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Lula diz em MG que vai se precaver nos debates com Bolsonaro e que usará repelente contra o “canibal”

Lula diz em Minas Gerais que vai se preparar com o debate diante do “canibal” usando repelente | Vídeo: YouTube

Neste último domingo (9) o ex-presidente e candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse durante comício em Belo Horizonte (MG), que vai utilizar repelente para enfrentar o opositor de extrema-direita e “canibal” Jair Bolsonaro (PL) com o “uso de muito repelente”. “Vou ter dois debates com o genocida […] e eu vou colocar muito repelente no corpo com medo de uma mordida, ele disse em uma entrevista para o New York Times que ele teria coragem de comer carne de índio. Se ele pensar em dar uma mordida num pernambucano, ele vai morrer envenenado”, disse Lula.

Lula citou o vídeo que teve ampla repercussão na última semana, onde em entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal americano The New York Times (NYT), em 2016, o atual presidente de extrema-direita narra a situação da morte de um indígena, que teria sido “cozinhado” por sua tribo, em um suposto ritual de canibalismo. Ele diz na ocasião que comeria a carne do indígena “sem problema nenhum”.

Em entrevista ao New York Times (NYT), em 2016, Bolsonaro diz que comeria a carne do indígena “sem problema nenhum” | Vídeo: Vimeo

“Eu como”, diz Bolsonaro para o jornalista do NYT

Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara falou: “Se for, tem que comer”. Eu falei: “Eu como!” Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, e não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo”, disse, em 2016, o atual presidente.

O vídeo chegou a ser utilizado em uma peça de campanha de Lula. Em decisão liminar, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ordenou a suspensão imediata da veiculação. Na ação, o presidente disse que seu adversário na corrida eleitoral teria usado de “grave e intencional descontextualização” como “estratégia publicitária”.

Em MG, Lula diz que os mineiros querem democracia, emprego e respeito às mulheres”

“Minas Gerais, efetivamente, é um estado diferente. Agora eu sei por que foi aqui que surgiu o primeiro embrião da independência brasileira”, disse Lula, neste domingo (9), ao ser recebido em Belo Horizonte por “um mar de gente bonita” que o acompanhou da Avenida Brasil até a Praça da Liberdade, onde falou do alto de um carro de som.

Lula lembrou que a elite que mandava no Brasil no século 18 matou e esquartejou Tiradentes. “O que eles não sabiam é que eles mataram apenas a carne. As ideias continuaram com o povo de Minas Gerais”, afirmou. E completou: “Vocês estão demonstrando que Minas não suporta ditadura, opressão, vandalismo. Minas quer democracia, educação, emprego, cultura, oportunidade para nossos jovens. Minas quer respeito para nossas mulheres. Chega de feminicídio. Mulher não foi feita para ser objeto de mesa e cama, foi feita para ser sujeita da história”.

Em mais essa passagem pelo estado, que deu a ele mais de 5,8 milhões de votos no primeiro turno, Lula recebeu o apoio do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que denunciou o abandono da cidade pelo governo, e contou com a presença do cantor Chico Buarque no caminhão de som, que lhe agradeceu por se dispor a “nos tirar desse buraco”. “Amanhã vai ser outro dia”, lembrou Chico. Lula disse que, no próximo dia 30, os brasileiros e brasileiras poderão mostrar que preferem o amor ao ódio.

E a gente vai poder dizer que não queremos muita coisa. Queremos apenas que nossas famílias possam viver dignamente. A gente quer ter uma casinha para morar, escola de qualidade para nossos filhos, trabalhar e que nossa esposo, nosso companheiro tenham emprego”, disse Lula. E argumentou que passou da hora de as mulheres serem tratadas com justiça no mercado de trabalho. “A gente vai regulamentar: mulher e homem, trabalho igual, salário igual”, prometeu.

“Eu não sei quantas mulheres vão ter no governo. Mas vai ter mulher para caramba”, acrescentou, lembrando ainda que vai criar o Ministério dos Povos Originários e recriar o Ministério da Cultura, com comitês em cada cidade, para transformar o setor numa indústria geradora de emprego e renda. Tanto Lula quanto outras lideranças que se pronunciaram lembraram que, nesta reta final, é importante que os eleitores se engajem na campanha para garantir a vitória definitiva e livrar o Brasil do governo incompetente, desumano e violento de Bolsonaro.