Ex-presidente lamentou a situação de 60 milhões de brasileiros que estão há cinco anos sem aumento real
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (24/10), durante coletiva de imprensa em São Paulo (SP), que o país deveria estar debatendo os temas que importam para a população brasileira, como a questão da fome, que afeta 33 milhões de pessoas, e a perda do poder de compra e a desvalorização do salário mínimo. No entanto, Bolsonaro desvirtua o debate com mentiras e “presepadas”, como o caso Roberto Jefferson.
“Como você explica, num país que tem quase 60 milhões de pessoas ganhando um salário mínimo, passar cinco anos sem reajustar o salário mínimo? Como é que é possível? Então, nossa pauta econômica é uma pauta necessária”, disse Lula. “Existem 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil, uma inflação de alimentos muito alta, a gasolina voltou a subir, o salário mínimo não é aumentado há cinco anos”.
No governo Bolsonaro, o valor real do salário mínimo real caiu 1,7%. Ele é o único presidente que baixou o salário mínimo durante sua gestão. São cinco anos sem aumento real e com a inflação elevada, fazendo o brasileiro perder o poder de compra e ver, mês após mês, diminuir os produtos no carrinho de supermercado.
Aumento real com Lula
Realidade diferente da proposta da chapa Lula-Alckmin, que prevê o aumento real todos os anos. A proposta de governo da Coligação Brasil da Esperança garante a correção do salário mínimo pela inflação mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos.
De acordo com Lula, o voto no dia 30 de outubro está dando chance para a sociedade “reestabelecer a normalidade” no país, abrindo a possibilidade para escolher um presidente que discuta assuntos pertinentes, como, por exemplo, voltar a fazer o país crescer e melhorar a vida. “Esses são os assuntos que a gente deveria estar discutindo nesse instante. Não, nós estamos discutindo mais uma presepada do presidente da República falando mentira”, disse.
A presepada em questão, apontou Lula, é a prisão de Roberto Jefferson, que no domingo atirou de fuzil e até jogou granadas contra policiais que cumpriam uma ordem de prisão em sua casa. Bolsonaro, após o atentado, passou a tentar desvincular sua imagem de Jefferson, um dos seus principais aliados até então. Para o ex-presidente, Roberto Jefferson é a fotografia e o resultado do que acontece no governo Bolsonaro. “Ele é o resultado de tudo o que é plantado nesse país. Ele é o resultado de um momento de muitas mentiras no Brasil”, completou.