A professora aposentada do Departamento de Educação Política e Sociedade da Ufes Edna Castro de Oliveira recebeu na última quinta-feira, 8, o Prêmio Estadual de Direitos Humanos 2022. Organizada pela Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) e pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos do Espírito Santo (CEDH-ES), a premiação ocorreu como parte da programação da XIV Semana Estadual de Direitos Humanos, às 9 horas, no Palácio da Fonte Grande, em Vitória.
Indicada pelo Instituto Raízes, a professora teve reconhecida sua trajetória em defesa da educação pública e pelo acesso à educação de jovens e adultos (EJA) ao ser incluída na categoria Personalidades. “Eu fui surpreendida por pessoas ligadas ao Instituto Raízes que propuseram meu nome para receber este prêmio. Como sou muito arredia, eu contra-argumentei, mas acabei aceitando em nome das 11 milhões de pessoas no país acima de 15 anos não alfabetizadas e de 70 milhões de pessoas jovens, adultas e idosas sem educação básica completa. Tenho a minha vida dedicada ao trabalho com essas pessoas no Estado e na Ufes”, afirma a professora.
Oliveira foi uma das responsáveis pela criação do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos no Centro de Educação da Ufes (Neja), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), e é membra fundadora do Fórum de Educação de Jovens e Adultos/ES, “que busca se articular com os movimentos sociais no campo e na cidade”, explica ela.
Apesar de estar aposentada há três anos do curso de Pedagogia, a mestra segue trabalhando como professora colaboradora “em função dos desafios que nos impulsionam a prosseguir na luta pela EJA como um direito humano fundamental”, afirma.
Referência
Nas redes sociais, representantes do Instituto Raízes exaltaram a trajetória de Edna de Oliveira: “A professora é nossa referência de lutas. Foi uma das primeiras professoras negras da Ufes. Tem um compromisso com a educação pública, com a democracia e com a vida. Sempre dedicou sua vida e trabalho às garantias do acesso à educação das pessoas fora ‘do padrão escolar’. Com sua força e mobilização, colaborou com a criação da primeira escola de EJA em Vitória. É uma honra, para nós, realizar a indicação do nome da professora Edna para esta premiação”, afirmaram.
Ao lado de Oliveira, recebem a premiação na categoria Personalidades Domingos Firmino – Chapoca, do Sapê do Norte; Marta Falqueto, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH); Ednalva Gomes – Nalva, do Movimento Sem-Terra, e Zilda de Antônia Aquino – dona do Bar da Zilda.
Movimentos
Na categoria Movimentos Sociais e Entidades foram premiados o Coletivo Juventude de Axé, de Cachoeiro de Itapemirim; o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); a Comissão Quilombola do Sapê do Norte; a Rede Urbana Capixaba de Agroecologia (Ruca) e o Coletivo Beco do Território do Bem.