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Cariacica vai gastar R$ 2,24 milhões para construir escola militarizada proposta por Bolsonaro

A Prefeitura de Cariacica vai investir R$ 2,24 milhões na construção de uma escola cívico-militar, idealizada pelo presidente Bolsonaro, no Bairro Itanguá sob protestos de educadores e da bancada do PT na Câmara Municipal. O objetivo do município é construir 1.406 metros quadrados de escola militarizada para atender em tempo integral 400 alunos a partir do ano que vem.

A presidente estadual do PT, Jaqueline Rocha criticou a iniciativa do prefeito do DEM de Cariacica. “O modelo defendido pelo PT é o de uma escola democrática, inclusiva, laica, referenciada a partir da convivência com a comunidade”. A assinatura da ordem de serviço foi firmada na última quinta-feira (19) sem  a presença de educadores.

O documento foi firmado com a presença do comandante-geral da PMES, coronel Douglas Caus, do comandante do 7º Batalhão, coronel Paulo Roberto Schulz Barbosa, do subsecretário de Estado de Integração Institucional, Guilherme Pacifico da Silva, do prefeito Euclério Sampaio.  Segundo nota da PM, “na oportunidade foi destacada a atuação colaborativa entre o município e os militares com objetivo de fortalecer os valores humanos, éticos e morais, além da formação integral dos alunos como cidadãos”.

Padronização de alunos

Por terem que usar uniforme no estilo militar e cortes de cabelos específicos, além de os alunos terem que ter um comportamentos da cultura militar, educadores garantem que os estudantes passam por uma padronização e perdem totalmente as características que os identificam. O senso crítico deixa de existir, já que há punições para quem desobedecer as ordens dos “superiores”.

Os educadores alegam que a militarização costuma homogeneizar todos os seus membros, retirando deles a individualidade e a capacidade de autodesenvolvimento. Esse modelo de escola não atende a diversidade, quem não tem o perfil ou não se adaptar será convidado a sair da escola, explicam. A idéia surgiu na campanha política do atual presidente da República. Bolsonaro já lançou o Plano Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM), numa parceria com o Ministério da Defesa.

Censura

Alguns educadores de colégios militares relatam censura em assuntos que não interessam aos fardados. Entre os temas que não podem ser pautados pelos professores, estão homofobia, racismo, feminismo, além de algumas questões políticas. Por conta das escolas cívico-militares serem inspiradas nesse modelo, os educadores temem sofrer por essa censura também, e assim não formarem seus alunos cidadãos críticos em determinadas situações. Ou sejam, temem pela formação de seres robotizados.

As meninas devem usar cabelos curtos ou longos, desde que presos com penteados em trança simples ou rabo de cavalo. As saias, que fazem parte do uniforme, deverão ter comprimento na altura dos joelhos. Já os meninos devem sempre estar de cabelos curtos, cortados “de modo a manter nítidos os contornos junto às orelhas e o pescoço”, além de se apresentarem bem barbeados.