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‘Acampamentos pró-golpe são incubadoras de terroristas”, afirma Flávio Dino

Flávio Dino | Foto: Sérgio Lima/Divulgação/PT

Flávio Dino, futuro ministro da Justiça no governo do presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que os acampamentos de bolsonaristas são incubadoras de terroristas. “Os graves acontecimentos de ontem (sábado, 24) em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível. O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade”, disse neste último domingo (25) o ministro a ser empossado dentro de uma semana.

Ele se refere aos mais recentes atos terroristas praticados no Brasil nos últimos 15 dias. O posicionamento de Flavio Dino ocorreu no dia seguinte da Polícia Civil (PC) de Brasília (DF) ter efetuado a prisão do empresário paranaense George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, da cidade de Xinguará (PA), acusado de plantar um artefato explosivo em uma caminhão-tanque carregado com querosene de aviação em Brasília. De acordo com a PC, o acusado de terrorismo alugou uma casa em região nobre de Brasília e frequentava diariamente o acampamento bolsonaristas na frente do Quartel-General do Exército.

Flávio Dino em postagem no Twitter neste último domingo (25) | Imagem: Twitter

George Washington tem registro de caçador, atirador e colecionador (CAC), é paraquedista e apoiador radical de Bolsonaro, de acordo com a PC do Distrito Federal. O suspeito deverá ser indiciado por porte e posse ilegais de armas e munições e por crime contra o Estado democrático de direito. George possui um perfil no Twitter e nele está ativo desde abril de 2022, onde há uma foto da bandeira do Brasil como foto do usuário daquela rede social e colocou como frase principal a seguinte legenda: “Pra frente e frontalmente com Deus à frente”.

Com o acusado de ser terrorista, a Polícia apreendeu: duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, cinco emulsões explosivas munições, uniformes camuflados e milhares de balas. “Temos informações preliminares e, ao longo da semana, mais envolvidos podem ser presos. Ele confessa a participação de outras pessoas na tentativa de explosão”, disse o delegado-geral da PC-DF, Robson Candido.

O empresário paranaense George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, confessou à Polícia Civil do Distrito Federal ter trazido os explosivos e armamentos para Brasília | Foto: Redes sociais

Outro ato terrorista

Esse não foi o primeiro ato de violência cometido por bolsonaristas após a derrota do presidente Jair Bolsonaro.  Pouco menos de duas semanas atrás, um grupo de bolsonaristas queimou veículos na capital e tentou invadir a sede da Polícia Federal. Em novembro, apoiadores do presidente também atacaram agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com tiros e pedras em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. Quase dois meses após o segundo turno, centenas de bolsonaristas permanecem acampados em frente a instalações das Forças Armadas para pedir que os militares dêem um golpe para impedir a posse de Lula.

Em suas mensagens publicadas no Twitter, Dino reconheceu o trabalho da Polícia Civil do DF no caso da bomba, mas cobrou mais ação das autoridades federais. “Ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos”, escreveu.

Desde a derrota de Bolsonaro, o governo federal tem sido acusado de não agir contra atos violentos promovidos pelos bolsonaristas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que era chefiada até a última semana por um aliado do presidente, foi alvo de críticas por não agir com rigor contra os bloqueios promovidos por extremistas de direita em rodovias federais.

Dino também afirmou que as investigações sobre o episódio em Brasília continuarão com a supervisão do futuro diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues. “As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem. O delegado Andrei, futuro Diretor Geral da PF, tem feito o acompanhamento, em nome da equipe de transição.