internet, inclusive no portal oficial | Imagem: ABI

ABI apoia Lula para e pede aos jornalistas a votarem no candidato do PT

Em nota divulgada, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que até 30 de outubro vai adotar no topo de seu portal oficial um banner com a inscrição “Lula presidente. Alcmin vice. ABI  com Lula em defesa da democracia”. O banner vai ficar ao lado da logomarca da ABI.

“Fiel ao seu compromisso com a defesa da democracia, da liberdade de imprensa, dos direitos humanos, do meio ambiente, da liberdade religiosa, das minorias, do combate à fome, à misoginia, ao preconceito e às desigualdades sociais, a ABI se engaja na campanha de Lula Presidente e pede aos seus associados e aos jornalistas brasileiros o voto em Lula 13, no segundo turno, no próximo dia 30 de outubro”, diz a nota.

Com exceção do Jornalismo, as demais categorias possuem seus Conselhos:

    Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

    Conselho Federal de Administração

    Conselho Federal de Biblioteconomia

    Conselho Federal de Biologia

    Conselho Federal de Biomedicina

    Conselho Federal de Contabilidade

    Conselho Federal de Corretores de Imóveis

    Conselho Federal de Economia

    Conselho Federal de Economistas Domésticos

    Conselho Federal de Educação Física

    Conselho Federal de Enfermagem

    Conselho Federal dos Técnicos Industriais

    Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

    Conselho Federal de Estatística

    Conselho Federal de Farmácia

    Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

    Conselho Federal de Fonoaudiologia

    Conselho Federal de Medicina Veterinária

    Conselho Federal de Medicina

    Conselho Federal de Museologia

    Conselho Federal de Nutricionistas

    Conselho Federal de Odontologia

    Conselho Federal de Psicologia

    Conselho Federal de Química

    Conselho Federal de Serviço Social

    Conselho Federal dos Despachantes Documentalistas do Brasil

    Conselho Federal dos Representantes Comerciais

    Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas

    Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia

    Ordem dos Advogados do Brasil não é uma autarquia, é uma entidade sui generis.

    Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), que fundou o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR)

    Ordem dos Músicos do Brasil