Na manhã deste último domingo (13), durante a celebração da Missa pelo Dia Mundial dos Pobres, no Vaticano, o Papa Francisco alertou para que se tenha cuidado com os “falsos Messias”. “Não vamos dar ouvidos aos profetas da desgraça, às sirenes do populismo, aos falsos “messias” que, em nome do lucro, proclamam receitas úteis apenas para aumentar a riqueza de poucos”, destacou o Sumo Pontífice.
Apesar de papa não ter nominado ninguém, a citação teve ampla repercussão no Brasil neste domingo, devido ao uso pelo atual presidente de extrema-direita brasileiro, Jair Messias Bolsonaro (PL) ter desvirtuado a finalidade das igrejas, principalmente as evangélicas, para se transformar em comitês eleitorais de ódio e até no culto ao “Messias Bolsonaro” nos altares das igrejas, que ficaram sob o seu julgo.
Missa e Evangelho de Lucas
A missa presidida por Francisco na Basílica de São Pedro começou às 10h na Itália, 6h no horário de Brasília, com transmissão ao vivo em português dos canais do Vatican News e a sua íntegra pode ser visualizada clicando neste link. A missa tem duração de um hora e 26 minutos. De acordo com o Vaticano, o Pontífice inspirou a sua homilia no Evangelho deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, em que Jesus faz duas exortações: não vos deixeis enganar e dai testemunho.
A citação se refere Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Lc 21,5-19. Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: “Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído. ” Eles perguntaram-lhe: “Mestre, quando sucederá isso? Que sinal haverá de que está para acontecer?.” Jesus respondeu: “Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: “sou eu”; e ainda: “O tempo está próximo. Não os sigais.”
A história da Jornada Mundial dos Pobres
No dia 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento ele disse: “Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”.
No Brasil, nos primeiros anos, a CNBB confiou à Cáritas Brasileira a animação e a mobilização do Dia Mundial dos Pobres. A entidade, nesse período, já realizava a Semana da Solidariedade – para pensar e agir por um país justo, fraterno, igualitário, solidário e amoroso, por ocasião de seu aniversário de fundação, 12 de novembro de 1956. A partir da III Jornada Mundial dos Pobres, as Pastorais e Organismos Sociais ligados à Cepast-CNBB assumiram coletivamente a animação e mobilização da data.