O quase ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já se encontra nos Estados Unidos, onde o avião presidencial pousou às 23h04 no Aeroporto Internacional de Orlando, na Flórida.. Mas, foi exatamente às 18h24 (horário de Brasília) o avião Airbus A319 da FAB, com o prefixo brasileiro VC—1A e com a codificação internacional Brazilian Air Force, cruzou a fronteira do Brasil com a Guiana, após fazer uma escala não prevista em Boa Vista (RR). Naquele exato momento, Bolsonaro deixou de ser presidente do Brasil e o comando do país até a zero hora deste domingo (1º) foi transferido, automaticamente, para o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), que por sua vez se recusa a passar a faixa presidencial ao presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mourão, que assumirá em fevereiro a cadeira de senador pelo Rio Grande do Sul, está decidido a usar a cadeia nacional de rádio e televisão neste sábado (31), às 20 horas, para falar o que chama de “mensagem institucional de fim de ano”. Bolsonaro partiu de Brasília às 14h02 e, segundo o portal de monitoramento de aviões Flightware a aeronave, após um voo direto de 5h23, fez um desvio de rota e pousou em Boa Vista, em Roraima, onde permaneceu por 55 minutos. Dali partiu em direção ao Aeroporto Internacional de Orlando, nos Estados Unidos.
O avião modelo Airbus A319CJ foi montado em Hamburgo, Alemanha já com a pintura da FAB. A mesma aeronave já transportou anteriormente Michel Temer, Dilma Roussef e Luiz Inácio Lula da Silva. A aeronave está equipada com uma série de capacidades militares de defesa, tais como contra-medidas eletrônicas de mísseis (Chaffs e Flares) e um sistema RWR (Radar Warning Receiver). Para garantir a proteção de informações confidenciais e confidenciais, a aeronave está vinculada ao SISCOMIS, sistema de transmissão de dados estratégicos via satélite da Força Aérea Brasileira, que pode ser utilizado para transferir dados entre a aeronave e Brasília.
Na sua viagem de ida e sem volta agendada (em voos comerciais) Bolsonaro contrariou Representação protocolada nesta última quinta-feira (29) pelo deputado federal reeleito Rui Falcão (PT-SP). Na solicitação ao Judiciário, o parlamentar solicitou à Procuradoria Geral da República que impedisse, através do Judiciário, o uso do avião, que para Rui Falcão teve o cunho pessoal.
Além da esposa, Michele Bolsonaro, o ainda presidente levou junto um grupo de seguranças, dois médicos e os seguintes seis assessores: Adriana Pinheiro (assessora da Michelle Bolsonaro); Sérgio Cordeiro (assessor e segurança de Bolsonaro), Gustavo Suarez (assessor e segurança de Bolsonaro); Marcelo Câmara (assessor de Bolsonaro); Tércio Arnaud (assessor de Bolsonaro) e Mauro Cid (ajudante de ordens de Bolsonaro)
Esse grupo de servidores públicos vão continuar trabalhando para Bolsonaro, pagos pelo contribuinte brasileiro. Os filhos não foram juntos, já que dois foram antecipadamente para os Estados Unidos. Esse foi o caso da filha mais, a Laura, que viajou na última quarta-feira (28) junto com a irmã Letícia Firmo, uma outra filha de Michelle com outro marido.
Cortou volta para não sobrevoar a Venezuela
Ao invés de a rota do voo de Bolsoaro sobrevoar a Venezuela, como faz boa parte dos voos internacionais que vão e vem dos Estados Unidos, a aeronave da FAB cortou voltas e optou em cortar a Guiana de Sul a Norte, para sair no Caribe e dali sobrevoar o espaço aéreo de Tobago, São Vicente e Granaldinas. A parada não prevista em Boa Vista e os voos para se distanciar da Venezuela acabou elevando o horário previsto para a chegada em Orlando em mais três horas e meia.