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Direção nacional do Cidadania desautoriza vereador de Vitória (ES) a prosseguir com atos golpistas


Ao se tornar um vereador bolsonarista de extrema-direita de Vitória (ES) e que vem promovendo discursos de ódio contra as instituições democráticas, Luiz Emanuel não cabe mais dentro do Cidadania. Segundo o presidente municipal do Cidadania em Vitória (ES), Vinicius Simões, “ele está em processo de saída”. O seu provável destino é o PL, o partido golpista, que tentou sem sucesso anular as últimas eleições para favorecer o derrotado de extrema-direita Jair Bolsonaro

— Anna Wong, Voluntee

A maioria dos vereadores de Vitória (ES) são bolsonaristas e com isso aprovaram a moção de repúdio contra o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, com oito votos, contra três dos defensores da legalidade democrática | Vídeo: YouTiube/CMV

A direção nacional do Cidadania desautorizou o comportamento golpista do seu vereador bolsonaristas de Vitória (ES), Luiz Emanuel Zouain Costa, que nesta semana, em conluio com o colega bolsonaristas de extrema direita eleito Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal (PL), protocolaram uma “Moção de repúdio” contra a democracia representada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O Grafitti News recebeu o posicionamento do Cidadania, enviado pelo próprio presidente da agremiação política, Roberto Freire.

“O Cidadania desautoriza a participação de quaisquer de seus filiados, dirigentes e mandatários em tais manifestações golpistas levadas a cabo por movimentos de extrema-direita, alguns dos quais – é preciso que se diga – flertam com o fascismo e o supremacismo, o que ofende frontalmente os princípios partidários”, disse Roberto Freire em nota que enviou para este portal Grafitti News.

“Os inconformados com decisões judiciais têm à disposição o instrumento do recurso. Não podem cassar ministros por deles discordarem. Estranhamos que ditos conservadores e pretensos liberais estejam adotando e até incentivando golpistas e revolucionários nas ruas e no Legislativo contra a sólida instituição da democracia representativa que lhes garantiu vários mandatos eletivos sucessivos sob o mesmo arcabouço legal que ora deu a vitória a Luís Inácio Lula da Silva”, continuou o dirigente nacional do Cidadania.

Luiz Emanuel ofende presidente do TSE em plenário

Às 17h30 da última terça-feira (22), para dar suporte ao marketing dos golpistas que querem impor na presidência o derrotado Bolsonaro, Luiz Emanuel e Gilvan entregaram no protocolo da Câmara de Vereadores de Vitória a Moção de repúdio, qu ganhou o número de protocolo 1795/2022. No papel escreveram que é uma moção de protesto e repúdio contra o ministro Alexandre de Moraes. Ali repetiram os fake news e as mentiras dos adestrados bolsonaristas.

Luiz Emanuel e seu colega acusaram, sem provas, que o presidente do TSE representa “uma ofensa à constituição (sic, escreveram em caixa baixa mesmo) brasileira, à liberdade de expressão e, desta forma, a todo Estado Democrático de Direito.” E completam: “O ministro legisla e invade a competência do Congresso Nacional ao criar a figura de um crime inexistente como “espalhar Fake News” e desrespeita o princípio constitucional de que ‘não há crime sem lei anterior que o defina’.Exortamos o Senado Federal que saia da inércia e tome atitudes contra esse desrespeito contra a separação dos poderes e à constituição”.

No plenário da Câmara, na manhã desta última quarta-feira (23), Luiz Emanuel tratou o ministro do STF e que presidente o TSE, como se fosse um colega de botequim da periferia e o chamou de “sujeito”, “mentiroso e “covarde” e de “descaradamente hipócrita”. Luiz Emanuel, que concorreu com o número 23456, foi derrotado na sua pretensão de se tornar deputado estadual no último dia 2 de outubro. Ele foi candidato a deputado estadual pela federação partidária Cidadania.

Na votação, a Câmara de Vereadores d Vitória, composta em sua maioria por bolsonaristas, aprovou o encaminhamento da moção. Sem a presença da vereadora Camila Valadão (PSOl), que estava de licença por ter contraído Covid-19, foram apenas três votos contrários aos ataques ao Judiciário. Votam contra os vereadores Karla Coser (PT), Luiz Paulo Amorim (Solidariedade) e Anderson Goggi (PP). Outro vereador bolsonarista do Cidadania que apoiou o ato golpista e votou favorável foi Maurício Leite. Este não foi anunciado pelo Diretório Municipal do Cidadania que esteja de “saída”. A íntegra da sessão da última quarta-feira pode ser acessada clicando neste link.

Na recente campanha eleitoral, Luiz Emanuel declarou ao TSE, presidido por Alexandre de Moraes, que teve uma receita da campanha de R$ 112.929,66, onde ele mesmo desembolsou R$ 43.016,43 (38,09% do total) e recebeu dos seguintes doadores:  Fabio Calmon Montovanelli e Armando Dantas cada um R$ 10 mil, Samira Zouain Rocha deu R$ 8.920,00, Ivanilson Lopes (R$ 5.073,23), Ademir Barbosa Filho (R$ 5 mil), Reinaldo Massayki Okazaki (R$ 5 mil), o deputado federal reeleitoJosias Mario da Vitória (R$ 3.700,00), Felipe Cirilo Passos (R$ 3.000,00) e Mateus Tomasi da Rocha (R$ 2.000,00). As despesas de campanha totalizaram R$ 100.183,23.

Vereador de extrema-direita não cabe mais no Cidadania

Após receber o posicionamento nacional do Cidadania, com resposta dada pelo presidente nacional, o Grafitti News foi procurar o presidente municipal do partido em Vitória (ES), o vereador a ser empossado em janeiro próximo, Vinicius Simões, para saber se o vereador bolsonaristas seria expulso. Após tomar conhecimento da posição do Cidadania aos atos antidemocráticos do vereador Luiz Emanuel, dado pelo presidente nacional Roberto Freire, Simões se limitou a dizer que “ele está em processo de saída.”

Artigo 10º do Ato Institucional Nº 2 eliminou o pagamento de salário de vereador | Imagem: Presidência da República

Luiz Emanuel Zouain Costa, que ainda está no Cidadania, e seu colega de ideologia, o atual vereador e deputado estadual eleito Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da federal (PL), apesar de serem de extrema-direita e defender a volta à ditadura, não devem se lembrar da insignificância que um vereador tinha para os militares que promoveram o golpe militar de 1964. Em 27 de outubro de 1965, o marechal-ditador Humberto de Alencar Castello Branco assinou o Ato Institucional (AI) Nº 2, onde em seu artigo 10º estabelecia que “os vereadores não perceberão remuneração, seja a que título for”. Com isso, caso ainda estivesse em vigor o AI-2, o salário atual mensal recebido por Luiz Emanuel em novembro de R$ 8.368,51e os R$ 8.966,26 que Gilvan embolsou neste mesmo mês, seria R$ 0,00. Mas, se possuem um salário muito acima de quem realmente trabalha, pega no pesado e bate cartão de ponto, em troca de um salário mínimo de R$ 1.212,00 por mês, deveriam agradecer à democracia a qual, externam ódio. A íntegra do AI-2 pode ser conferida no portal oficial da Presidência, clicando neste link